O volume de corridas por aplicativo realizadas pelos moradores de Belo Horizonte que ganham até dois salários mínimos aumentou 26%, enquanto o número de corridas entre a parcela dos belo-horizontinos que ganham acima de 5,5 salários mínimos caiu em 27%. Isso foi o que apontou um levantamento da 99, empresa de tecnologia ligada à mobilidade que comparou o número de corridas realizadas em fevereiro de 2020 com o realizado em fevereiro deste ano na cidade.
Isso denuncia a realidade de quem precisa sair para trabalhar durante a pandemia e enfrenta dificuldades com o transporte público. Conforme o Estado de Minas mostrou em 17 de março, o mês de março já concentra a maior média de passageiros de ônibus em Belo Horizonte desde o início da pandemia do novo coronavírus. Ao mesmo tempo, foi o quarto mês com mais viagens realizadas.
Esse é um dos fatores que pode explicar o aumento no uso de aplicativos por parte da população. “Em Belo Horizonte, o crescimento de viagens feitas pela parcela mais pobre mostra a preocupação em evitar aglomeração por parte dos que precisam sair de casa, como no caso dos profissionais que atuam em funções que não permitem o trabalho remoto, como caixas de supermercados, diaristas, porteiros, equipes de saúde", explica Lívia Pozzi, diretora de Operações da 99.
Na capital mineira, os passageiros de aplicativos que ganham até dois salários mínimos cresceram 4,5 pontos percentuais. A empresa não divulgou os números absolutos da pesquisa.
UFMG: índices de mortes por região devem orientar prioridades de vacinação
"Já os mais ricos puderam permanecer em casa, seja fazendo home office ou utilizando alguma reserva financeira que conseguiram economizar. Além disso, ao sair de casa, as pessoas com maior poder aquisitivo, muitas vezes, possuem carro próprio, o que não é a realidade presente para os mais pobres”, acrescentou Lívia.
Segundo o levantamento, o número de passageiros de aplicativos que ganham mais de 5,5 salários mínimos registrou queda de quase nove pontos.
De acordo com dados da empresa de transporte e trânsito de Belo Horizonte, BHTrans, neste mês, a média de passageiros transportados pelos ônibus foi de 715.519 pessoas, número que representa 56,2% dos 1.271.757 que seriam transportados normalmente, antes da chegada do vírus. As viagens caíram 33,6% nesse período.
Contudo, quando passaram a vigorar mais restrições a atividades para recuperar a capacidade hospitalar da cidade, o que se viu foram pontos de ônibus, estações, avenidas, ruas e praças vazias. Enquanto mais pessoas ingressaram no transporte público, as viagens não aumentaram, seguindo a mesma concentração de usuários.
De acordo com dados da BHTrans, a média de viagens realizadas pelos ônibus da capital foi de 16.431, uma quantidade que representa 66,4% do normalmente realizado antes da pandemia, que era de 24.743 partidas e chegadas. É o quarto mais intenso volume de viagens, atrás dos meses de novembro (69,2%), dezembro (67,8%) e outubro (67,5%), quando o volume de passageiros médios era menor.
Em 20 de março, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) ainda informou que 43 linhas de coletivos para viagens intermunicipais da Grande BH já foram autorizadas a operar com circulação reduzida. O protocolo emergencial foi decretado em acordo com as empresas concessionárias do transporte coletivo metropolitano após o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), determinar, por 15 dias, Onda Roxa (mais restritiva) para os 853 municípios do estado.
Nacionalmente, a frequência de uso entre os de menor renda cresceu sete pontos percentuais no aplicativo, ao passo que os de maior poder aquisitivo registram atualmente uma queda de 13,5 pontos percentuais em viagens por app. Esses dados vêm justamente ao encontro dos números registrados em outra pesquisa da 99, divulgada em 2020. Feita nas periferias das grandes cidades, 19% dos entrevistados afirmaram que não puderam fazer o isolamento e precisaram trabalhar todos os dias. 32% fizeram apenas de 1 a 3 meses de isolamento.
"Além disso, durante a pandemia, a segurança em relação à COVID-19 também aparece com grande relevância com relação aos fatores de decisão para a escolha do transporte quando for sair de casa. 43% dos entrevistados levam em consideração o risco de contágio do coronavírus no transporte", informou a pesquisa.
