A educação no Brasil, que há tempos nadava contra a maré do descaso tentando, a conta-gotas, avançar rumo à qualidade, recebeu um duro golpe desde 2020. A pandemia provocada pela COVID-19 não perdoou o atraso nem velhos problemas. Pelo contrário: os acentuou e aumentou o abismo dos níveis de ensino.
Mas estudos de instituições de renome já trazem a prévia de um desafio que, em território nacional, ficou ainda maior. Enquanto no mundo a média do atraso na educação é de três a nove meses, no Brasil, o retrocesso causado pelo contexto do coronavírus pode ser de até 4 anos.
É o que aponta estudo encomendado pela Fundação Lemann ao Centro de Aprendizagem em Avaliação e Resultados para o Brasil e a África Lusófona, vinculado à Fundação Getulio Vargas (FGV), para simular a perda de aprendizado que os estudantes podem ter sofrido com a pandemia.
O resultado mostra que, neste período, os alunos deixaram de aprender mais em matemática em comparação com língua portuguesa e, na maioria dos casos, os mais prejudicados são aqueles do ensino fundamental.
O levantamento foi feito a partir de dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). A simulação considerou aprendizado de estudantes nos anos finais do fundamental (5º ao 9º ano) e no ensino médio, em português e matemática, em três cenários.
No otimista, os alunos aprenderiam por meio do ensino remoto tanto quanto aprendem no presencial, desde que fizessem as atividades escolares. No intermediário, eles aprenderiam por meio do ensino remoto proporcionalmente às horas dedicadas a atividades escolares. E no pessimista, não aprenderiam com o ensino remoto.
A simulação mostra ainda que o número de horas dedicadas às atividades não presenciais pode fazer a diferença: no cenário intermediário (aprendizado proporcional às horas dedicadas a atividades escolares), estudantes dos anos finais do fundamental têm uma perda de 34%, enquanto os médio, de 33%. Na situação pessimista (nenhum aprendizado), ambos os ciclos perdem o equivalente a 72% no aprendizado.
“O principal fator que entra no cálculo do cenário pessimista é que muita gente não acessou ou conseguiu acessar (as aulas) com baixa qualidade. Isso pode significar aumento das desigualdades”, afirma o diretor de Políticas Educacionais da Fundação Lemann, Daniel de Bonis. “Não há dados em nível municipal, mas, no limite, diria que dentro de cada sala de aula haverá aumento da desigualdade, porque depende da condição de cada família”, completa.
O Instituto Nacional de Políticas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo material, mudou a data-base do levantamento no ano passado – da tradicional última quarta-feira do mês de maio, passou para 11 de março, imediatamente antes do fechamento das escolas. Com dados que não refletiram o que ocorreu no ano inicial da pandemia, o Inep não respondeu ao Estado de Minas sobre os questionamentos relativos à coleta e divulgação de dados do período escolar durante a pandemia.
Segundo Daniel de Bonis, mais do que nunca, o trabalho principal ao longo deste ano, independentemente da rede de ensino, deverá ter como foco a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que define os objetivos de aprendizagem no país.
“Ela é muito importante para fazer o planejamento sobre o que ficou para trás, o que priorizar no momento e o que retomar mais para a frente. O primeiro ponto a ter em mente é que não se esgota em 2021. Retomada, planejamento e priorização deverão se alongar por alguns anos. O segundo ponto para as escolas é se atualizar em termos do que ocorreu com cada aluno: em uma mesma sala, haverá diferença daqueles que tiveram ajuda dos pais ou outros meios”, ressalta o diretor da Fundação Lemann.
Um bilhão de alunos fora das salas de aula
O estudo do Centro de Aprendizagem em Avaliação e Resultados para o Brasil e a África Lusófona levou em consideração, para chegar aos resultados que projetam os efeitos da pandemia sobre o ensino, o nível de aprendizado em um ano típico (usando dados do Saeb de 2015 a 2019), o tempo de interrupção das aulas (estimado em 72% do ano letivo) e o eventual aprendizado com o ensino remoto (explorado nos cenários otimista, intermediário e pessimista).
A metodologia foi baseada no estudo do Banco Mundial “Simulating the potential impacts of COVID-19 school closures on schooling and learning outcome: a set of global estimates” (“Simulando os potenciais impactos do fechamento das escolas pela COVID-19 na educação e nos resultados de aprendizagem: um conjunto de estimativas globais”, em tradução livre).
O relatório do Banco Mundial mostra que o fechamento das salas de aula deixou mais de 1 bilhão de estudantes fora das escolas. Os resultados da simulação consideraram os períodos de três, cinco e sete meses de fechamento e diferentes níveis de mitigação em cenários otimista, intermediário e pessimista. Usando dados de 157 países, a análise conclui que o nível global de escolaridade cairá e que a COVID-19 resulta na perda de qualidade equivalente à de três a nove meses.
