Jornal Estado de Minas

DECISÃO

Mesmo com ação movida pelo Estado, Varginha segue fora da onda roxa

Mesmo com ação civil pública movida pelo Governo de Minas, Varginha, no Sul do estado, segue fora da onda roxa, fase mais restritiva do Programa Minas Consciente. O anuncio foi feito pelo prefeito, Vérdi Lúcio Melo, durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (25/3).





 

“Nós não entramos porque nossas ações têm dado resultado positivo, melhoramos um pouco agora e a economia precisa sobreviver. Precisamos dar o fôlego. Se eu fechar tudo como é que vai fazer? A vida em primeiro lugar sim, mas como vamos fazer? Nós vamos morrer de fome ou de COVID-19? Como está a vida das pessoas? É uma situação muito difícil”, afirmou prefeito em coletiva.

 

A ação movida pelo Estado pede que Varginha siga na onda roxa, fase mais restritiva do Programa Minas Consciente, sob multa diária de R$ 500. Mesmo assim, Vérdi se manteve firme na decisão.

 

“Eu não sei se o nosso município é o único, parece que tem outros 26 municípios. Realmente nós recebemos uma ação do Estado e o nosso setor jurídico está respondendo aos questionamentos da Justiça. Enquanto isso, nós estamos trabalhando e fazendo nosso dever de casa. Nada adianta eu não entrar na onda roxa e cruzar os braços e deixar que as coisas aconteçam. Independente da onda roxa, ou verde, amarela ou azul, eu tenho que trabalhar. Não posso esperar dizer se é ilegal ou não. Se amanhã a Justiça dizer: vai fechar, ordem judicial, infelizmente, eu não tenho o que fazer. Mas vamos continuar na mesma pegada e no mesmo objetivo. Nós estamos trabalhando, temos até medida mais forte que Estado. Vamos continuar trabalhando a favor das pessoas”, explicou.





 

Durante coletiva, Vérdi culpou a população que está desrespeitando as medidas impostas para conter o avanço da COVID-19 na cidade. Segundo o prefeito, já foram aplicadas 304 multas e 65 interdições de estabelecimentos nos últimos dias.

 

“Não adianta tapar o sol com peneira. Eu não quero culpar comércio, o que eu estou culpando aqui é a população, porque chega no fim de semana é rancho, é sitio, é chácara. Nós não conseguimos fiscalizar tudo, porque é muito espalhado. A população precisa entender que o momento é crítico”, diz.

 

O prefeito falou sobre o novo decreto com medidas mais rígidas, que segue até o dia 4 de abril. Os supermercados vão funcionar de segunda-feira a sábado até as 20h. Padarias só até o meio dia nos domingos e feriados. Bares e restaurantes seguem fechados no fim de semana e a venda de bebidas alcoólicas também estão proibidas nesses dias.





  

Já o comércio continua funcionando como está, das 12h às 20h. 

 

Segundo o prefeito, barreiras sanitárias serão montadas na cidade para impedir a entrada de visitantes. “E se for necessário, a PM vai dar suporte ao trabalho. Ainda estamos pagando a conta do carnaval. O que estamos fazendo hoje é daqui 15 dias, como os especialistas dizem, que vamos ter o resultado”, completa.

 

Nesta quinta-feira (25/3), Varginha registou 101 casos positivos do novo coronavírus e mais cinco mortes. A cidade soma 7.481 pessoas infectadas e 144 óbitos. De acordo com o prefeito, até o momento, nenhuma pessoa ficou sem atendimento médico no município.

 

O prefeito também foi questionado sobre o estoque de oxigênio e ele garantiu que a situação está equilibrada e que já autorizou um aditivo contratual para continuar com o fornecimento. “E se a coisa apertar, a UPA vai ficar só para atendimento COVID-19”.





 

Volta às aulas

 

O prefeito tinha autorizado o retorno das aulas presenciais para o dia 5 de abril, em formato híbrido. Mas com o agravamento do novo coronavírus, o retorno foi adiado mais uma vez para o dia 3 de maio.

 

A medida vale apenas para a rede municipal de educação. Já as redes federal e particular estão autorizadas a retomar, desde que as instituições sigam à risca às normas sanitárias e tenham o alvará da Vigilância Sanitária. Lembrando que as escolas estaduais estão fechadas durante a onda roxa.

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