Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Valadares: manifestantes pedem abertura imediata do Hospital Regional


Um grupo de manifestantes da Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo ocupou, na manhã desta quarta-feira (7/4), a área onde está sendo construído o Hospital Regional em Governador Valadares (MG). A ação, segundo os líderes da manifestação, tem o objetivo de cobrar do governo de Minas Gerais a abertura imediata da unidade de saúde para ajudar no combate à pandemia do novo coronavírus na cidade. A Polícia Militar acompanhou a manifestação e bloqueou a estrada de acesso ao prédio, para evitar aglomeração.




 
Governador Valadares não tem mais leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para tratamento da COVID-19 e tem uma fila de espera de 43 pacientes à espera desses leitos. Desde março de 2020, o município já registrou 791 mortes confirmadas pela COVID-19 e 20.704 casos da doença.
 
Durante a ocupação do futuro Hospital Regional, os manifestantes afirmaram que o governo de Minas Gerais recebeu R$ 75 milhões da Fundação Renova, como compensação pelo rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho. E que esses recursos foram destinados para finalização das obras e a aquisição de equipamentos para o Hospital Regional. 
 
Na entrada do hospital, os manifestantes denunciaram a omissão do governo federal com a aquisição das vacinas e pediram vacinação em massa para toda a população. Reivindicaram ainda o pagamento do auxílio emergencial no valor de R$ 600 para trabalhadores desempregados e o pagamento de auxílio para as pequenas e médias empresas. 




A parte interna do hospital está praticamente concluída, porém, foi alvo da ação de ladrões que roubaram fios, cabos elétricos e dutos de oxigênio (foto: Frente Brasil Popular/Divulgação)
 

O Hospital Regional de Governador Valadares

As obras de construção do Hospital Regional de Governador Valadares foram iniciadas em 2012, com conclusão prevista para agosto de 2015. A megaestrutura de concreto erguida próximo ao entroncamento da BR 259 com BR 116, na periferia da cidade, tem capacidade para 265 leitos, sendo 176 para a enfermaria, 39 para urgência e emergência, 50 de UTI, além de 9 salas de cirurgias.
 
Em de agosto de 2020, o governo de Minas, por meio do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) publicou, na edição do Diário Oficial do Estado, aviso de licitação para a conclusão das obras do Hospital Regional.

À época, o Executivo estadual informou que o custo das obras da unidade de saúde, antiga demanda da região, estava estimado em R$ 50 milhões. E que o investimento seria de R$ 75,3 milhões, sendo R$ 25,3 milhões destinados à aquisição de equipamentos.




 
Os ladrões quebraram as paredes para arrancar os fios elétricos em grande parte da área interna do hospital (foto: Frente Brasil Popular/Divulgação)
O hospital, de acordo com o governo de Minas, vai atender a cerca de 1,5 milhão de pessoas em 86 municípios da Macrorregião Leste, englobando as regiões de Governador Valadares, Coronel Fabriciano e Teófilo Otoni. A área construída ocupa 23.582,00 metros quadrados, distribuídas em quatro blocos (A, B, C e D), em um terreno de 45.728,00 metros quadrados.
 
O custo total da obra é, na verdade, R$ 128 milhões, provenientes de repasse da Fundação Renova, e mais R$ 18,5 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Com as obras paralisadas, o prédio está depredado e teve grande parte dos cabos elétricos e tubulações, que conduziriam oxigênio aos leitos, levados por ladrões, conforme denunciaram os manifestantes que estiveram hoje no prédio.




 
Uma comissão de diretores da Secretaria de Estado de Saúde está em Governador Valadares nesta quarta-feira vistoriando os hospitais da cidade para elaborar um diagnóstico sobre a possibilidade de ampliar o número de leitos de UTI para COVID-19 do SUS e leitos clínicos para tratamento da doença. A comissão ainda não se manifestou sobre a situação do Hospital Regional.
 

O que é um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.



Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).





  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.





Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.



Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.



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