O diretor de políticas educacionais da Fundação Lemann, Daniel de Bonis, pondera que as metodologias do levantamento internacional e a usada pelo estudo brasileiro não são necessariamente compatíveis ou idênticas, pelo fato de a Fundação Getulio Vargas ter trabalhado com o ritmo de crescimento do Saeb. “Na comparação com o resto do mundo, o Brasil talvez seja um dos países que estão há mais tempo com escolas fechadas. Outro fator são desigualdades que já existiam e que a pandemia aprofundou, por exemplo, no tocante à conectividade e à escolaridade dos pais”, ressalta.
Há um impacto maior se comparado com outros países e, nesse sentido, o Brasil fica em posição desfavorável – uma provocação a mais para atacar o problema com muita intensidade, de acordo com o diretor. “Não podemos deixar uma geração para trás num século que é o do conhecimento. Precisamos de um grande compromisso nacional. Desigualdades, defasagens e tantos outros problemas já eram grandes e se aprofundaram. Quem sabe seja essa a oportunidade de enfrentar alguns desses problemas?”
Os desafios para a gestão educacional nos próximos anos, que já eram grandes, se aprofundaram diante do impacto causado pela grave crise da pandemia de COVID-19, constata o movimento.
“É muito importante que prefeituras e governos estaduais estejam muito empenhados em preparar uma retomada, mesmo que gradual, assim que autorizada pelas autoridades de saúde. Na ausência de coordenação e completa inoperância do Ministério da Educação (MEC), eles devem ter em mente que a reabertura das escolas precisa ser prioridade assim que possível”, afirma o líder de políticas educacionais do Todos pela Educação, Gabriel Corrêa.
Quais os caminhos para recolocar a educação, que já tinha tantas fissuras, no rumo certo?
A educação está passando pelo seu momento mais desafiador e até que consigamos superar por inteiro a pandemia, o cenário será muito crítico. Por isso, o poder público precisa dar prioridade à educação básica no enfrentamento dos efeitos adversos que a pandemia trouxe a alunos e educadores. Os impactos do fechamento prolongado das escolas são muito grandes, porque a escola tem sim um papel de proteção social, de nutrição, segurança emocional, além, claro, da aprendizagem. Por mais que estratégias de ensino remoto sejam fundamentais, está cada vez mais evidente que estão longe de garantir a aprendizagem necessária de crianças e adolescentes.
Quais as principais recomendações às cidades que retomaram as aulas em modo remoto?
É muito importante agora que a educação deixe de ser prioridade no discurso e passe a ser na prática. E que as prefeituras estejam preparadas para um retorno com segurança, quando a situação permitir. Os locais não voltarão todos juntos, mas é preciso estar preparado para enfrentar os desafios que a pandemia trouxe. E, neste momento de retorno (às aulas), seja por meio remoto ou numa combinação com o presencial, a estratégia de comunicação do poder público com a população, professores, alunos e famílias é fundamental. Estamos num cenário atípico e crítico e muita gente com medo do que vai ocorrer.
Quais os prejuízos para os estudantes que nem ao ensino remoto tiveram acesso e assim ainda permanecem? Nesse caso, como recuperar o curso da educação?
Por mais que saibamos que o remoto não é o ideal para a educação básica, enquanto estivermos na pandemia, mesmo em caso de reabertura, ela se dará de forma muito gradual em 2021. Por isso, será importante combinar estratégias de ensino remoto com presencial para que possamos dar conta de tantos problemas de aprendizado criados em 2020. Já é possível perceber em outros países como a pandemia afetou a aprendizagem e, por mais que não tenhamos ainda dados para medir o caso brasileiro, todas as estimativas são de efeitos enormes.
A educação precisa ganhar, por conta disso, mais prioridade do que vem recebendo durante a pandemia, principalmente nas discussões de quais setores podem ficar abertos quando a situação epidemiológica começa a melhorar. E é preciso ter em mente que alunos mais pobres são os mais prejudicados, sendo necessário olhar atento e respostas de governos estaduais e municipais em termos de políticas públicas para minimizar esses impactos.
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
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Mas estudos de instituições de renome já trazem a prévia de um desafio que, em território nacional, ficou ainda maior. Enquanto no mundo a média do atraso na educação é de três a nove meses, no Brasil, o retrocesso causado pelo contexto do coronavírus pode ser de até 4 anos.
É o que aponta estudo encomendado pela Fundação Lemann ao Centro de Aprendizagem em Avaliação e Resultados para o Brasil e a África Lusófona, vinculado à Fundação Getulio Vargas (FGV), para simular a perda de aprendizado que os estudantes podem ter sofrido com a pandemia.
