O mês de março ainda nem terminou, mas já entra para a história por uma estatística que causa perplexidade: em meio ao colapso nos hospitais, Belo Horizonte registrou até agora 1.167 sepultamentos nos cemitérios públicos no período, uma média de 41,6 por dia. Os dados são da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) da capital mineira, autarquia da prefeitura da capital que administra os espaços.
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Atualmente, BH conta com quatro cemitérios públicos: o Cemitério da Paz, o Cemitério da Saudade, o cemitério do Bonfim e o Cemitério da Consolação.
O efeito devastador provocado pela COVID-19 na capital mineira, que registrou o recorde de mortes em 24 horas na sexta-feira (59), contribuiu para que 3.156 perdessem a vida em 2021. O dado é 21% maior que o computado no mesmo período do ano passado, quando a pandemia estava em fase inicial.
Agora, já existe preocupação acerca do colapso funerário em BH, como ocorreu com Manaus e Fortaleza no ano passado e com Porto Alegre atualmente. Apesar disso, a FPMZB alega que o setor ainda opera sem riscos de caos.
“A fundação ainda tem condições de continuar ampliando sua capacidade de atendimento, mas como não temos como afirmar se os números da pandemia vão continuar subindo e por quanto tempo continuarão na crescente. Também não temos como afirmar por quanto tempo os recursos, que são naturalmente finitos, serão suficientes para atendimento nos mesmos padrões praticados até o momento”, afirma a autarquia, em nota, ao Estado de Minas.
A fundação alega, porém, que a situação já é preocupante em virtude do aumento da demanda por enterros na capital mineira: “O que podemos dizer é que os cemitérios municipais já trabalham em sistema de alerta máximo, diante da sobrecarga causada pela elevação dos números da pandemia, como um todo. monitoramento rigoroso dos processos das necrópoles vêm possibilitando adotar medidas necessárias para manter a qualidade do atendimento à população”.
Rede particular
Os cemitérios particulares também tiveram aumento significativo de sepultamentos em 2021. O Bosque da Esperança, no Bairro Jaqueline, na Zona Norte da capital, registrou alta de 90% no número de enterros em 2021, motivado pela elevação de março.
“Estamos surpreendidos com os números, já que nunca vimos uma expansão tão grande de enterros. Com a pandemia, o serviço cresceu muito, mas nós nos preparamos para esse momento. Vamos avaliar se esse crescimento no número de casos implica também em aumento de enterros”, avalia o gerente da empresa, Marcos Santos, que afirmou que foram contratados quatro novos sepultadores.
No cemitério Parque Renascer, em Contagem, o cenário visto nos primeiros meses de 2021 foi semelhante. O balanço mais recente da empresa mostra que a média de enterros saltou de 164 para 220 por mês, o equivalente a 34%.
O gerente de marketing, Vinícius Lopes, afirma que o cemitério reforçou o serviço para atender melhor as pessoas que necessitam de serviço fúnebre: “Montamos uma estrutura de atendimento e operacional que garante a execução dos serviços e a realização dos velórios dentro dos horários previamente agendados, evitando fila de espera”.
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