No primeiro dia útil em que os ônibus do transporte público de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, não puderam transportar passageiros de pé, a grande reclamação foi a espera extra por carros com poltronas vazias. Apesar disso, a lotação parece ter sido atenuada no início desta segunda-feira (29/3).
O relato de alguns usuários do transporte era que os veículos passavam e não poderia parar por já estarem com os bancos ocupados. Na avenida Nicomedes Alves do Santos, no bairro Gávea, Zona Sul da cidade, a atendente de telemarketing Patrícia Curvelo era uma das sete pessoas que viram dois ônibus passarem sem poder embarcar mais pessoas. “Nem param, não pode mais, né? Eles passaram no horário certo e eu tenho que aguardar. Se demorar muito eu vou me atrasar”, disse.
Outra passageira no mesmo local, Virgínia Alves, afirmou que a medida seria válida desde que a frota fosse reforçada para evitar o problema pelo qual eles passavam. “Deveria ter mais ônibus, porque aqui onde nós estamos, os ônibus já chegam cheios, vindos do (Bairro) Shopping Park”, explicou.
Segundo a resolução municipal, não haverá aumento no número de veículos para suprir a menor capacidade de cada ônibus. “O município designará a frota estimada para atendimento da demanda, limitado à quantidade máxima de veículos operacionais disponíveis no contrato”.
No Centro da cidade, trabalhadores relatavam que foi preciso buscar uma alternativa para evitar atrasos. Segundo a atendente Daiane Dimas, no bairro Canaã, Zona Oeste, ela também viu dois ônibus que iriam diretamente para a região central passarem e foi preciso fazer outra rota para chegar no trabalho. “Não consegui ir direto para o terminal central, então peguei um ônibus para o terminal Planalto e lá peguei outro para a praça (Tubal Vilela)”, explicou.
Medida reduziu lotação
Ainda que tenha gerado essa dificuldade e não tenha previsão para mais veículos circulando, a nova medida mostrou sucesso na redução de veículo lotados, que geravam aglomerações e poderiam levar contágio por coronavírus aos usuários. Pelo menos pela manhã, os terminais, estações de corredores do transporte público e pontos de ônibus também não tinham a mesma quantidade de pessoas que geravam insegurança sanitária e reclamações.
Desde que a restrição de circulação e de funcionamento do comércio em Uberlândia foram adotadas, flagrantes de ônibus e terminais cheios foram comuns na cidade, uma vez que muitas empresas ainda continuaram funcionando internamente e trabalhadores continuaram circulando.