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Estado de Minas PANDEMIA

Zema: ''se não fosse o tratamento precoce, o colapso já teria acontecido''

Ao contrário do que afirmam especialistas, o governador disse que remédios ajudaram pacientes a receber alta mais cedo


18/03/2021 20:10 - atualizado 18/03/2021 21:08

Romeu Zema defendeu o uso de remédios como cloroquina e azitromicina para combater a COVID-19(foto: Pedro Gontijo/Imprensa MG)
Romeu Zema defendeu o uso de remédios como cloroquina e azitromicina para combater a COVID-19 (foto: Pedro Gontijo/Imprensa MG)

 

O governador Romeu Zema (Novo) saiu em defesa do "tratamento precoce" contra a COVID-19 nessa quarta (18/3). Segundo ele, o combate à virose com remédios como hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina acelerou a alta de pacientes, principalmente no ano passado.

 

“Entre o início da pandemia, que foi em abril do ano passado, e o mês de agosto, nós tivemos uma melhoria muito grande no que diz respeito ao tempo que as pessoas ficavam internadas exatamente por causa do tratamento precoce”, afirmou o chefe do Executivo estadual à jornalista Leda Nagle.

 

“Se não fosse o tratamento precoce, o colapso já teria acontecido”, completou Zema. Apesar disso, o governador do Novo afirmou que não assumiu o protocolo por meio da Secretaria de Estado de Saúde por não haver comprovação científica.

 

“O protocolo precoce, vale lembrar, pode ser utilizado por cada médico. Ele não pode ser é imposto, forçado pelo estado. Porque muitos deles ainda não têm uma comprovação científica, que dê o conforto para o gestor da Secretaria de Saúde ou do Ministério da Saúde”, disse.

 

Diante da fala do governador, a reportagem ouviu o infectologista Geraldo Cunha Cury, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), para comentar as declarações. 

 

"É absolutamente falso. Estudos mostram que esse "tratamento precoce" não faz isso de forma alguma. Tanto é que não é recomendada por qualquer organização séria do mundo: OMS (Organização Mundial da Saúde), NHS (National Health Service, o serviço de saúde pública do Reino Unido), o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças, dos EUA) e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), por exemplo", afirma.

 

E o especialista explicou os perigos que circundam a fala do governador, sobretudo no comportamento da população. 

 

"É uma informação falsa que cria mais confusão e ajuda o vírus a se espalhar mais, porque tem gente que toma esses medicamentos e acha que está protegida do vírus", diz. 

 

Jornalista defendeu ivermectina  

 

Entrevistadora de Romeu Zema nessa quarta, Leda Nagle ficou nove dias internada em estado grave com a COVID-19 no fim do ano passado. 

 

Quando se recuperou da doença, ela defendeu os efeitos da ivermectina em sua recuperação. O medicamento compõe o kit do tratamento precoce sem comprovação científica.

 

"Os médicos admitem, eu falei com vários, eles foram muito atenciosos, que a ivermectina de quinze em quinze dias pode ter ajudado meus sintomas a não serem tão fortes”, disse em vídeo postado na internet. 

Futuro 

 

Ainda durante a entrevista à jornalista Leda Nagle, Romeu Zema afirmou que prevê uma melhora nos indicadores da pandemia no estado somente em maio.

 

“Mas, eu estou otimista, porque com a vacina chegando, esses casos tendem a reduzir. Eu espero que no mês de maio nós vamos já ver o sol brilhando. Mas, vamos ter um mês de abril ainda complicado”, alertou.

 

O governador também lamentou a lentidão da vacinação contra a COVID-19 no Brasil. E disse que não teve outra alternativa para salvar vidas que não fosse a imposição de medidas duras a favor do isolamento social, a partir da onda roxa.

 

“Fizemos tudo que era possível. Essas medidas foram suficientes até 15 dias atrás. A grande questão foi o surgimento dessa variante do coronavírus, que acelerou em muito o processo de transmissão. Essa segunda onda que fez com que nosso sistema viesse a entrar em colapso”, explicou. 

 

Números 

 

Minas Gerais soma, até esta quinta, 1.003.104 casos confirmados de COVID-19 e 21.303 mortes. O estado tem vivido um caos nessa semana, com colapso do sistema de saúde de muitas cidades, entre elas Belo Horizonte.

 

Apesar disso, o governador afirmou à jornalista Leda Nagle que "o pior já passou", diante da chegada da vacinação. 

 

O que é o coronavírus


Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?


Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 

Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:

 

 


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