Jornal Estado de Minas

GREVE

Por surto de COVID-19, petroleiros da Regap, em Betim, entram em greve

Os petroleiros da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), entrarão em greve por tempo indeterminado na próxima segunda-feira (22/3). Foi denunciado, recentemente, pelo Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro-MG), um surto da COVID-19 na Regap e os números já ultrapassam a 200 trabalhadores infectados pelo novo coronavírus somente no mês de março. 




 
Sem diálogo com a Petrobras, a greve será para preservar a saúde dos trabalhadores. O setor é considerado essencial e, por isso, o sindicato manterá um contingente mínimo de profissionais atuando no local. 
 
Foram contabilizados mais de 200 trabalhadores testados positivos para a COVID-19 no mês de março entre efetivos e terceirizados, sendo 84 deles de um mesmo setor e 11 seguem internados por complicações. Esses são dados do  Sindipetro-MG que tem acompanhado os casos.
 
Atualmente a Regap passa por uma parada de manutenção, o que gerou um grande número de pessoas no local. A manutenção começou em 28 de fevereiro e tem previsão de durar por 30 dias. Devido a isso, houve um aumento presencial de mais de 2 mil trabalhadores, um efetivo que quase dobrou o tamanho. Há profissionais, inclusive, de outros Estados que vieram exclusivamente atuar nesta manutenção. 




 
“É um absurdo o que está acontecendo na Regap. Os números de contaminados não param de crescer e a Regap finge que nada está acontecendo. As pessoas estão com medo de ir trabalhar”, disse o coordenador do Sindipetr-MG, Alexandre Finamori.
 
O surto na Regap foi denunciado ao Ministério Público do Trabalho (MPT), à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, à Ouvidoria do Estado de Minas Gerais, ao Conselho Estadual de Saúde, ao Centro de Referência em Saúde do Trabalhador e Conselho Municipal de Saúde, ambos de Betim.  
 
Minas Gerais na onda roxa
 
Todas as regiões de Minas Gerais estão na onda roxa, decretada pelo governador Romeu Zema, com o objetivo de conter o colapso do sistema de Saúde. O Estado vive, atualmente, o momento mais grave da pandemia, com hospitais no limite.
 
Em um único dia, Minas Gerais registrou 224 novas mortes. Entre sexta-feira (19/3) e sábado (20/3), as autoridades mineiras contabilizaram 9.890 novas infecções. Entidades que administram hospitais em BH fizeram um manifesto pedindo ao prefeito da capital, Alexandre Kalil, um decreto imediato de lockdown. 
 
Os hospitais de BH seguem funcionando com a capacidade acima do limite. Os leitos de UTI chegaram a 100% de ocupação na sexta-feira (19/3). 

audima