Os hospitais dos pequenos municípios do Norte de Minas sempre enfrentaram dificuldades, por conta da limitação da capacidade de atendimento, falta de equipamentos e a falta de profissionais especializados. Agora, as unidades ganharam importância no enfrentamento da pandemia do coronavírus, com credenciamento pela Secretaria de Estado de Saúde para internações exclusivas de pacientes da COVID-19.
A medida visa amenizar o colapso no sistema hospitalar da região, diante do aumento dos casos de coronavirus. O Norte de Minas está na onda roxa desde 7 de março, a mais restritiva do Plano Minas Consciente do governo do estado.
Nesta quarta-feira (31/3), o governo estadual decidiu estender a onda roxa até 11 de abril em 13 das 14 regiões do estado – a única exceção é o Triângulo do Norte, que retorna o vermelha na próxima segunda-feira. Hospitais de cinco pequenos municípios da região disponibilizaram leitos para receber pacientes: Coração de Jesus, Grão Mogol, Rio Pardo de Minas e São João do Paraíso.
Em dois hospitais regionais do Norte de Minas, houve a ampliação do número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de Janaúba e Taiobeiras.
De acordo com a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, as instituições de saúde do Norte de Minas já disponibilizaram 597 vagas hospitalares para o atendimento exclusivo pessoas acometidas pela COVID-19, divididas em 379 leitos clínicos, 169 leitos de UTI e 49 leitos de suporte ventilatório.
Conforme a SRS de Montes Claros, a partir de deliberação da Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde – (CIB-SUS), o Hospital da Fundação de Saúde de São João do Paraíso disponibilizou 14 leitos clínicos (12 de adultos e dois pediátricos) para pacientes do coronavírus.
No Hospital São Vicente de Paulo (município de Coração de Jesus), foram credenciados oito leitos clínicos e dois de suporte ventilatório para as pessoas contagiadas pela doença respiratória.
Também foram inseridos na rede de referência no atendimento exclusivo aos pacientes com a COVID-19: Hospital Tácito de Freitas Costa (oito leitos clínicos), de Rio Pardo de Minas; e Hospital Afrânio Augusto de Figueiredo, de Grão Mogol, que disponibilizou leitos clínicos e dois de suporte ventilatório para os pacientes com COVID-19.
Ampliação
No mês de março, o Hospital Regional de Janaúba aumentou para 18 a quantidade leitos de terapia intensiva para o atendimento exclusivo aos pacientes da COVID-19, sendo que antes so contava com cinco leitos de UTI com esta finalidade. O Hospital Regional Santo Antonio,de Taiobeiras, ampliou a sua estrutura em mais cinco vagas de UTI e passou a contar com 15 leitos de terapia intensiva para as internações de pacientes com complicações decorrentes do coronavírus.
Os hospitais recebem pagamentos de diárias com valores diferenciados dos leitos voltados exclusivamente para o atendimento aos pacientes da COVID-19, a partir de autorização do Ministério da Saúde ou do credenciamento por parte do Governo do Estado.
A superintendente regional de Saúde de Montes Claros, Thauanne Pereira Marques, destaca que a abertura dos novos leitos de UTI, clínicos e de suporte ventilatório para amenizar o colapso hospitalar diante do agravamento da pandemia no Norte de Minas so foi possível graças a uma “união de esforços”, que envolveu as instituições hospitalares, o Conselho de Secretários de Saúde de Minas Gerais – (Cosems) e a Secretaria de Estado de Saúde.
O responsável pela Coordenadoria de Atenção à Saúde (CAS) da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, João Alves Pereira, ressalta que a abertura de novos leitos clínicos e de UTI nas microrregiões do Norte de Minas descentraliza e desafoga os atendimentos nos hospitais de Montes Claros, cidade-polo da região.
Por outro lado, ele destaca que, mesmo com a ampliação da estrutura hospitalar, é necessário que a população mantenha os cuidados e respeite as medidas de distanciamento social, para evitar o contágio da COVID-19 e “não sobrecarregar os serviços de saúde”.
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência
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