O resultado mostra que, neste período, os alunos deixaram de aprender mais em matemática em comparação com língua portuguesa e, na maioria dos casos, os mais prejudicados são aqueles do ensino fundamental.
O levantamento foi feito a partir de dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). A simulação considerou aprendizado de estudantes nos anos finais do fundamental (5º ao 9º ano) e no ensino médio, em português e matemática, em três cenários.
No otimista, os alunos aprenderiam por meio do ensino remoto tanto quanto aprendem no presencial, desde que fizessem as atividades escolares. No intermediário, eles aprenderiam por meio do ensino remoto proporcionalmente às horas dedicadas a atividades escolares. E no pessimista, não aprenderiam com o ensino remoto.
Pior cenário possível na educação
No pior cenário, os números apontam uma perda equivalente ao retorno ao desempenho brasileiro no Saeb de quatro anos atrás (entre os resultados de 2015 e 2017) em língua portuguesa e de três em matemática (2017), nos anos finais do ensino fundamental. No intermediário, a queda é equivalente ao Saeb de dois anos atrás (2017 e 2019) em ambos os componentes curriculares. Na melhor das situações, a proficiência ficaria estável ou com muito pouco crescimento em relação à edição de 2019.A simulação mostra ainda que o número de horas dedicadas às atividades não presenciais pode fazer a diferença: no cenário intermediário (aprendizado proporcional às horas dedicadas a atividades escolares), estudantes dos anos finais do fundamental têm uma perda de 34%, enquanto os médio, de 33%. Na situação pessimista (nenhum aprendizado), ambos os ciclos perdem o equivalente a 72% no aprendizado.
“O principal fator que entra no cálculo do cenário pessimista é que muita gente não acessou ou conseguiu acessar (as aulas) com baixa qualidade. Isso pode significar aumento das desigualdades”, afirma o diretor de Políticas Educacionais da Fundação Lemann, Daniel de Bonis. “Não há dados em nível municipal, mas, no limite, diria que dentro de cada sala de aula haverá aumento da desigualdade, porque depende da condição de cada família”, completa.
Tendência e simulações
O retrocesso preocupa. “A proficiência média dos alunos brasileiros vinha numa evolução lenta, mas constante. E essa tendência tem grande chance de se reverter, se estagnar ou ser pior ainda”, avalia o representantes da Fundação Lemann. Uma tendência que resta em cálculos e simulações, já que o principal raio-x da educação nacional, o Censo da Educação Básica, divulgado em janeiro, não revelou o real quadro de 2020.O Instituto Nacional de Políticas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo material, mudou a data-base do levantamento no ano passado – da tradicional última quarta-feira do mês de maio, passou para 11 de março, imediatamente antes do fechamento das escolas. Com dados que não refletiram o que ocorreu no ano inicial da pandemia, o Inep não respondeu ao Estado de Minas sobre os questionamentos relativos à coleta e divulgação de dados do período escolar durante a pandemia.
Segundo Daniel de Bonis, mais do que nunca, o trabalho principal ao longo deste ano, independentemente da rede de ensino, deverá ter como foco a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que define os objetivos de aprendizagem no país.
“Ela é muito importante para fazer o planejamento sobre o que ficou para trás, o que priorizar no momento e o que retomar mais para a frente. O primeiro ponto a ter em mente é que não se esgota em 2021. Retomada, planejamento e priorização deverão se alongar por alguns anos. O segundo ponto para as escolas é se atualizar em termos do que ocorreu com cada aluno: em uma mesma sala, haverá diferença daqueles que tiveram ajuda dos pais ou outros meios”, ressalta o diretor da Fundação Lemann.
Um bilhão de alunos fora das salas de aula
O estudo do Centro de Aprendizagem em Avaliação e Resultados para o Brasil e a África Lusófona levou em consideração, para chegar aos resultados que projetam os efeitos da pandemia sobre o ensino, o nível de aprendizado em um ano típico (usando dados do Saeb de 2015 a 2019), o tempo de interrupção das aulas (estimado em 72% do ano letivo) e o eventual aprendizado com o ensino remoto (explorado nos cenários otimista, intermediário e pessimista).A metodologia foi baseada no estudo do Banco Mundial “Simulating the potential impacts of COVID-19 school closures on schooling and learning outcome: a set of global estimates” (“Simulando os potenciais impactos do fechamento das escolas pela COVID-19 na educação e nos resultados de aprendizagem: um conjunto de estimativas globais”, em tradução livre).
O relatório do Banco Mundial mostra que o fechamento das salas de aula deixou mais de 1 bilhão de estudantes fora das escolas. Os resultados da simulação consideraram os períodos de três, cinco e sete meses de fechamento e diferentes níveis de mitigação em cenários otimista, intermediário e pessimista. Usando dados de 157 países, a análise conclui que o nível global de escolaridade cairá e que a COVID-19 resulta na perda de qualidade equivalente à de três a nove meses.
