O primeiro trimestre de 2021 concentrou 57% de todas as mortes por COVID-19 desde o início da pandemia, em Uberlândia. O período mais mortal da doença no município do Triângulo Mineiro teve média de 11 mortes por dia, índice que quase dobrou em março, quando a média diária foi de 21 óbitos em decorrência do coronavírus. Variantes do vírus já foram apontadas como causadoras pela mortalidade em crescimento.
Entre 1º de janeiro e 31 de março de 2021, o município registrou 1.021 óbitos por COVID-19. No mesmo período, a cidade saltou de 744 para 1.765 mortes. Março foi o mês com maior quantidade de confirmações, com 668 delas. Nessa quinta-feira (1º/4), o número de mortos por coronavírus seguiu a média do mês anterior, sendo 21 óbitos atestados.
No início de março, a prefeitura informou que foi confirmada a circulação das variantes de Manaus e do Reino Unido do vírus em Uberlândia. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, na última semana de fevereiro, 38 amostras de secreção de nasofaringe (swab nasal) foram coletadas. A investigação mostrou que 25 tinham a variante P.1 (manauara) e uma tinha a variante B.1.1.1.7 (britânica).
“A investigação da Universidade Federal de Uberlândia confirmou a nossa suspeita diante da violência e da rapidez no aumento dos óbitos e internações. Vivemos uma situação grave, pois essas variantes, principalmente a britânica, são de alta transmissibilidade e letalidade. Cada um tem que fazer a sua parte agora, temos que ter responsabilidade social”, afirmou o secretario de Saúde, Gladstone Rodrigues, à época, o que explicaria a segunda onda da doença no município.
A doença avançou sobre pessoas mais jovens, com 25% dos óbitos sendo de pessoas com menos de 60 anos.
Restrições
Desde 20 de fevereiro a Prefeitura de Uberlândia restringiu o comércio e os deslocamentos pela cidade por meio da chamada Fase Rígida do Plano Municipal de Funcionamento das Atividades Econômicas. As restrições são ainda maiores que a Fase Roxa do Minas Consciente, com toque de recolher entre 20h e 5h e proibição da venda de bebidas alcoólicas.
Apesar disso, durante todo o mês de março, os leitos de UTI se mantiveram completamente ocupados. Existe a informação de queda nas fila por uma vaga do tipo. Essa fila já chegou a mais de 300 pessoas em espera e esse número pode ter redução de mais 70% no período.