Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Montes Claros tem recorde de mortes em único dia desde inicio da pandemia

O setor de Epidemiologia da Prefeitura de Montes Claros (Norte de Minas) informou que foram registradas nesta quinta-feira (25/3) no município 22 mortes decorrentes de complicações da COVID-19. Desde o início da pandemia, é o maior numero de óbitos de pacientes com o novo coronavírus confirmadas na cidade (413,4 mil habitantes), que alcançou total de 492 mortes provocada pela doença respiratória.




 
Nesta quinta, foram confirmados mais novos casos de coronavírus em Montes Claros, que soma 25.040 pessoas que testaram positivo para doença.

Desde 2 de março os hospitais do município enfrentam a superlotação dos leitos clínicos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pessoas contaminadas pela COVID-19.

Nesta semana, as unidades hospitalares passaram enfrentar outro drama: a baixa de estoques de medicamentos para sedação do kit intubação, usados na manutenção dos pacientes graves da doença que estão na UTIs.
 
Em entrevista à Inter TV Grande Minas (afiliada Rede Globo), no início da tarde desta quinta, a secretária de Saúde de Montes Claros, Dulce Pimenta, disse que os hospitais do município informaram que “zeraram” os medicamentos do kit de sedação dos pacientes da COVID-19 em tratamento intensivo.




 
Ela informou que encaminhou documentos à Secretaria de Estado da Saúde e ao Ministério da Saúde solicitando a solução imediata para o problema.

Dulce revelou que diante da falta do neurobloqueador (usado para sedar os pacientes), como medida paliativa os hospitais passaram a aplicar nos pacientes intubados um medicamento alternativo, normalmente usado durante a realização de cirurgias.

Mas o estoque dessa outra droga também “está comprometido”.

Promessas

 
Dulce ainda afirmou que a Secretaria Estadual de Saúde assegurou que iria mandar os insumos do kit intubação para Montes Claros ainda nesta quinta-feira.

Para isso, iria recolher os medicamentos de hospitais de outras regiões do estado para suprir as unidades da cidade-polo do Norte de Minas.
 
Já o Ministério da Saúde, disse a secretária, prometeu encaminhar os medicamentos usados na intubação de pacientes para o município até esta sexta-feira.



A escassez dos remédios do kit intubação é enfrentada em outras regiões de Minas e do país.
 
No início da noite desta quinta-feira, o prefeito de Montes Claros, Humberto Souto (Cidadania), afirmou que, além de que ter comunicado “a situação calamitosa” da baixa de estoques dos medicamentos do kit intubação ao Governo do Estado e ao Ministério da Saúde, mobilizou deputados e senadores votados na região para tentar revolver o problema. 

“Temos promessa garantida pelo Governo do Estado que hoje (quinta-feira) receberíamos pelo menos os medicamentos para evitar o pior”, argumentou o chefe do Executivo.
 
Ele lembrou que os hospitais são prestadores de serviços aos município:“Os procedimentos médicos hospitalares, como cirurgias e internamentos, são da responsabilidade dos hospitais privados, dos quais compramos os serviços (por chamamento público), contratados anualmente, por exemplo".
 
“Conclusão: os hospitais contratados é que teriam a responsabilidade de entregar o serviço, mas dada à gravidade do momento estamos solidariamente juntos nesta luta”, assegurou Humberto Souto.




 

Situaçao na Santa Casa 


O problema da escassez de medicamentos do kit intubação para os pacientes graves da COVID-19 é enfrentado na Santa Casa de Montes Claros.

Maior hospital do Norte de Minas, a instituição informou, nesta quinta-feira, que está com todos os leitos para atendimento à pacientes com COVID-19 (59 clínicos e 20 de terapia intensiva) ocupados.
 
Além disso, 13 pacientes estão aguardando vagas em seu Centro de Tratamento Intensivo (CTI), enquanto quatro esperam vagas de leitos clínicos, informou o hospital.

“Os estoques dos hospitais de Montes Claros referente aos neurobloqueadores esgotaram. No entanto, esses insumos, esses medicamentos neurobloqueadores, estão sendo substituídos por outros medicamentos”, afirmou o superintendente da Santa Casa, Maurício Sérgio de Souza e Silva. 
 
“As providências cabíveis já foram tomadas uma vez que os hospitais de Montes Claros já notificaram os três poderes (Município, Estado e Governo Federal) com relação à necessidade urgente da reposição desses estoques”, completou Maurício.
 
Ao todo, de acordo com a Secretaria de Saúde de Montes Claros, existem 340 pacientes com o novo coronavirus internados nos hospitais da cidade.

A taxa de ocupação de leitos clínicos para COVID-19 é de 96% enquanto a ocupação dos leitos de UTI para pacientes da doença respiratória chegou a 94%.




audima