Sem mão de obra disponível no mercado, equipes de saúde da atenção primária serão remanejadas para o hospital de campanha de Formiga, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, a partir de segunda-feira (22/3). Cinco postos de saúde serão fechados no município por 15 dias a contar da próxima semana para dar suporte ao atendimento de pacientes diagnosticados com COVID-19.
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Ouro Preto amplia leitos de UTI para COVID-19 no Hospital de CampanhaTensão em Divinópolis: imagens no hospital de campanha mostram superlotaçãoOliveira mantém comércio aberto após deliberação da onda roxaO hospital de campanha vai possibilitar a abertura de 30 leitos de enfermaria. Inicialmente, eles serão para observação de pacientes e se, necessário, internação daqueles que não estejam em estado grave.
A escassez de profissionais para formar equipes também fez com que a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) otimizasse outros setores. “Em razões de dificuldade de contratar RH, que também é uma demanda do Brasil inteiro, decidimos também que todos os atendimentos feitos na tenda de triagem que funciona ao lado da UPA serão direcionados para o Vicentão”, anunciou o secretário de Saúde, Leandro Pimentel.
O atendimento eletivo dos demais postos de saúde serão suspensos a partir da próxima semana por 15 dias. Serão mantidos, a partir de agendamento por telefone, os de gestantes, puericultura, hipertensos, puerpério e idosos.
“Essa é uma medida drástica, difícil, mas necessária para que tenhamos pessoal para cuidar dos pacientes que demandarem atendimento devido ao quadro mais grave da COVID-19”, afirmou o secretário.
As unidades serão porta aberta para pacientes com sintomas gripais.
"Tratamento precoce"
O médico coordenador da Atenção Básica na cidade, Ednaldo Durço, orientou a comunidade a procurar, já a partir dos primeiros sintomas de síndrome respiratória, os postos de saúde.
“Os médicos estão capacitados para atender e prescrever os medicamentos necessários”, afirmou.
Ele defendeu o chamado tratamento precoce – que não tem eficácia comprovada cientificamente para a COVID-19 – como resposta rápida à doença.
“Quando você realiza o tratamento precoce, você evita o agravamento, que o paciente vá para a tenda (triagem), que seja internado, vá para o UTI e seja entubado”, defendeu.
O médico alertou que o tratamento precoce é diferente da prevenção. “A prevenção do coronavírus não é medicamento, não existe remédio, é distanciamento social, lavar as mãos, uso de máscaras adequadas, corretas”, afirmou.
Embora fale em "tratamento precoce", o município não adotou protocolo técnico.
Mesmo assim, o secretário confirmou que há algum tempo são ofertados os medicamentos como azitromicina.
“O paciente tem ou não de aceitar o tratamento, isso é em qualquer lugar do mundo. Não estamos criando protocolo de pacotão de ivermectina, hidroxicloroquina, azitromicina, não estamos fazendo isso. Estamos orientando os médicos a respeito da autonomia que cada um tem para o tratamento”, afirmou o secretário de saúde.
A decisão, segundo Pimentel, foi pautada na “ciência e na autonomia médica da relação médica e paciente”. Ao mesmo tempo, ele diz que não existe receita contra a COVID-19. “Existe receita para fazer bolo de chocolate”, declarou.
Reforço de leitos
Com a instalação do hospital de campanha, Formiga passa a contar com 80 leitos de enfermaria, sendo 35 deles na Santa Casa e 15 no hospital Santa Marta.
Para o diretor clínico da UPA, Augusto Junior, a quantia é suficiente para atender à demanda do município se houver colaboração da população.
“Se a população nos ajudar, nós não vamos precisar de um plano B. Se as pessoas se cuidarem, será mais do que suficiente”, enfatizou.
O coordenador da atenção primária lembrou que não existem profissionais no mercado e que o plano B é o que está em execução.
“Não existem equipes disponíveis, mão de obra para ser contratada, por que as pessoas que trabalham na área de saúde junto com os técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos estão estafados, estão trabalhando há mais de um ano incansavelmente. O plano B é esse e o A é ficar em casa”, finalizou.
*Amanda Quintiliano especial para o EM
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:
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