A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o assassinato de um homem, de 31 anos, em 31 de janeiro desse ano, no Bairro Piratininga, na Região de Venda Nova, que teve como autora a sua namorada, de 32 anos, que desferiu diversas facadas. Ela foi indiciada por homicídio qualificado, por motivo fútil, e pela dissimulação na conduta. A mulher está presa desde o dia do crime. Foi presa em flagrante, quando tentava fugir.
Foram dois meses de investigação, segundo o delegado Lucas Daniel Nunes. “No dia dos fatos, após passar a tarde consumindo bebidas alcoólicas, no Bairro Céu Azul, o casal teria se desentendido. A fim de evitar a discussão, a vítima deixou o local, indo para outro estabelecimento comercial no Bairro Piratininga, sem avisar o destino para a mulher. Após diversas tentativas de ligações e mensagens, a suspeita deslocou-se então em seu carro até encontrar o companheiro. Portanto, a vítima não queria passar o resto da noite com a companheira, o que foi a real – e desproporcional – motivação do delito.”
Ao ser presa, na mesma noite, a mulher alegou ter agido em legítima defesa, pois teria sido esbofeteada e levou chutes, desferidos pelo então companheiro. Ela contou ainda que tinha uma faca na bolsa e a usou para se defender.
As investigações mostraram, no entanto, que a motivação para o crime seria a insatisfação da mulher com a relação conflituosa mantida pelo casal. Levantamentos mostraram que a autora teria se armado semanas antes do fato e chegou a ameaçar a vítima, sendo que o homem chegou a registrar queixa policial sobre essa ameaça. E ainda, a mulher teria tentado atropelar a vítima.
Testemunhas arroladas no inquérito contaram ainda que, no dia do crime, no bar, elas, que estavam no local, teriam pedido que eles se afastassem. Os dois saíram do bar junto, mas em determinado ponto do percurso, a suspeita atingiu a vítima com golpes de faca.
A vítima não teve morte imediata. Ele saiu do carro e correu, pedindo por socorro, enquanto era perseguido pela mulher, que tinha a faca, ensanguentada, na mão. O homem conseguiu voltar ao carro, para tentar ir ao hospital, mas acabou alcançado pela agressora, que continuou a agredi-lo com socos no peito. Também há relatos, por testemunhas, de que a suspeita não teria recebido chutes por parte do companheiro, como contou aos policiais.
“A suspeita não pode invocar, em seu benefício, essa excludente se, de maneira desproporcional, agrediu a vítima, inclusive quando fugia e quando já estava sendo socorrida, dentro de um veículo. Além disso, a mulher desferiu golpes de faca de forma excessiva, fugiu do local e dispensou a arma branca utilizada”, conta o delegado.