Nos outros dias, a restrição começa a partir das 20h e vai sempre às 5h do dia seguinte. A capitão Layla Brunella, chefe da assessoria de imprensa da Polícia Militar de Minas Gerais, deu detalhes de como será o trabalho da corporação em Belo Horizonte.
Segundo ela, a partir desta quarta, haverá reforço no policiamento a partir do fim da tarde até o início da manhã do dia seguinte para garantir o cumprimento de todas as medidas definidas pelo decreto estadual.
Quanto ao toque de recolher, ela afirma que haverá uma primeira abordagem educacional. Em caso de reincidência, o cidadão pode até mesmo ser conduzido por cometimento de crime contra a saúde pública.
“É preciso deixar claro que não queremos reprimir o trabalhador. Teremos blitz para fazer a abordagem a veículos. O objetivo é principalmente verificar a motivação (do deslocamento). O ideal é que a pessoa tenha alguma documentação para comprovar de imediato”, afirma Layla Brunella.
A militar aponta também que a corporação está consciente que os casos de desacato e desobediência podem acontecer com o toque de recolher.
Outra medida que pode resultar nesses casos é a proibição de eventos em espaços públicos ou privados, ainda que com distanciamento social.
Para que o efetivo de policiais fique cientes das medidas a serem tomadas, a corporação elaborou um memorando. O documento detalha as ações a serem feitas pelos militares durante as duas próximas semanas.
A onda roxa do governo do estado também proíbe a circulação de pessoas sem o uso de máscara de proteção, seja em espaços públicos e privados, que sejam de uso coletivo.
A regra também cita o veto para realização de reuniões presenciais, inclusive de pessoas da mesma família que não coabitam.
Kalil foi contra medida
A adesão à onda roxa é compulsória. Na última sexta (12/3), o prefeito Alexandre Kalil (PSD) criticou o toque de recolher decretado por outras cidades da Grande BH.
“É inócuo. Não adianta abrir a cidade toda, como Sabará está fazendo, por exemplo, e amontoar todo mundo de dia, mas fazer toque de recolher durante a noite. Isso é uma brincadeira de péssimo gosto. O que temos que fazer é fechar de dia, pois aí não tem motivo para andar à noite”, afirmou.
Porém, na avaliação do secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, a medida veio em boa hora.
“O governo do Estado tomou medidas duras, mas necessárias para enfrentar a pandemia. Embora um pouco mais tarde do que gostaríamos. Na nossa opinião, já deveriam ter sido tomadas há mais tempo”, afirmou em entrevista ao Estado de Minas.
Procurada, a PBH informou que já está na "fase mais restritiva de atividades" desde o último dia 6, "com o objetivo de aumentar o isolamento social".
Então, a PBH vai manter o decreto vigente, alterando apenas a necessidade do toque de recolher.