A operação, que recebeu o nome de 'Black Monday', teve início através das investigações da 8ª Promotoria de Justiça de Pouso Alegre, no Sul de Minas, e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), depois de uma vítima da cidade apresentar a denúncia contra a organização criminosa.
A apuração, iniciada em maio de 2020, recolheu indícios de que, através dos sites 'Aprenda Investindo' e 'Investing Brasil', centenas de pessoas, na expectativa de realizar investimentos financeiros, foram direcionadas para as corretoras 'VLOM' e 'LBLV'. Assim, as vítimas realizavam transferências bancárias para diversas pessoas jurídicas e os valores não eram revertidos no desejado investimento. Ao contrário, o dinheiro das vítimas, conforme apurado até o momento, era convertido em 'Bitcoins' e em bens de alto valor.
Estima-se que, entre 2019 e 2020, o número de vítimas seja superior a mil e quinhentas pessoas, às quais teriam perdido a quantia de aproximadamente R$ 60 milhões.
Mandados de apreensão e de prisão
Segundo o MP, estão sendo cumpridos 29 mandados de busca e apreensão e seis de prisão. Os mandados estão sendo cumpridos em cinco estados: Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Bahia e Goiás. Dois carros de luxo, entre eles uma Lamborghini avaliada em R$ 2,5 milhões, foram apreendidos no início da manhã. De acordo com o Gaeco, nenhum dos mandados está sendo cumprido em Minas Gerais. No estado existem várias vítimas da organização criminosa.
Estrutura da operação em 12 estados
A operação 'Black Monday' tem a participação do Ministério Público de 12 estados, contando com Minas Gerais, e do Ministério da Justiça, além de outros órgãos de apoio.
No total, participam da operação 26 Promotores de Justiça, 42 servidores dos Ministérios Públicos, 19 Delegados de Polícia, 91 Agentes da Polícia Civil, 30 Policiais Militares, um perito e nove Policiais Rodoviários Federais.
Após o encerramento das diligências será divulgado o número de pessoas efetivamente presas, inclusive em razão de flagrante, e dos bens apreendidos para reparação dos danos causados às vítimas.
Até o momento, a reportagem não conseguiu falar com as defesas dos citados pelo MMPG.