O diretor de políticas educacionais da Fundação Lemann, Daniel de Bonis, pondera que as metodologias do levantamento internacional e a usada pelo estudo brasileiro não são necessariamente compatíveis ou idênticas, pelo fato de a Fundação Getulio Vargas ter trabalhado com o ritmo de crescimento do Saeb. “Na comparação com o resto do mundo, o Brasil talvez seja um dos países que estão há mais tempo com escolas fechadas. Outro fator são desigualdades que já existiam e que a pandemia aprofundou, por exemplo, no tocante à conectividade e à escolaridade dos pais”, ressalta.
Há um impacto maior se comparado com outros países e, nesse sentido, o Brasil fica em posição desfavorável – uma provocação a mais para atacar o problema com muita intensidade, de acordo com o diretor. “Não podemos deixar uma geração para trás num século que é o do conhecimento. Precisamos de um grande compromisso nacional. Desigualdades, defasagens e tantos outros problemas já eram grandes e se aprofundaram. Quem sabe seja essa a oportunidade de enfrentar alguns desses problemas?”
Compromisso pelo ensino
O Movimento Todos pela Educação lançou em fevereiro campanha para apoiar e mobilizar prefeitos, num compromisso pelo ensino e aprendizado. Foi enviado para prefeituras dos 5.568 municípios brasileiros um kit com dois documentos técnicos recém-produzidos pela equipe no âmbito da iniciativa Educação já, municípios, com recomendações para a volta às aulas em 2021 e diretrizes para políticas estruturantes na gestão 2021-2024.Os desafios para a gestão educacional nos próximos anos, que já eram grandes, se aprofundaram diante do impacto causado pela grave crise da pandemia de COVID-19, constata o movimento.
“É muito importante que prefeituras e governos estaduais estejam muito empenhados em preparar uma retomada, mesmo que gradual, assim que autorizada pelas autoridades de saúde. Na ausência de coordenação e completa inoperância do Ministério da Educação (MEC), eles devem ter em mente que a reabertura das escolas precisa ser prioridade assim que possível”, afirma o líder de políticas educacionais do Todos pela Educação, Gabriel Corrêa.
Três perguntas para...
Gabriel Corrêa, líder de Políticas Educacionais do Todos pela EducaçãoQuais os caminhos para recolocar a educação, que já tinha tantas fissuras, no rumo certo?
A educação está passando pelo seu momento mais desafiador e até que consigamos superar por inteiro a pandemia, o cenário será muito crítico. Por isso, o poder público precisa dar prioridade à educação básica no enfrentamento dos efeitos adversos que a pandemia trouxe a alunos e educadores. Os impactos do fechamento prolongado das escolas são muito grandes, porque a escola tem sim um papel de proteção social, de nutrição, segurança emocional, além, claro, da aprendizagem. Por mais que estratégias de ensino remoto sejam fundamentais, está cada vez mais evidente que estão longe de garantir a aprendizagem necessária de crianças e adolescentes.
Quais as principais recomendações às cidades que retomaram as aulas em modo remoto?
É muito importante agora que a educação deixe de ser prioridade no discurso e passe a ser na prática. E que as prefeituras estejam preparadas para um retorno com segurança, quando a situação permitir. Os locais não voltarão todos juntos, mas é preciso estar preparado para enfrentar os desafios que a pandemia trouxe. E, neste momento de retorno (às aulas), seja por meio remoto ou numa combinação com o presencial, a estratégia de comunicação do poder público com a população, professores, alunos e famílias é fundamental. Estamos num cenário atípico e crítico e muita gente com medo do que vai ocorrer.
Quais os prejuízos para os estudantes que nem ao ensino remoto tiveram acesso e assim ainda permanecem? Nesse caso, como recuperar o curso da educação?
Por mais que saibamos que o remoto não é o ideal para a educação básica, enquanto estivermos na pandemia, mesmo em caso de reabertura, ela se dará de forma muito gradual em 2021. Por isso, será importante combinar estratégias de ensino remoto com presencial para que possamos dar conta de tantos problemas de aprendizado criados em 2020. Já é possível perceber em outros países como a pandemia afetou a aprendizagem e, por mais que não tenhamos ainda dados para medir o caso brasileiro, todas as estimativas são de efeitos enormes.
A educação precisa ganhar, por conta disso, mais prioridade do que vem recebendo durante a pandemia, principalmente nas discussões de quais setores podem ficar abertos quando a situação epidemiológica começa a melhorar. E é preciso ter em mente que alunos mais pobres são os mais prejudicados, sendo necessário olhar atento e respostas de governos estaduais e municipais em termos de políticas públicas para minimizar esses impactos.
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência
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