(Com informações de Mateus Parreiras)
Isso denuncia a realidade de quem precisa sair para trabalhar durante a pandemia e enfrenta dificuldades com o transporte público. Conforme o Estado de Minas mostrou em 17 de março, o mês de março já concentra a maior média de passageiros de ônibus em Belo Horizonte desde o início da pandemia do novo coronavírus. Ao mesmo tempo, foi o quarto mês com mais viagens realizadas.
Esse é um dos fatores que pode explicar o aumento no uso de aplicativos por parte da população. “Em Belo Horizonte, o crescimento de viagens feitas pela parcela mais pobre mostra a preocupação em evitar aglomeração por parte dos que precisam sair de casa, como no caso dos profissionais que atuam em funções que não permitem o trabalho remoto, como caixas de supermercados, diaristas, porteiros, equipes de saúde", explica Lívia Pozzi, diretora de Operações da 99.
Na capital mineira, os passageiros de aplicativos que ganham até dois salários mínimos cresceram 4,5 pontos percentuais. A empresa não divulgou os números absolutos da pesquisa.
UFMG: índices de mortes por região devem orientar prioridades de vacinação
"Já os mais ricos puderam permanecer em casa, seja fazendo home office ou utilizando alguma reserva financeira que conseguiram economizar. Além disso, ao sair de casa, as pessoas com maior poder aquisitivo, muitas vezes, possuem carro próprio, o que não é a realidade presente para os mais pobres”, acrescentou Lívia.
Segundo o levantamento, o número de passageiros de aplicativos que ganham mais de 5,5 salários mínimos registrou queda de quase nove pontos.
Transporte público
De acordo com dados da empresa de transporte e trânsito de Belo Horizonte, BHTrans, neste mês, a média de passageiros transportados pelos ônibus foi de 715.519 pessoas, número que representa 56,2% dos 1.271.757 que seriam transportados normalmente, antes da chegada do vírus. As viagens caíram 33,6% nesse período.
Contudo, quando passaram a vigorar mais restrições a atividades para recuperar a capacidade hospitalar da cidade, o que se viu foram pontos de ônibus, estações, avenidas, ruas e praças vazias. Enquanto mais pessoas ingressaram no transporte público, as viagens não aumentaram, seguindo a mesma concentração de usuários.
De acordo com dados da BHTrans, a média de viagens realizadas pelos ônibus da capital foi de 16.431, uma quantidade que representa 66,4% do normalmente realizado antes da pandemia, que era de 24.743 partidas e chegadas. É o quarto mais intenso volume de viagens, atrás dos meses de novembro (69,2%), dezembro (67,8%) e outubro (67,5%), quando o volume de passageiros médios era menor.
Em 20 de março, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) ainda informou que 43 linhas de coletivos para viagens intermunicipais da Grande BH já foram autorizadas a operar com circulação reduzida. O protocolo emergencial foi decretado em acordo com as empresas concessionárias do transporte coletivo metropolitano após o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), determinar, por 15 dias, Onda Roxa (mais restritiva) para os 853 municípios do estado.
No Brasil
Em todo o país, os dados da 99 mostram que a parcela mais pobre da população passou a pegar 36% mais viagens por aplicativo, enquanto os mais favorecidos utilizam 41% menos a modalidade.Nacionalmente, a frequência de uso entre os de menor renda cresceu sete pontos percentuais no aplicativo, ao passo que os de maior poder aquisitivo registram atualmente uma queda de 13,5 pontos percentuais em viagens por app. Esses dados vêm justamente ao encontro dos números registrados em outra pesquisa da 99, divulgada em 2020. Feita nas periferias das grandes cidades, 19% dos entrevistados afirmaram que não puderam fazer o isolamento e precisaram trabalhar todos os dias. 32% fizeram apenas de 1 a 3 meses de isolamento.
"Além disso, durante a pandemia, a segurança em relação à COVID-19 também aparece com grande relevância com relação aos fatores de decisão para a escolha do transporte quando for sair de casa. 43% dos entrevistados levam em consideração o risco de contágio do coronavírus no transporte", informou a pesquisa.
(Com informações de Mateus Parreiras)