O fato aconteceu nessa terça-feira (23/3). O nome do vereador não foi divulgado, mas a reportagem apurou que se trata do vereador Ernandes Alves dos Santos, o Nandão (Podemos).
De acordo com a informação do 30º Batalhão da Policia Militar de Januária, na terça-feira uma equipe da corporação se deslocou até o distrito de Riacho da Cruz, “em apoio a funcionários da Copasa e após solicitação destes. Segundo os funcionários, um usuário estaria inadimplente há vários meses e, todas as vezes que os agentes se deslocavam ao local para realizar o corte da água, o usuário os ameaçava”.
“Os militares questionaram o encarregado da Copasa se a ação estaria em conformidade com a decisão do governador (Romeu Zema), proferida no dia 18 deste mês, a qual visa reduzir os prejuízos provocados pela Onda Roxa, suspendendo os cortes de água e luz para os consumidores de baixa renda”, relatou a PM.
Segundo a corporação, o funcionário da companhia de saneamento relatou que esse morador não foi cadastrado como “consumidor de baixa renda” (como prevê decreto estadual).
E que “houve várias tentativas de realizar a negociação, porém, ele recusou todas as formas de parcelamento do valor devido”.
De acordo com o 30º BPM de Januária, enquanto a questão era discutida, “compareceu ao local um senhor que se identificou como vereador de Januária e, em alto tom, afirmava que não aceitaria que fosse realizado o corte da água e inclusive repetia por diversas vezes que teriam que tirá-lo preso daquele local para que os servidores da Copasa pudessem realizar o serviço”.
Em dado momento, informou a PM, “o referido vereador afirmou para todos que ali estavam e solicitou que fosse gravado por outra pessoa que o acompanhava: “estou com COVID e nem poderia estar aqui”.
O vereador ainda teria invadido a área demarcada para o serviço de corte do fornecimento de água e na sequência, desobecido a ordem dos militares para deixar o local.
Os militares deram voz de prisão ao vereador pelos crimes de desobediência, desacato e por infringir a determinação do poder público, destinada a impedir a propagação de doença contagiosa "indo até o cenário da intervenção, enquanto deveria estar isolado, uma vez que ele próprio alegou estar com COVID-19”, informou a PM.
Ainda conforme a PM, o vereador foi levado a hospital do município para “verificar suas condições de saúde” e, em seguida, conduzido à Delegacia de Plantão de Januária.
“O serviço da Copasa (o corte de água do consumidor inadimplente) foi executado sem nenhuma outra intercorrência”, informou a Polícia Militar.