O garoto João Pedro, de 6 anos, que contraiu o novo coronavírus e teve de ser transferido de Guanhães, no Vale do Rio Doce, para Belo Horizonte, em 13 de março, já está fora da UTI no Hospital Felício Rocho. Ele ainda está com os pulmões comprometidos e a recuperação segue lenta e gradual. Mas o fato de ter deixado a ala destinada aos pacientes graves com COVID-19 do hospital já foi um alívio para a sua família.
Adriana Baroni, irmã do pequeno João Pedro, disse que sua mãe está sempre ao lado da criança, acompanhando todo o tratamento. "No momento, estamos todos muito confiantes. Pedimos orações de todos pela recuperação do João", disse.
A recuperação total do garotinho deve durar cerca de 90 dias. Ele sempre teve a saúde debilitada por causa da síndrome de Prader-Willi, uma doença genética que causa efeitos diversos. Em João Pedro, o problema é a compulsão alimentar. Obeso, já chegou a pesar 70 quilos e sempre teve dificuldades para respirar.
Sobrevive com o auxílio de um cilindro de oxigênio, que possibilita a sua respiração. Como ele sempre tem de ser levado à clínicas, hospitais e consultórios médicos, ele pode ter contraído o novo coronavírus nesses ambientes. Nenhum outro familiar de João Pedro contraiu a COVID-19.
O garoto é muito querido em Guanhães, cidade onde mora. A jornalista Filó Generoso, que há muitos anos atua em Guanhães, disse que no Natal de 2020, uma campanha desenvolvida por ela, no jornal Folha de Guanhães, pedia a doação de um carrinho de transporte da bala de oxigênio (pequeno cilindro) usada por João Pedro. "Rapidamente, muitas pessoas ligaram querendo dar o presente ao João Pedro", disse Filó.
O garoto também é muito querido pelos profissionais de saúde que o atendem. Quando ele teve a sua saúde agravada pela COVID-19, e não conseguia mais respirar, na região de Guanhães não havia mais leitos de UTI para paciente com COVID-19 no SUS para ele ser intubado. O drama da criança e de sua família comoveu o promotor de justiça Luciano Sotero, que não mediu esforços para conseguir uma vaga para João Pedro em um hospital de Belo Horizonte.
Em Guanhães existe uma torcida organizada, formada por muitos moradores, que sonham com a volta do pequeno João."Aqui, todo mundo gosta muito dele. Ele fica na porta da nossa casa e quando passa alguém ele chama pra conversar", conta Adriana, irmã do pequeno João Pedro.
Ela disse que apesar dos problemas de saúde, o garoto tem a alegria de viver, gosta de cavalos, violão e outros instrumentos musicais, e é doido com as roçadeiras elétricas, que os trabalhadores usam para cortar mato e grama. "Ele pega uma vassoura aqui e fica fazendo de conta que está cortando grama", disse.
Queridão de todos, quando voltar de Belo Horizonte, são e salvo, vai ter festa em Guanhães. "Com certeza, todos vão aplaudir e festejar o João", disse a irmã do garoto, confiando que o retorno será em breve.
O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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