Jornal Estado de Minas

SEM MÉDICOS E ENFERMEIROS

Sem médicos, governo de Minas não consegue ampliar leitos para COVID-19

Com o aumento de infecções no estado, o governo de Minas Gerais enfrenta uma nova dificuldade para ampliar o número de leitos de UTI: a falta de profissionais que possam preencher as vagas abertas e garantir atendimento aos pacientes de COVID-19.



De acordo com um balanço divulgado pelo governo mineiro, desde o início da pandemia, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) realizou 74 chamamentos para preencher vagas de médicos nos hospitais da fundação, mas 14 deles "deram deserto", ou seja, não foram encontrados profissionais disponíveis no mercado para realizar o trabalho.

“Para trabalhar em UTI é necessária qualificação adequada do profissional. Estudantes de Medicina podem colaborar, mas estar dentro de uma UTI é um trabalho hiper especializado e uma intubação mal feita pode condenar à morte um paciente”, disse o governador Romeu Zema (Novo), em coletiva de imprensa realizada para anunciar a onda roxa em todas as regiões do estado.
 
Leia: Onda roxa: Toque de recolher começa nesta quarta (17/3) em BH 

Os leitos de UTI passaram de 2 mil para 4 mil nos últimos 12 meses. Leitos de enfermaria, que antes eram de 10 mil, saltaram para 20 mil unidades. Por isso a necessidade da contratação de mais médicos.




 
Durante a coletiva, o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, explicou que a COVID-19 mudou os rumos de qualquer sistema de saúde. Ele pontuou que nunca foi evidenciada uma doença que afetou "tanta gente ao mesmo tempo".

"Não existe sistema de Saúde no mundo que consiga acompanhar isso. Toda a expansão que o estado fez foi aliviando a pressão até agora, mas chegamos ao nosso limite. Temos espaço físico, mas não temos o profissional. O papel da sociedade é fundamental para que a gente alivie esses números”, informa.
 

Números da pandemia em Minas Gerais


Após dois dias com números reduzidos de óbitos, a Secretaria estadual de Saúde de Minas Gerais divulgou nesta quarta-feira (17/03) mais de 300 mortes provocadas pela doença.



Na segunda-feira (15/03) o boletim epidemiológico do estado registrou 37 óbitos. Nas 24 horas seguintes, 28. Nesta quarta-feira, foram 314 novas mortes. 
 
Leia: Coronavírus: Minas bate recorde com 11.045 casos e 314 mortes em 24 horas 

Onda roxa
 

Durante os próximos 15 dias o estado vai adotar medidas mais rígidas para tentar frear o avanço da COVID-19.
 

O que pode funcionar na onda roxa

  • Setor de alimentos (excluídos bares e restaurantes, que só podem via delivery);
  • Serviços de Saúde (atendimento, indústrias, veterinárias etc.);
  • Bancos;
  • Transporte Público (deslocamento para atividades essenciais);
  • Energia, Gás, Petróleo, Combustíveis e derivados;
  • Manutenção de equipamentos e veículos;
  • Construção civil;
  • Indústrias (apenas da cadeia de Atividades Essenciais);
  • Lavanderias;
  • Serviços de TI, dados, imprensa e comunicação;
  • Serviços de interesse público (água, esgoto, funerário, correios etc.) 
Leia: Secretário de Saúde de BH sobre onda roxa: 'Antes tarde do que nunca'

Restrições da onda roxa

  • Funcionamento apenas de serviços essenciais; 
  • Toque de recolher entre 20h e 5h; 
  • Proibição de circulação de pessoas sem o uso de máscara, em qualquer espaço público ou de uso coletivo, ainda que privado;
  • Proibição de circulação de pessoas com sintomas de gripe, exceto para a realização ou acompanhamento de consultas ou realização de exames médico-hospitalares; 
  • Existência de barreiras sanitárias de vigilância; 
  • Proibição de eventos públicos ou privados; 
  • Proibição de reuniões presenciais.

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