Jornal Estado de Minas

RELIGIÃO

Santuário Santa Luzia mantém tradição de tapetes de serragem na Páscoa

A noite deste sábado (3/4), véspera da Páscoa, tem muitas orações e também criatividade no Santuário Arquidiocesano Santa Luzia, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Após a missa da vigília pascal, começou a montagem dos tapetes ornamentais por onde vai passar no domingo (4/4), durante missas solenes às 10h e 18h30, o santíssimo sacramento, que representa Jesus ressuscitado. Ao meio-dia do domingo (4/4), haverá repicar de sinos.





Na capital, o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, vai celebrar a missa do domingo de páscoa às 10h30, na Catedral Cristo Rei, em construção no Bairro Juliana, na Região Norte. A transmissão será pelos meios de comunicação e redes sociais da Arquidiocese de BH.

Em tempos de pandemia, os tapetes do domingo de Páscoa saem das ruas, onde eram montados, e tomam conta do interior das igrejas mineiras, que, desta vez, estão sem os fiéis.

No Santuário Santa Luzia, em Santa Luzia, a manhã e a tarde de sábado (3/4) foram de muito trabalho, em tom de alegria, para preparar o material, tingir e secar a serragem usada nos tapetes, colocar os moldes sobre piso de madeira e outras atividades.





À frente das celebrações, o pároco e reitor do Santuário Santa Luzia, vinculado à Arquidiocese de BH, padre Felipe Lemos de Queirós, explicou que a ornamentação com tapetes é uma herança portuguesa, usada nas ruas, diante das casas, nas festas litúrgicas, a exemplo dos Santos padroeiros. "Desta vez, será tudo na igreja. Vamos enfeitar, da entrada ao altar da igreja, para a passagem do santíssimo sacramento, que é Jesus ressuscitado no domingo de páscoa", disse o pároco.
Preparação dos tapetes ornamentais no Santuário Santa Luzia (foto: Padre Felipe Lemos de Queirós/Divulgação)

Em Santa Luzia, disse  padre Felipe, nada se perde, tudo se transforma em arte, criatividade e fé: "Aproveitamos, além da serragem, casca de ovo, flores, areia e borra de café. Este ano, devido à pandemia, homenageamos pessoas da comunidade que, em respeito às restrições sanitárias, não podem estar presentes".

A tarefa de preparar o material para os tapetes reúne responsabilidade, concentração e "um pouco de diversão", confessou Steffany de Oliveira Rodrigues, de 16, que estava com os braços e pernas pintados de verde, vermelho, preto e mostarda. "É minha segunda vez na confeção dos tapetes. Os jovens estão hoje ajudando, pois pessoas do grupo de risco não podem sair de casa".





Os esboços da ornamentação no piso ficaram a cargo de Eduarda Gabriele Perdigão Viana, também de 16, que desenhou cálices, hóstias e uvas. Ao lado, o seminarista potiguar Leonardo Felipe Soares, de 23, falou sobre a alegria de participar do trabalho e da vigília pascal, que irá da tarde deste sábado (3) a domingo (4). "A chama da segurança se acende para esperar a luz, que é Jesus ressuscitado".
Preparação dos tapetes ornamentais no Santuário Santa Luzia (foto: Padre Felipe Lemos de Queirós/Divulgação)

Despejando a tinta sobre a serragem, o estudante de engenharia eletrônica, Leandro Christian Souza Santos, de 21, mostrou experiência, da mesma forma que Laura Diniz, de 14, e Henrique Barbosa, de 20.

CELEBRAÇÃO

Neste sábado (3/4),  o arcebispo dom Walmor Oliveira de Azevedo presidiu a missa com a vigília pascal, na Catedral Cristo Rei. Vigília pascal significa espera, expectativa pela ressurreição de Jesus e é tradicionalmente celebrada no escurecer do sábado. Durante a missa, com os templos de luzes apagadas, foi aceso o círio pascal – uma grande vela que fica em cada igreja, simbolizando a luz de Cristo. As leituras bíblicas, durante a missa, trouxeram narrativas do povo à espera do Messias.

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