O Brasil chegou ao dramático número de 300.685 brasileiros mortos por COVID-19 na quarta-feira, resultado da pandemia que não só impressiona como provoca espanto quando comparado ao tamanho de populações de grandes e médios municípios de Minas Gerais, segundo estado mais populoso do território nacional. Perde apenas para São Paulo. Em Minas, somente oito municípios, de um total de 853, não seriam varridos pela doença respiratória quando se busca comparação para medir a extensão a que chegam os óbitos em todo o país, além do drama de interromper o direito à vida.
O número de mortes por COVID-19 no Brasil equivale, também, a quase 100 vezes a população de Albertina, no Sul de Minas, e São Sebastião da Vargem Alegre, na Zona da Mata. Segundo o IBGE, ambas as cidades tem 3.007 habitantes. Daria, também, quase duas cidades de Pouso Alegre, uma das maiores do Sul de Minas, com 150.737 moradores.
As oito cidades mineiras que superam 300 mil habitantes são: Belo Horizonte, Uberlândia, Contagem, Juiz de Fora, Betim, Montes Claros, Ribeirão das Neves e Uberaba. Ou seja, outros 845 municípios do estado têm população menor que o número de vidas perdidas para COVID-19 no Brasil registrado na quarta-feira. A estimativa de habitabtes é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a 2019.
Em Minas Gerais, grandes cidades como Governador Valadares, Ipatinga, Sete Lagoas, Divinópolis e Santa Luzia, que têm população acima de 200 mil, seriam "extintas", se levado em conta o número de mortes pela COVID-19 no Brasil. De acordo com o IBGE, Minas tem 21.292.666 habitantes. Se as 300.685 mortes fossem contabilizadas no estado, 1,41% da população mineira teria perdido a vida.
O número de mortes por COVID-19 no Brasil equivale, também, a quase 100 vezes a população de Albertina, no Sul de Minas, e São Sebastião da Vargem Alegre, na Zona da Mata. Segundo o IBGE, ambas as cidades tem 3.007 habitantes. Daria, também, quase duas cidades de Pouso Alegre, uma das maiores do Sul de Minas, com 150.737 moradores.
Há outras formas de comprender o que representam os registros de mortes no Brasil provocadas pelo novo coronavírus. Trata-se um número tão elevado que corresponderia, por exemplo, a pouco menos de cinco estádios do Mineirão, em Belo Horizonte, na Região da Pampulha. O chamado gigante da Pampulha pode comportar até 62 mil pessoas.
Histórico
Dados do Portal de Transparência da de Registro Civil da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen) mostram que as 300.685 mortes por COVID-19 no Brasil em um ano, superam o número de falecimentos em Minas Gerais de 2019 a 2021. Os números indicam que o estado registrou 296.464 vidas perdidas.
O índice de mortes no Brasil também é superior a 10% se comparado com a quantidade de homicídios consumados em Minas Gerais entre 2012 e 2021. Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) mostram que, no período citado, 30.108 pessoas perderam a vida em todo o território mineiro.
Alarmante
Grandes e pequenos municípios vivem o colapso, com o avanço das contaminações e de mortes provocadas pelo coronavírus. No Sul de Minas, o pesqueno município de Itamonte, com seus 1.094 habitantes, registra 20 óbitos e tem 20 pacientes internados. Nos últimos oito dias, foram mais de 140 casos confirmados e mais dois óbitos.
O agravamento da COVID-19 vem preocupando a prefeito Alexandre Filadelfo, que, ontem, postou vídeo nas redes sociais para alertar a população sobre a situação na cidade. “Venho trazer quase um alarme. Um alerta muito forte sobre a COVID-19. Neste momento, a situação é alarmante. O hospital está totalmente cheio, doentes graves e que não estão conseguindo serem transferidos para UTIs com mais recursos”, alerta prefeito.
A cidade segue na onda roxa do programa Minas Consciente, do governo estadual, a fase mais rígida do fechamento das atividades econômicas. Na semana passada, a prefeitura decidiu endurecer ainda mais as regras e fechou todo o comércio por 72 horas. Mas, de acordo com o prefeito, a população precisa colaborar.
“Vamos aumentar a estrutura com mais médicos para fazer esse enfrentamento. Por isso, pedimos colaboração da população. A situação é muito grave. O caos quase está se instalando. E não é por operação do hospital, ele chegou ao seu limite. Não estamos encontrando médicos com facilidade. As instalações não conseguem mais absorver o número de doentes. Estamos com doentes intubados há mais de 24 horas sem UTI. Só nos resta essa arma, do isolamento para reduzir o número de pessoas”, ressalta.