A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMMG) elaboraram um protocolo no qual sugere que as tropas utilizem medicamentos como a hidroxicloroquina e a ivermectina para prevenção e tratamento da COVID-19. As substâncias não têm eficácia comprovada contra o coronavírus, segundo especialistas. A Organização Mundial da Saúde, inclusive, já emitiu diretriz contra o uso da hidroxicloroquina em casos da doença.
Há duas opções, uma sem a hidroxicloroquina e outra com a substância. Uma das medidas sugeridas no documento, assinado por dezenas de militares médicos, é o uso de um "combo" de medicamentos para a prevenção da COVID-19. O tratamento, segundo o protocolo, é válido apenas para combatentes não gestantes.
Contraindicações dos medicamentos também foram especificadas.
Há duas opções, uma sem a hidroxicloroquina e outra com a substância.
Ambas recomendam o uso de ivermectina (cujo fabricante já negou que seja eficaz no tratamento da doença), vitamina D, zinco quelato e quercetina.
São passadas orientações detalhadas sobre o uso dos medicamentos, como a frequência diária ou semanal e intervalo entre as doses.
São passadas orientações detalhadas sobre o uso dos medicamentos, como a frequência diária ou semanal e intervalo entre as doses.
Tratamento imediato
Além da prevenção, o documento orienta militares não gestantes a usarem medicamentos no início dos sintomas da COVID-19, sem precisar esperar sair o resultado do teste.
O protocolo ainda aconselha o uso de ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, entre outros.
O protocolo ainda aconselha o uso de ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, entre outros.
Contraindicações dos medicamentos também foram especificadas.
Justificativa
De acordo com o documento, foi observada uma alta incidência de casos na tropa, porém, uma baixa letalidade pela COVID-19. Por causa dos números elevados de diagnósticos confirmados e pela "ausência de perspectiva de vacinação em massa da segurança pública a curto prazo", oficiais médicos elaboraram a proposta de "tratamento preventivo" do coronavírus.
“Tem se observado prescrições diversas e automedicação. O objetivo dessa Comissão é construir um documento de robustez técnico-científica e ética para subsidiar decisões médicas e acolher o público que deseja efetivamente receber tais tratamentos, garantindo a autonomia médica e do paciente”, diz no protocolo.
O documento também cita que a prescrição de qualquer medicamento é prerrogativa do médico e que o tratamento deve ser baseado na "autonomia do paciente ou de seu responsável legal".
“Todas as drogas que estão sendo prescritas para o tratamento imediato da COVID-19 já existem e também são conhecidos seus principais mecanismos de ação e efeitos colaterais, entretanto, sem a liberação para a sua indicação em bula para o tratamento de pacientes com COVID”, afirma o protocolo, citando o tratamento off-label.
Segundo a Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-MG), 164 policiais militares morreram no estado em razão da doença.
Somente da Polícia Militar, 18,75% da tropa havia sido contaminada pelo novo coronavírus até a semana passada, de acordo com a entidade.
Também na semana anterior, oito militares morreram e, entre domingo (4/4) e esta segunda-feira (5/4), mais dois policiais perderam a vida para a COVID-19.
Segundo a Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-MG), 164 policiais militares morreram no estado em razão da doença.
Somente da Polícia Militar, 18,75% da tropa havia sido contaminada pelo novo coronavírus até a semana passada, de acordo com a entidade.
Também na semana anterior, oito militares morreram e, entre domingo (4/4) e esta segunda-feira (5/4), mais dois policiais perderam a vida para a COVID-19.
Resposta
Ao Estado de Minas, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros informaram que o “arquivo citado trata-se de minuta de um documento, ainda em avaliação, que contém orientações para médicos e pacientes que optarem por aderir às recomendações”.
Ainda de acordo com as instituições, o protocolo “não vincula e não obriga os médicos militares a adotarem quaisquer protocolos sugeridos, sendo apenas mais um referencial bibliográfico”.