Jornal Estado de Minas

FALTA ESPAÇO

Colapso pela COVID-19 em BH transforma enfermaria em 'leito de UTI'


O colapso ficou ainda pior: a taxa de ocupação das UTIs para pacientes com COVID-19 nos hospitais privados de Belo Horizonte chegou a 109,6%. No levantamento anterior, divulgado na quarta-feira, a taxa era de 102,8%. O percentual é aplicado sobre a mesma quantidade de leitos do balanço anterior. Ou seja, todos os 353 da rede suplementar estão em uso. A ocupação geral, no entanto, se manteve em 96,6%. Apesar do crescimento da rede privada, no SUS houve queda de 91,1% para 85,4%. Essa queda foi puxada por uma ampliação na oferta de vagas: mais 18 entraram na conta ontem. Na prática, restam 26 leitos de UTI em toda Belo Horizonte para tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus.





Pelo segundo boletim consecutivo, Belo Horizonte registrou a ocupação dos leitos de UTI para COVID-19 acima dos 100% na rede privada, o que ocorre porque há pacientes que necessitam de UTI, mas estão intubados na enfermaria, por exemplo.  Para explicar, o Estado de Minas ouviu o infectologista Unaí Tupinambás. Ele integra o Comitê de Enfrentamento à Epidemia da COVID-19 da Prefeitura de BH. Segundo Unaí, números acima de 100% de ocupação ocorrem quando pacientes que deveriam estar nas UTIs são internados em outros espaços dos hospitais, como as enfermarias, por exemplo. “Em BH, tem gente morrendo nas enfermarias. Os relatos (dos profissionais de saúde) são de pacientes mais jovens: 30 a 50 anos”, afirma.

Já no caso das enfermarias, a prefeitura também registrou aumento na ocupação geral: de 79,3% para 80,3%. Dos 1.683 leitos do tipo na cidade, sobram 332. A situação também é mais grave na rede suplementar, onde a PBH computa um percentual de uso de 87,5%. No SUS, o índice é de 75,5%. Outro indicador fundamental, a taxa de transmissão do coronavírus manteve a tendência de queda dos últimos dias. O dado caiu de 1,26 para 1,23, mas se mantém na zona crítica da escala de risco. Esse foi o terceiro decréscimo consecutivo da estatística.

Casos e mortes 


Em número de casos, a cidade chegou a 127.136 confirmados: 2.980 mortes, 6.769 pacientes em acompanhamento e 117.387 recuperados. Em comparação ao balanço anterior, houve crescimento de 98 casos e 23 óbitos. Porém, o pequeno salto no número de casos aconteceu por instabilidade no sistema do SUS, segundo a prefeitura. Nas últimas semanas, a capital mineira tem registrado crescimento sempre acima de 1 mil diagnósticos a cada boletim.





Vacinas 

 

Com a rede privada em colapso, chegou a vez dos idosos de 77 anos serem vacinados contra a COVID-19 em Belo Horizonte. Conforme programação da PBH, a campanha para essa faixa etária está prevista para acontecer até hoje. Nos 160 centros de saúde da capital mineira, a vacinação acontece das 7h30 às 15h30, e nos três postos drive-thru, das 8h às 15h. Atualmente os postos para veículos estão localizados no Cop/BHTrans (Avenida Engenheiro Carlos Goulart, 900, Buritis), na UFMG (Avenida Antônio Abrahão Caram, 763, Pampulha) e no Boulevard Shopping (Entrada pelo estacionamento da Rua Professor Otaviano Almeida, Santa Efigênia).

Para receberem a primeira dose do imunizante, as pessoas que estiverem nos grupos de prioridade devem ter as respectivas idades completadas até 31 de março. O idoso deve levar documento de identidade e um comprovante de residência. Para evitar aglomerações, a Secretaria de Saúde Municipal recomenda a presença de apenas um acompanhante por pessoa.

De acordo com a prefeitura de BH, os idosos de 78 e 77 anos foram incluídos no calendário de vacinação após a capital mineira receber 21,8 mil doses da CoronaVac, vacina fabricada pelo laboratório Sinovac, da China, em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. Ao todo na cidade, até o momento, 88.785 idosos receberam a aplicação da primeira dose e 12.533 aplicações da segunda dose do imunizante. Com a ampliação da vacinação, a expectativa é vacinar cerca de 21 mil idosos nessa faixa etária esta semana. *Estagiária sob supervisão do subeditor Marcílio de Moraes

Roteiro contra COVID

Recomendações do Conselho de Saúde à PBH

  • Intensificar as medidas para restringir a circulação do vírus da COVID-19 em BH e implementação de um lockdown, medida sanitária emergencial por pelo menos 2 semanas

  • Aumentar a distribuição de cestas básicas e implantar um programa de renda básica municipal para apoio emergencial aos desempregados, trabalhadores informais e pequenas empresas

  • Intensificar as medidas de fiscalização para respeito às medidas prevenção à COVID-19 em BH

  • Ampliar a testagem de casos suspeitos de COVID-19 e dos seus contatos

  • Aumentar ao máximo possível a capacidade de atendimento dos Centros de Saúde, UPAs, Samu, leitos de enfermaria e CTIs em BH

  • Garantir equipes completas, com revisão emergencial dos baixos salários, que estão significando prejuízos para a assistência de enfermagem nas UPAs e Samu de BH

  • Assegurar transporte público em condições e em número adequados para a circulação de trabalhadores e trabalhadoras de atividades essenciais e das pessoas que necessitem de locomoção para buscar serviços essenciais

  • Implantar Plano de Contingência para diminuir a circulação de pessoas nos Centros de Saúde, UPAs e demais serviços de saúde

  • Democratizar o Comitê de Enfrentamento à COVID-19, com representação do CMS-BH

  • 4 Garantia do fornecimento de EPIs aos profissionais de saúde e revisão das Notas Técnicas sobre o assunto

  • 4 Cumprimento da lei municipal para uso obrigatório de máscaras e a aplicação de multas

  • 4 Orientar médicos e profissionais de saúde a adotar o protocolo clínico municipal de tratamento para COVID, com as melhores evidências científicas e contraindicando as medicações sem recomendações científicas

  • Ampliar a vacinação em BH, conforme deliberação do plenário da Câmara de BH

  • Potencializar ações de telemonitoramento de contactantes, pessoas com COVID-19, de gestantes, de pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e de crianças/famílias com atraso vacinal.





Shopping interditado


A Guarda Municipal e fiscais da Prefeitura de Belo Horizonte interditaram ontem o Shopping Oiapoque, no hipercentro da capital. O local poderia funcionar por drive-thru, com entregas sendo feitas no estacionamento. Mas a norma foi descumprida, segundo a fiscalização. Desde 6 de março, somente serviços essenciais têm autorização para funcionar na cidade. Este é o quarto fechamento do comércio do município desde março de 2020, com o começo da pandemia. "Recebemos várias denúncias já há um tempo e estávamos monitorando. Até então, as ações foram educativas, mas nada tão grave quanto agora, porque o momento agora é mais grave", explicou Plinio Marques, gerente territorial de fiscalização da regional Centro Sul.

O que é o coronavírus


Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.



Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?

Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 

Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.



Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

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