Ciclistas, pais com filhos pequenos e caminhantes que insistiram em procurar as praças mais movimentadas de Belo Horizonte tiveram o espaço para a atividade física bloqueado neste sábado (27/03).
O fechamento por gradis metálicos já totaliza oito praças. A medida é uma forma de prevenção a aglomerações em meio ao colapso hospitalar pela COVID-19.
Os agentes da prefeitura começaram a fechar com grades metálicas a Praça Floriano Peixoto, no Bairro Santa Efigênia, Região Leste de BH, por volta das 10h. Às 9h levaram defesas para a Praça Duque de Caxias, no Bairro Santa Teresa, na mesma região. No bairro vizinho, o espaço é um dos únicos da vizinhança e tradicionalmente usado pelos moradores logo cedo, se fazendo necessário o fechamento.
O autônomo Bernardo Silva, de 35 anos, morador do Bairro Santa Efigênia, foi um dos que tiveram os exercícios interrompidos na Praça Floriano Peixoto, mas disse que, ainda assim, apoia a medida de restrição de circulação na capital mineira.
"Faço caminhadas aqui constantemente. Acho que (o fechamento das praças) é necessário, apesar de ser um desconforto. As pessoas não respeitam as fitas que (a prefeitura) colocaram para que as pessoas não se sentem lado a lado nos bancos, as que colocaram interditando os brinquedos e aparelhos de ginástica. Então acaba necessário o fechamento para garantir que as pessoas não tenham acesso. Porque se continuar do jeito que está, vai ser muito pior. Infelizmente é duro a gente ver isso, mas é necessário", podera Bernardo.
Nem todos concordam. O analista de sistemas Sálvio Furbino levou a filha para caminhar e não gostou de encontrar a praça fechada. "Agora nos restou ficar trancados em apartamentos, como milhares de pessoas. Acho que cada um tem de ter responsabilidade com os idosos e pessoas de doenças crônicas. Mas os exercícios físicos são fundamentais para melhorar a nossa imunidade. Onde as crianças vão correr agora?", indaga.
O analista afirma que vem procurando locais para a família exercitar à medida que a prefeitura os vai fechando. "Moramos na Região Central. Frequentávamos a Praça da Liberdade, da Assembleia. A Floriano Peixoto tinha sido uma das que nunca tinha fechado. Agora vamos voltar para o apartamento. Acho que cada um tinha de ter a sua responsabilidade. usar máscaras e fazer o afastamento. Já não visitamos os avós, deixamos de levar as crianças nas escolas. Agora nem espaço para a saúde mental temos mais", criticou Sálvio.
De acordo com o representante da empresa que implementa os cercamentos para a prefeitura, Willian Marins, as pessoas têm respeitado os fechamentos e não há registros de vandalismo. "As manutenções são feitas nas segundas e sexta-feiras, mas apenas pontuais, alguma grade que caiu, nada que possa demonstrar vandalismo", afirma.
Segundo o representante da empresa de cercamento, o recuo deixado para as pessoas é de 50 centímetros a partir do meio-fio das praças, deixando apenas espaços como o de circulação em calçadas e rampas para deficientes.
Cerco a espaços de aglomeração
Neste sábado (27/03) foram cercadas as praças Duque de Caxias (Santa Tereza, Região Leste), a Floriano Peixoto (Santa Efigênia, Centro-Sul) e a Arquiteto Ney Werneck (Belvedere, Centro-Sul).
Outros sete pontos da Lagoa da Pampulha também serão interditados com gradis. São eles: o Marco Zero, os mirantes Bem-te-vi e Biguá, a entrada do Museu e as praças Olavo Kafunga Bastos, Geralda Damata Pimentel e São Francisco de Assis. O vertedouro não foi fechado.
Duas pistas de corrida terão trechos interditados na Avenida José Cândido da Silveira, no Bairro Cidade Nova (Nordeste) e na Rua Henrique Badaró Portugal, no Buritis (Oeste).
Desde 7 de março, outros sete locais com potencial de aglomeração de pessoas estão fechados em BH. São eles: as praças JK, da Assembleia, da Liberdade e do Papa; os mirantes Garças e Sabiá (ambos na Pampulha) e a Lagoa Seca, no Belvedere.
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
Vídeo explica porque você deve aprender a tossir
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.
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