Em depoimento à Polícia Federal (PF) nessa segunda-feira (29/3), os empresários Rômulo e Robson Lessa, proprietários da Saritur, admitiram que compraram as doses da vacina contra a COVID-19. Uma garagem de ônibus, na Região Noroeste de Belo Horizonte, foi utilizada como ponto de encontro para a aplicação dos imunizantes.
Ainda segundo a PF, os empresários prestaram depoimento de forma espontânea. “Os empresários da empresa de transporte de passageiros admitiram, em depoimentos prestados de forma espontânea, na segunda-feira (29), a aquisição dos medicamentos de procedência ilícita”, disse, em nota, a instituição.
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Outra hipótese investigada é a de que as doses tenham sido desviadas do Ministério da Saúde. A importação ilegal dos imunizantes também não é possibilidade descartada.
Ainda de acordo com a PF, a mulher tem passagem por furto. Ela teria comercializado as vacinas ilegais para outras pessoas, além dos investigados na Operação Camarote.
A mulher (que se apresenta como enfermeira, mas, na verdade, seria cuidadora de idosos), o filho dela e um outro homem foram conduzidos à sede da Superintendência da Polícia Federal em Minas Gerais para prestarem esclarecimentos.
A mulher (que se apresenta como enfermeira, mas, na verdade, seria cuidadora de idosos), o filho dela e um outro homem foram conduzidos à sede da Superintendência da Polícia Federal em Minas Gerais para prestarem esclarecimentos.
Em depoimento nessa segunda-feira, os empresários admitiram a aquisição das doses de procedência ilícita. Na sexta-feira (26/3), agentes da Polícia Federal estiveram na garagem que teria sido o local da vacinação.
No mesmo dia, uma lista com 57 nomes de pessoas que podem ter recebido a primeira dose foi recolhida pela instituição.
No mesmo dia, uma lista com 57 nomes de pessoas que podem ter recebido a primeira dose foi recolhida pela instituição.
Entenda o caso
Na quarta-feira (24/3) da semana passada, uma reportagem da "Revista Piauí" mostrou que políticos e empresários de Minas teriam tomado a primeira das duas doses da vacina da Pfizer contra a COVID-19.
Eles teriam contrariado lei, aprovada neste mês, que determina a doação ao SUS de todas as doses compradas pela iniciativa privada enquanto grupos de risco estão sendo vacinados.
Em 25 de março, a Justiça Federal em Brasília considerou inconstitucional essa lei, mas a decisão é provisória e ainda deve ser avaliada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Um dos que teriam recebido a dose do imunizante foi o ex-senador Clésio Andrade, ex-presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT).
"Estou com 69 anos, minha vacinação (pelo SUS) seria na semana que vem, eu nem precisava, mas tomei. Fui convidado, foi gratuito para mim", disse à Piauí.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, Andrade negou ter sido vacinado pelo grupo. "Desconheço. Estou em quarentena aqui no Sul de Minas. Tive COVID", afirmou.
Em 25 de março, a Justiça Federal em Brasília considerou inconstitucional essa lei, mas a decisão é provisória e ainda deve ser avaliada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Um dos que teriam recebido a dose do imunizante foi o ex-senador Clésio Andrade, ex-presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT).
"Estou com 69 anos, minha vacinação (pelo SUS) seria na semana que vem, eu nem precisava, mas tomei. Fui convidado, foi gratuito para mim", disse à Piauí.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, Andrade negou ter sido vacinado pelo grupo. "Desconheço. Estou em quarentena aqui no Sul de Minas. Tive COVID", afirmou.
Seis vídeos obtidos pela reportagem do Estadão mostram pessoas sendo vacinadas na noite de 23 de março, na garagem da empresa mineira.
O vaivém ocorreu após as 20h, quando já estava em vigor o toque de recolher determinado pela prefeitura de BH.
As imagens exibem uma aglomeração de carros em volta da entrada do local. Uma mulher de jaleco branco vai até o porta-malas de um veículo, retira a vacina e aplica nos motoristas.
Alguns descem do carro para receber sua dose. Outros são vacinados dentro do próprio carro.
Uma outra pessoa anota nomes em uma ficha, como se estivesse confirmando cada vacinação dada.
O Ministério Público Federal também investiga o caso. A empresa nega.
Segundo boletim de ocorrência feito à Polícia Militar (PM), até mesmo crianças foram vacinadas – a Pfizer só começou agora os estudos de segurança do imunizante para quem tem menos de 18 anos.
Em nota, o grupo empresarial Saritur afirma que o assunto tratado na reportagem é de total "desconhecimento" da diretoria da empresa.
"O Grupo Empresarial Saritur esclarece que os nomes citados na reportagem 'Empresários tomam vacinas às escondidas' não fazem parte do corpo societário do Grupo. Esclarece ainda que o assunto tratado na matéria é de total desconhecimento da Diretoria da empresa".
Também por meio de nota, à qual o Estado de Minas teve acesso nessa sexta-feira, um dos proprietários da Saritur nega relação com o caso.
"O empresário Rubens Lessa, em nota, afirma que o endereço da empresa mencionada na reportagem não pertence ao Grupo Empresarial Saritur, esclarece que os nomes citados na reportagem não fazem parte da direção do Grupo e que o assunto tratado na matéria era de total desconhecimento da Diretoria da empresa."
Com informações de Cristiane Silva
O vaivém ocorreu após as 20h, quando já estava em vigor o toque de recolher determinado pela prefeitura de BH.
As imagens exibem uma aglomeração de carros em volta da entrada do local. Uma mulher de jaleco branco vai até o porta-malas de um veículo, retira a vacina e aplica nos motoristas.
Alguns descem do carro para receber sua dose. Outros são vacinados dentro do próprio carro.
Uma outra pessoa anota nomes em uma ficha, como se estivesse confirmando cada vacinação dada.
O Ministério Público Federal também investiga o caso. A empresa nega.
Segundo boletim de ocorrência feito à Polícia Militar (PM), até mesmo crianças foram vacinadas – a Pfizer só começou agora os estudos de segurança do imunizante para quem tem menos de 18 anos.
Em nota, o grupo empresarial Saritur afirma que o assunto tratado na reportagem é de total "desconhecimento" da diretoria da empresa.
"O Grupo Empresarial Saritur esclarece que os nomes citados na reportagem 'Empresários tomam vacinas às escondidas' não fazem parte do corpo societário do Grupo. Esclarece ainda que o assunto tratado na matéria é de total desconhecimento da Diretoria da empresa".
Também por meio de nota, à qual o Estado de Minas teve acesso nessa sexta-feira, um dos proprietários da Saritur nega relação com o caso.
"O empresário Rubens Lessa, em nota, afirma que o endereço da empresa mencionada na reportagem não pertence ao Grupo Empresarial Saritur, esclarece que os nomes citados na reportagem não fazem parte da direção do Grupo e que o assunto tratado na matéria era de total desconhecimento da Diretoria da empresa."
Com informações de Cristiane Silva