Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Montes Claros incluiu cloroquina entre as medidas que tomou contra a COVID

O prefeito de Montes Claros, Humberto Souto (Cidadania), disse que o município já adotou “todas as providências possíveis” no sentido de combater o avanço da COVID-19 e salvar vidas. Entre elas, adotou protocolo chamado de "tratamento precoce" da doença – medicamentos que não têm eficácia comprovada cientificamente para tratar pacientes com o novo coronavírus.



Segundo o prefeito, não há a imposição. Os médicos têm liberdade de fazer a prescrição dos remédios que considerarem mais indicados.

Por outro lado, Humberto Souto enfatiza o distanciamento social, lembrando que está “provado no mundo inteiro” que essa é a maneira mais eficaz de impedir a propagação do novo coronavírus.
 
Desde 2 de março que Montes Claros (413,4 mil habitantes) enfrenta a ocupação máxima dos leitos hospitalares clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) dedicados a pacientes contaminados pela COVID-19.

De acordo com boletim da Secretaria Municipal de Saúde, nesta quarta-feira (17/3), a cidade teve a confirmação de 271 casos da COVID-19 e de cinco mortes provocadas pela doença.
 
Houve redução dos registros em relação aos dois dias anteriores, sendo que nessa segunda-feira (15/3) foram confirmados 435 novos casos e 16 mortes – recorde no município em um único dia desde o início da pandemia.



Montes Claros contabiliza, até então, 22.601 casos confirmados e 401 mortes causadas pela doença respiratória.
 
“Implantamos há muito tempo o protocolo do 'tratamento precoce'. É claro respeitando o médico, que tem que participar”, disse Souto, lembrando que “não pode simplesmente mandar aplicar” um remédio qualquer.

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Ele afirma que o protocolo do "tratamento precoce" da COVID-19 foi adotado em Montes Claros “ouvindo os médicos”, que decidem qual a medicação devem prescrever os pacientes.

“Se o médico entender que convém, pode ser aplicado. Disponibilizamos, inclusive, alguns medicamentos na rede”, afirmou o chefe do Executivo.

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A secretária municipal de Saúde de Montes Claros, Dulce Pimenta, informou que o protocolo foi disponibilizado na cidade em meados de 2020, poucos meses após o início da pandemia.



Segundo ela, são fornecidos gratiuitamente medicamentos como a ivermectina, a azitromicina e a hidroxicloroquina, mas deixando para os médicos definirem junto aos pacientes pelo uso ou não da medicação.

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“O protocolo de 'tratamento precoce' da COVID-19 foi disponibilizado em julho de 2020 para os médicos da atenção primária, como uma opção terapêutica para que os médicos definissem, com seus pacientes sobre o inicio precoce ou não de medicamentos que ainda não têm evidências científicas robustas”, relatou Dulce Pimenta.
 
“O momento exato de início da terapia precoce é definido pelo médico assistente, conforme julgamento clínico”, disse.

Segundo ela, “o protocolo se baseou nas orientações de manejo do Ministério da Saúde e exige que o médico discuta sobre essa conduta com seu paciente e, caso seja optado por iniciar terapias específicas, o paciente deve assinar um termo de consentimento, anexo ao protocolo”.



Por lado, observou: “O referido protocolo não contempla a profilaxia pela falta total de evidência científica do seu uso".

Mesmo assim, persiste a ocupação máxima de leitos diante do aumento de pessoas contaminadas pela doença respiratória. 



 
 

Evitar mortes

 
Além de seguir o toque de recolher e outras medidas restritivas da onda roxa, na qual se encontra desde 7 de março, nesta quarta-feira (17/3), a população Montes Claros teve mais uma mudança na rotina por causa das ações que visam frear o avanço da pandemia.

Foi iniciado um “feriado prolongado” que vai até segunda-feira (22/3).
 
Por meio de decreto da prefeitura, foram antecipados cinco feriados no município.

O prefeito Humberto Souto ressaltou que a antecipação dos feriados foi “recurso extremo para “dar uma parada” no avanço do coronavírus e impedir a corrida aos hospitais e evitar mortes devido ao colapso da ocupação máxima de leitos.




 
“O problema (da antecipação) dos feriados é um recurso extremo para poder dar uma parada e evitar que a corrida para os hospitais aumente mais. (Evitar) que as pessoas (venham) morrer na porta dos hospitais ou morrer em casa por falta de hospital”, afirmou Souto.

Ele salientou também a implantação de dois hospitais de campanhe e a ampliaçao de leitos clinicos e de UTI em outras unidade de saúde para pacientes do coronavírus.
 
O chefe do executivo fez um apelo de união e solidariedade das pessoas diante da situação alarmante do avanço da COVID-19: “É preciso a gente debruce sobre esse problema, que é muito grave. O momento é muito triste. É um momento de solidariedade, de união, de participação de todos”.

Lembrou ainda que a Prefeitura de Montes Claros vem adotando medidas para tentar impedir a propagação do coronavírus desde os primeiros momentos da chegada pandemia ao Brasil.

"É um (conjunto) complexo de problemas que estamos tentando resolver. E estamos resolvendo desde março do ano passado. Montes Claros deve ter sido o primeiro município que implantou o uso obrigatório de máscara. Distribuimos um milhão de máscaras, gratuitamente”, afirmou Humberto Souto, citando que os utensílios de proteção foram doados pela empresa têxtil Coteminas, que tem fábricas na cidade.
 
O prefeito da cidade-polo do Norte de Minas destacou ainda outras ações preventivas desenvolvidas para frear a transmissão da COVID-19: “Fizemos rastreamentos. Fizemos barreiras nas estradas, na rodoviária, no aeroporto. Monitoramos as pessoas em casa, sem faltar um medicamento, sem faltar nada”. afirmou. 




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