Na contramão da onda roxa do programa Minas Consciente, Divinópolis, no Centro-Oeste do estado, flexibilizou as atividades econômicas. O decreto do prefeito Gleidson Azevedo foi publicado 21 dias após seguir à risca as diretrizes estaduais e de uma semana com“superferiado”.
Leia Mais
Fora da onda roxa, Patos de Minas libera funcionamento do comércioCOVID-19 em Minas Gerais: veja se sua cidade vai continuar na onda roxa'Vai acabar piorando a situação' diz prefeito de Varginha sobre onda roxacoronavirusmgCultos religiosos são liberados em Betim; comércio segue fechado até dia 11Salões de beleza, clínicas de estéticas e academias também poderão funcionar com restrições.
Além disso, a retirada de produtos no balcão, como em lojas de roupas e calçados, está autorizada, desde que seja uma pessoa por vez.
A venda de bebida alcóolica foi limitada a até 12 unidades por pessoa. Bares, restaurantes e lanchonetes ainda podem funcionar apenas na modalidade delivery ou com retirada no local.
Sem resultados
A justificativa é que as medidas impostas pelo governo estadual não se refletiram nos indicadores, em destaque o da internação da COVID-19.
“Pelos estudos que fizemos, acredito que a onda roxa que o Romeu Zema colocou no estado não valeu de nada, principalmente em Divinópolis, porque as pessoas continuaram nas ruas, até pela própria população que não tem essa consciência que estamos vivendo um estado de pandemia”, afirmou o prefeito.
Em 20 dias, embora tenha havido melhora assistencial com aumento de 9% de leitos de terapia intensiva na rede pública e de 36% de enfermaria, houve o colapso do sistema.
Foram diagnosticadas com a COVID-19 1.665 pessoas na cidade. As mortes em decorrência da doença aumentaram 30% e a incidência de novos casos subiu para 324%.
A incidência dos últimos 14 dias é de 533 infectados por 100 mil habitantes.
“Acho que nesses 21 dias quem mais pagou por isso foi o comércio, sendo que a culpa não é dele”, declarou Azevedo.
Para o prefeito, a responsabilidade está nas aglomerações indevidas, como festas clandestinas. Em um final de semana foram 400 denúncias de algum tipo de festa.
No feriado passado, 20 mil pessoas utilizaram o transporte público mesmo com a cidade “fechada” devido ao superferiado de cinco dias.
“Neste momento, para a economia continuar funcionando e a gente não perder vidas, o foco é a população ter consciência”, enfatizou o prefeito.
Sem alcançar a margem de 60% de isolamento social para impactar nos indicadores, o prefeito deposita na vacina a esperança para tentar controlar o caos.
A expectativa é de que os idosos sejam todos vacinados até o fim da primeira quinzena de abril. Até lá, ele reforça a frase: “Quem puder fique em casa”.
“Não fui eleito prefeito de Divinópolis para ser babá, para ficar vigiando divinopolitano, fazendo decreto para restringir. Fui eleito para governar a cidade”, disparou.
Legalidade
Embora o decreto descumpra algumas diretrizes da onda roxa, o secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade, Luiz Ângulo Gonçalves disse que o município tem autonomia para estabelecer os protocolos locais.
“Temos a prerrogativa destes protocolos serem colocados, assim como anteriormente tivemos medidas mais restritivas em relação ao Minas Consciente, neste entendimento existem algumas medidas como esse protocolo será adotado. A Vigilância Sanitária está alinhada a essas medidas”, afirmou.
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (Ses), por sua vez, reforçou que apenas serviços essenciais são permitidos.
Por meio da Superintendência Regional de Saúde de Divinópolis, informou que está averiguando todos os casos de não cumprimento das medidas nos 53 municípios para as devidas apurações, alinhamento e notificações.
“O primeiro e mais eficaz caminho é aquele trilhado pela desjudicialização, na busca da solução no âmbito extrajudicial. Na hipótese de essa possibilidade ser infrutífera, o alinhamento entre a Advocacia Geral do Estado (AGE-MG) e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) é pelo uso da via judicial para assegurar o cumprimento da Deliberação n° 130 (criação da onda roxa no estado) e da Deliberação nº 138 (dispõe sobre a atuação conjunta da AGE e MPMG) em todos os 853 municípios mineiros sob risco de se tornarem inócuas as ações administrativas adotadas com o aumento exponencial de infecções e, ressalte-se, mortes”, informou.
*Amanda Quintiliano especial para o EM
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência
Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:
- O que é o pico da pandemia e por que ele deve ser adiado
- Veja onde estão concentrados os casos em BH
Coronavírus: o que fazer com roupas, acessórios e sapatos ao voltar para casa
Animais de estimação no ambiente doméstico precisam de atenção especial
Coronavírus x gripe espanhola em BH: erros (e soluções) são os mesmos de 100 anos atrás