O ex-senador Clésio Andrade prestaria depoimento na manhã desta terça-feira (06/04) à Polícia Federal (PF), em Belo Horizonte, como parte das investigações de uma suspeita de vacinação irregular contra a COVID-19. Mas a oitiva foi suspensa por determinação judicial.
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Advogado de falsa enfermeira: ''não tenho como opinar sobre o processo''Falsa enfermeira já vacinava pessoas em BH desde o início do mês, diz PFPF investiga quem está por trás do esquema de vacinação de falsa enfermeira em MGcoronavirusmgMulher de Clésio Andrade pagou R$ 3,6 mil por vacina de soro fisiológicoEnfermeira investigada pela PF teria vacinado moradores de prédio de luxoSecretário de Saúde diz que abril terá números altos de mortes em Minas“A defesa não teve acesso à investigação. Então, assim que tivermos conhecimento de toda a investigação, teremos condição de opinar alguma coisa a respeito”, explicou o advogado Robson Pinheiro aos jornalistas presentes.
Ainda segundo ele, recentemente o ex-senador teve contato com uma pessoa infectada pelo coronavírus. Assim, ele está em isolamento. “Todo mundo que teve contato com alguém que teve COVID tem que manter quarentena. Eu fiz essa consideração com o delegado e ele disse que vai analisar”, comentou.
Questionado, Pinheiro disse que a defesa levantou a possibilidade de Andrade ser ouvido por videoconferência. “Acho que é uma questão de ética. No período que estamos vivendo, ninguém quer sair por aí contaminando ninguém”, pontuou.
A Polícia Federal informou hoje que há outros dois depoimentos do caso previstos para a tarde, mas que não divulga a identidade das pessoas que são ouvidas nas apurações.
A Polícia Federal informou hoje que há outros dois depoimentos do caso previstos para a tarde, mas que não divulga a identidade das pessoas que são ouvidas nas apurações.
No fim da manhã, o Estado de Minas teve acesso à nota da assessoria de imprensa do ex-senador, que ainda afirma que policiais federais teriam entrado na fazenda de Andrade no último dia 31. A reportagem procurou a PF para comentar a questão e aguarda retorno. Leia abaixo, na íntegra:
"O advogado de Clésio Andrade, Robson Pinheiro, esteve esta manhã na Polícia Federal para, em cumprindo de decisão judicial, obter a íntegra do inquérito, nos termos da decisão judicial proferida ontem pelo Juiz Federal da 35ª Vara, como é direito de todo cidadão.
Informou ainda, à PF, que seu cliente está em quarentena, de acordo com as normas sanitárias, por ter tido contato com pessoa contaminada com COVID-19, motivo pelo qual, o advogado solicitou, para segurança de todos, que a oitiva seja realizada por videoconferência em data a ser definida pela PF, quando prestará todos os esclarecimentos necessários, contribuindo para a elucidação dos fatos.
O advogado também solicitou à Polícia Federal a instauração de investigação por vazamentos de informações de inquérito sigiloso.
Clésio Andrade também lamenta a conduta de agentes da Polícia Federal que invadiram sua fazenda no último dia 31 de março, por volta das 16 horas (conforme relatos de testemunhas), sob o pretexto de entregar intimação, atitude essa que não condiz com a valorosa Polícia Federal".
Entenda o caso
A Polícia Federal investiga um suposto esquema de vacinação clandestina envolvendo empresários do setor do transporte de BH. Uma cuidadora de idosos, que se apresentava como enfermeira, teria sido contratada pelos irmãos Robson Lessa e Rômulo Lessa, donos da Saritur, para aplicar a suposta vacina contra a COVID-19 em um grupo superior a 80 pessoas. As “vacinas” teriam sido fornecidas pela mulher.
Segundo a revista Piauí, que denunciou a ocorrência de uma vacinação irregular contra a COVID-19 na garagem de ônibus, em reportagem publicada em 24 de março, Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas cobrava R$ 600 por doses do que afirmava ser a vacina. O filho da falsa enfermeira prestou depoimento à PF na tarde passada (5/4). A suspeita é de que ele seja o responsável pelo recebimento dos pagamentos, que ocorriam, muitas vezes, via PIX, o que vai facilitar as investigações.
Uma das pessoas que teria recebido a aplicação, segundo a revista, é o ex-senador Clésio Andrade. A PF apreendeu uma lista com mais de 80 nomes de pessoas que teriam passado pelo procedimento, mas Clésio Andrade não consta nela.
A cuidadora chegou a ser presa durante a Operação Camarote, desencadeada no mês passado, mas foi liberada.
Soro em vez de vacina
Diligências feitas pela Polícia Federal encontraram na casa de Cláudia de Freitas ampolas de soro fisiológico. A suspeita é que era isso que vinha sendo aplicado nas pessoas que contratavam seus serviços.
A polícia suspeita que ela vinha agindo desde o início de março.
Na ocasião, as autoridades constataram que a mulher, que na verdade é uma cuidadora de idosos, atendia também em domicílio.
De acordo com as investigações, um dos bairros onde ela mais fez 'atendimentos' – em casas e apartamentos – foi o Belvedere, de classe alta, no Centro-Sul de BH. (Com informações de Larissa Ricci)
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O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:
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