Com as tradições centenárias que emocionam brasileiros e estrangeiros, as cidades mineiras realizam as cerimônias da semana santa na maior devoção – e criatividade –, mesmo diante dos obstáculos causados pela pandemia.
Com as igrejas fechadas aos fiéis e o cancelamento de cerimônias ao ar livre, as paróquias têm transmissão da programação religiosa pelas redes sociais como forma de manter o público atento às missas, ofícios e demais celebrações da Paixão de Cristo e tríduo pascal. Muitas atividades culturais estarão presentes até domingo.
Com as igrejas fechadas aos fiéis e o cancelamento de cerimônias ao ar livre, as paróquias têm transmissão da programação religiosa pelas redes sociais como forma de manter o público atento às missas, ofícios e demais celebrações da Paixão de Cristo e tríduo pascal. Muitas atividades culturais estarão presentes até domingo.
Nesta quinta-feira (01/04), pela primeira vez na Catedral Cristo Rei, em construção pela Arquidiocese de Belo Horizonte no Bairro Juliana, na Região Norte da capital, será celebrada a Missa da Unidade, antes no ginásio do Mineirinho, e no ano passado na Serra da Piedade, em Caeté, na Grande BH.
Presidida pelo arcebispo metropolitano de BH, dom Walmor Oliveira de Azevedo, a missa será sem os fiéis, mas com transmissão pela TV Horizonte (canal 30 em sinal aberto), Rádio América (AM 750) e redes sociais da Arquidiocese de Belo Horizonte.
Presidida pelo arcebispo metropolitano de BH, dom Walmor Oliveira de Azevedo, a missa será sem os fiéis, mas com transmissão pela TV Horizonte (canal 30 em sinal aberto), Rádio América (AM 750) e redes sociais da Arquidiocese de Belo Horizonte.
Na quinta-feira santa, os cristãos católicos rememoram a instituição do sacramento da eucaristia, na última ceia vivida por Jesus com seus discípulos, e celebram a unidade do povo de Deus ao redor desse sacramento.
Solidário aos que sofrem – especialmente às pessoas na pandemia, o arcebispo metropolitano de Diamantina (Vale do Jequitinhonha), dom Darci José Nicioli, orientou paróquias e comunidades para que ergam, nos adros das igrejas, uma cruz envolta em faixa vermelha, simbolizando "o grande sinal do martírio de Cristo, que é, principalmente, o motivo da nossa salvação".
Solidário aos que sofrem – especialmente às pessoas na pandemia, o arcebispo metropolitano de Diamantina (Vale do Jequitinhonha), dom Darci José Nicioli, orientou paróquias e comunidades para que ergam, nos adros das igrejas, uma cruz envolta em faixa vermelha, simbolizando "o grande sinal do martírio de Cristo, que é, principalmente, o motivo da nossa salvação".
Memórias
Em Sabará, na Grande BH, as celebrações ficam concentradas na Igreja São Francisco, no Centro Histórico, numa atmosfera bem diferente dos tempos em que centenas de pessoas participavam das rezas e procissões.
Em Mariana, na Região Central, as paróquias de Nossa Senhora da Assunção, Nossa Senhora Aparecida e Sagrado Coração de Jesus desenvolvem o projeto Memórias da Fé. A iniciativa tem como objetivo despertar nos fiéis a vivência da semana santa por meio da publicação de vídeos nas redes sociais.
Segundo o titular da Paróquia de Nossa Senhora da Assunção, cônego Nedson Pereira de Assis, o atual quadro exigiu reflexão: "Neste período em que a pandemia alcançou um índice considerável de contaminações, nós pensamos em como chegar até o povo cristão católico mantendo na memória e no coração as tradições da nossa fé mineira. As tradições que chegaram até nós por meio dos nossos pais”.
Matracas vão ressoar, mas agora em vídeo
Em Ouro Preto, a programação transcorre também no modo virtual, seguindo os protocolos sanitários e as medidas de seguranças exigidos. Neste ano presididas pela Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, as cerimônias são internas e sem a presença de fiéis.
Para o prefeito Angelo Oswaldo, essa é a época do ano em que Ouro Preto mais ressalta suas características culturais únicas: “Somos um santuário barroco com tantas igrejas, capelas, passos e referências religiosas por toda parte, mostrando que há 300 anos a cidade vive intensamente a fé e a cultura. Neste ano, em função da pandemia, não teremos as grandes liturgias, os grandes rituais nas ruas e ladeiras do município, mas no interior das nossas igrejas as cerimônias vão ocorrer e serão transmitidas. Isso é muito importante, porque estamos resistindo e mantendo viva uma grande tradição de arte e de fé, de religiosidade e de cultura”.
O pároco e reitor do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, padre Edmar José da Silva, afirma que “o princípio que usamos para preparar a semana santa deste ano é o de fazer a celebração completa, sem cortar nenhum ato. Ele acrescenta que, embora acompanhando a distância, "estamos dando ao nosso povo a oportunidade de rezar um pouco mais, de refletir um pouco mais, de colocar o seu sofrimento nas mãos do Senhor”.
As principais cerimônias ocorrem quarta, quinta e sexta-feira santas, sábado santo e domingo de Páscoa, na Igreja de São Francisco de Assis, obra-prima do Aleijadinho e do mestre Ataíde. Elas terão transmissão on-line pelas redes sociais da prefeitura local.
Gravação
Paralelamente aos eventos religiosos, as tradições serão lembradas. “A semana santa é uma das maiores e mais esperadas festividades do ano. Ouro Preto é um cenário belíssimo para todos os eventos desta celebração, que neste ano não poderá contar com a presença de fiéis e turistas. Vamos mostrar todas as cerimônias religiosas até o domingo da ressurreição", destaca a secretária de Cultura e Patrimônio, Margareth Monteiro.
"E, em produções já gravadas que serão exibidas pelas redes sociais da prefeitura, vamos lembrar também a tradição das matracas, no seu toque silencioso e choroso pela Paixão de Cristo, o anjo simbolizando a ressurreição de Jesus, o toque da banda em sua lamúria ou no encantamento de sua música festiva no domingo de Páscoa, além de todas as manifestações em torno da semana santa, como os tapetes devocionais, os anjos de prata e a confecção de amêndoas. Vamos possibilitar que o cidadão esteja em casa e participe do evento.”
Um tablado com uma cruz foi instalado na Praça Tiradentes, no Centro Histórico, ficando até segunda-feira (05/04). A cruz recebeu símbolos e paramentos seguindo as cores litúrgicas.