Análises dos esgotos lançados em Belo Horizonte mostram a maior concentração do novo coronavírus (Sars-CoV-2) desde o início da pandemia. As amostras encontraram até 37 trilhões de cópias do vírus, o maior já registrado pelo projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos.
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Com recorde de mortos em 24h, abril começa como pior mês da pandemia em MGMortes por COVID-19 pressionam cemitérios de BHcoronavirusbhBH registra menor carga de coronavírus nos esgotos de 2021Henrique Braga é o primeiro vereador de Belo Horizonte a ser vacinado MG: novo lote de vacinas vai atingir faixa de 65 anos e forças de segurançaNas semanas epidemiológicas 11 (de 15 a 19 de março) e 12 (de 22 a 26 de março) deste ano, o projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos detectou uma carga viral máxima de 22 e 37 trilhões de cópias, respectivamente.
Segundo o Boletim de Acompanhamento nº 34, a carga viral identificada em Belo Horizonte na semana epidemiológica 12/2021 segue com tendência de aumento desde a semana 7/2021, em meados de fevereiro deste ano.
“Diante do agravamento da pandemia em Belo Horizonte e Minas Gerais, os governos estadual e municipal intensificaram as medidas de prevenção e controle, tal como o distanciamento social e restrição mais acentuada para atividades não essenciais, visando à redução da disseminação do vírus no município.”, avaliam os pesquisadores do projeto.
O boletim nº 34 estima que a população total infectada em Belo Horizonte seja respectivamente de 230, 300 e 420 mil pessoas com base nas faixas. Como comparação, o boletim nº 33, referente à quinzena anterior, estimou a população infectada mínima, média e máxima nos patamares de 160, 215 e 290 mil pessoas.
O boletim nº 34 é o último do projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos, já que a partir do próximo boletim a iniciativa englobará cinco capitais além de Belo Horizonte: Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Com isso, a ação passará a ser nacional e mudará de nome para Rede Monitoramento COVID Esgotos.
Maior abrangência
O projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos tem o objetivo de monitorar a presença do novo coronavírus nas amostras de esgoto coletadas em diferentes pontos do sistema de esgotamento sanitário das cidades de Belo Horizonte e Contagem, inseridos nas bacias hidrográficas dos ribeirões Arrudas e do Onça.
Assim, é possível gerar dados para a sociedade e ajudar gestores na tomada de decisão. O trabalho é fruto de Termo de Execução Descentralizada (TED), firmado entre a ANA e o INCT ETE Sustentáveis/ UFMG.
Com os estudos, o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus nas diferentes regiões analisadas para entender a prevalência e a dinâmica de circulação do vírus.
Os pesquisadores participantes no estudo reforçam que não há evidências da transmissão do vírus por meio das fezes (transmissão feco-oral) e que o objetivo da pesquisa é mapear os esgotos para indicar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos a partir do esgoto como uma ferramenta de aviso precoce para novos surtos, por exemplo.
Com os dados obtidos, é possível saber como está a ocorrência do novo coronavírus por região, o que pode direcionar a adoção ou não de medidas de relaxamento consciente do distanciamento social. Também pode possibilitar avisos precoces dos riscos de aumento de incidência da COVID-19 de forma regionalizada, embasando a tomada de decisão pelos gestores públicos.
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