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Estado de Minas COVID 19

Principal celebração da Semana Santa tem igreja vazia em Montes Claros

Representação do encontro de Jesus com Maria feita sem presença de público. 'Um padre sem povo é um padre pela metade', diz sacerdote


02/04/2021 13:14 - atualizado 02/04/2021 15:01

 
(foto: Fotos: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)
(foto: Fotos: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)

Ao longo de décadas, na Sexta-Feira Santa, milhares de pessoas participaram da Procissão de Encontro, o principal evento da Semana Santa em Montes Claros, no Norte de Minas. Mas, neste ano, por conta da pandemia da COVID-19, o momento em que Cristo, a caminho do Monte Calvário, encontra-se com Maria, foi celebrado com a igreja vazia, com transmissão pela rede social. Foi o segundo ano consecutivo que o ritual foi realizado sem a presença de públIco, devido ás medidas restritivas contra a transmissão do coronavírus.

A “Reflexão do Encontro de Jesus com Maria, sua mãe” ocorreu às 9 horas desta Sexta-Feira (02/04), na Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, a principal da cidade. As imagens de Cristo e Nossa das Dores próximo ao altar, representando o “encontro” de Cristo com a Nossa Senhora antes de ser crucificado. A pregação feita pelo padre Jânio César Barbosa dos Santos.

O sacerdote contou com apenas com a companhia de alguns auxiliares e quatro componentes de um grupo de canto. As entradas da catedral foram fechadas.

Para às 15 horas desta sexta, na Catedral, foi marcada a “Paixão do Senhor/Adoração do Crucificado”, que será presidida pelo arcebispo metropolitano dom João Justino de Medeiros, também sem a presença dos fiéis. 
 
Desde o dia 3 de março, o município proíbe a realização de missas e cultos e outras celebrações em igrejas em Montes Claros, com as atividades podendo acontecer somente com transmissões online. Em 7 de março, a cidade entrou na onda roxa, a fase mais restritiva do Plano Minas Consciente, do Governo do Estado.

Ao fazer a reflexão do encontro de Jesus Cristo Nossa Senhora, o padre Jânio Barbosa dos Santos lembrou do significado da Semana Santa. Também chamou atenção para importância da solidariedade diante do sofrimento provocado pela pandemia.

“Nesta semana, somos chamados a olhar para o outro. Que tenhamos um coração samaritano. Temos que compadecer com o sofrimento do outro”, conclamou o religioso.

Também nesta sexta-feira, em entrevista ao Estado de Minas, o pároco da Catedral de Montes Claros, padre Fernando José de Andrade, destacou o “encontro” de Jesus com Maria tem grande significado para os católicos: o afeto entre mãe e filho.

“O encontro de Jesus Cristo com Nossa Senhora fez com Ele vivesse essa experiência efetuosa que isso lhe tramissise mais força para continuar caminhando até o Calvário, com o peso da cruz”, disse o padre Fernando, salientando que, por conta do distanciamento imposto pela pandemia, os fieis ficaram impedidos de testemunhar presencialmente a representação desse afeto.

“Nesse momento, a gente faz uma reflexão sobre a falta de afeto, que causa dor e sentimento e faz a cruz ficar mais pesada”, observou.

O pároco da Catedral de Montes Claros disse que a realização das celebrações da Semana Santa sem a presença dos fieis, em função da pandemia do coronavirus, é ruim para os padres.

“O sentimento é de tristeza, de necessidade de aceitação de algo que é difícil. Faz falta no coração do pastor não ter o povo por perto. Um padre sem povo é um padre pela metade”, considera Fernando Andrade.

Por sua vez, o padre Jânio dos Santos, que foi ordenado há dois anos e três meses, lamentou a impossibilidade da presença dos fieis nos rituais da Semana Santa em meio a pandemia. Porém, enfatiza a necessidade do distanciamento para impedir o avanço do coronavirus e salvar vidas.

“Claro que desejaríamos que as portas da igreja estivesse escancaradas para o povo vivenciar esse momento devocional do encontro de Jesus com Nossa Senhora, a via sacra e as procissões. Mas, isso não é possível devido a esse sofrimento que a humanidade está enfrentando com pandemia”, afirmou.
 
“A nossa preocupação (vontade) era escancara as portas da igreja, m as não podemos deixar de sensibilizar com a dor dos out0ors. Diante desta pandemia, desta Semana Santa tão atípica, devemos olhaqr para o Cristo que assume as nossas dores”, conclui o jovem sacerdote.


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