A Polícia Civil prendeu um homem de 22 anos suspeito de envolvimento na morte de um gesseiro, de 35, em dezembro de 2019 na cidade de Ibirité, Região Metropolitana de Belo Horizonte. A vítima tinha esquizofrenia e foi assassinada após pedir uma bebida para um dos suspeitos, que chamou o homem preso neste mês e outro comparsa para “dar um susto” na vítima, que acabou morta com golpes de tacos de sinuca e até um taco de beisebol. Os outros dois homens acabaram assassinados algum tempo depois, e a polícia desconfia que foi por vingança.
Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (29/3), o delegado Wellington Faria, da Delegacia Especializada de Homicídios de Ibirité, deu mais detalhes do caso.
O crime foi em 9 de dezembro de 2019. Segundo ele, a vítima era conhecida no bairro e todos sabiam da sua condição psicológica. Ele costumava fazer uso da medicação controlada e consumir bebidas alcoólicas, o que o levava a alguns momentos de alteração.
Naquele dia, ele estava bebendo cerveja em um bar da cidade quando abordou um dos suspeitos. “A vítima solicitou que esse indivíduo lhe pagasse uma bebida. Ele se negou, não gostou da abordagem da vítima e deixou o local prometendo retornar. Passados 10 minutos, ele voltou na companhia de outros suspeitos, os três armados com tacos de sinuca e um suposto taco de beisebol e, sem a menor chance de defesa, sem nada falar com a vítima, passaram a agredi-la”, conta o delegado.
O homem sofreu ferimentos graves na cabeça e no rosto e chegou a ter um dos tacos introduzido na boca. A vítima morreu ainda no local, deixando a esposa, na época grávida, e uma filha que tinha 9 anos.
A polícia começou a investigar o caso e identificou os três suspeitos, que atuavam no tráfico de drogas na região. O ponto de venda ficava próximo ao bar onde o crime ocorreu. O homem que brigou com o rapaz no estabelecimento era o líder.
“Durante as investigações, nós fomos surpreendidos com a morte de dois dos autores. Esses crimes estão sendo apurados aqui na delegacia e posso afirmar que têm relação com esse primeiro homicídio. Eles foram mortos em decorrência de serem autores desse homicídio de 9 de dezembro”, diz o delegado.
Wellington Faria conta o primeiro envolvido foi morto em 26 de dezembro de 2019, poucas semanas após o crime. Diante disso, os outros dois fugiram. No entanto, em 15 de novembro do ano passado, um deles voltou a Ibirité por conta das eleições, e também acabou executado. Entre os mortos está o líder do grupo.
O homem que foi preso agora chegou a ficar no Espírito Santo, onde foi preso por porte ilegal de arma. O delegado relata que, com muita dificuldade, uma vez que as testemunhas temiam represálias, conseguiram as provas e depoimentos que levaram à representação pela prisão temporária desse suspeito, que foi localizado há uma semana, no dia 22, na zona rural de Mateus Leme.
“O preso tentou dizer, inicialmente, que foi convidado para ir ao bar com o chefe da quadrilha, sem saber para onde ia e o que faria. Contudo, depois de conversas resolveu cooperar e disse que sabia sim. No caminho, o homem avisou que eles ‘dariam um susto’, ou seja, espancar a vítima. Ele disse que eles não tinham a intenção de matar, mas diante da barbárie, essa versão caiu por terra”, afirma o delegado.
O homem já foi encaminhado a uma unidade do sistema prisional e o delegado acredita que, a partir de agora, será possível encerrar os casos dos assassinatos dos outros envolvidos. Ainda de acordo com o delegado, se condenado, o suspeito pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.