O Estado de Minas conquista mais um concurso nacional de jornalismo. O EM foi vencedor do Prêmio Banco do Nordeste de Jornalismo em Desenvolvimento Regional/edição 2020 na categoria nacional de mídia impressa, com a série de reportagens "Conservação e uso racional da água: sustentabilidade e renda no semiárido", de autoria do repórter Luiz Ribeiro.
As reportagens foram publicadas pela Editoria de Economia/Agropecuária de 23 de dezembro de 2019 a 29 de dezembro de 2020.
Os vencedores foram anunciados na tarde desta quarta-feira (7/4), Dia do Jornalista. A solenidade de entrega da premiação ainda será marcada.
Foram premiados, ao todo, 18 trabalhos jornalísticos, distribuídos nas categorias nacional (rádio, impresso, audiovisual, internet ), extrarregional e universitário, aém de prêmios regionais, contemplando produções dos nove estados do Nordeste, de Minas Gerais e do Espírito Santo, que integram a área de atuação do BNB.
Na categoria estadual de Minas Gerais, a vencedora foi a Rede Minas, com a reportagem "Benjamim Guimarães: histórias do último vapor do mundo", de autoria de Laura Zschaber, Ana Paula Gomes, Naiara Guimarães, Aline Scaproni e Bruna Cevidanes.
Barraginhas
A série “Conservação e uso racional da água : sustentabilidade e renda no semiárido", publicada ao longo de cinco reportagens, teve como carro-chefe o projeto de construção das barraginhas de captação e captação da água da chuva , que surgiu no sertão mineiro e se expandiu pelo país, com grandes efeitos positivos no semiárido.
Com baixo custo, os reservatórios se tornaram instrumento de recuperação ambiental e das fontes hídricas, auxiliando a pequena propriedade rural a se manter e a conviver com a seca.
O projeto das barraginhas é coordenado pelo técnico e pesquisador Luciano Cordoval de Barros, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa/Sete Lagoas).
Em todo país, já foram construídas mais de 600 mil reservatórios, sendo metade em Minas Gerais . As barraginhas de contenção de água da chuva, fazendo com que a água infiltre no subsolo e recarregue o lençol freático, impedindo a erosão.
Assim, tornaram-se um grande instrumento de recuperação ambiental e das fontes hídricas, auxiliando o pequeno produtor a se manter na atividade e a conviver com as estiagens prolongadas.
Já foram capacitados mais de 10 mil técnicos, que se tornaram multiplicadores do sistema em diferentes regiões do país, especialmente nas áreas semiáridas.
“ O planeta Terra é composto por 70% de água, mas somente 2,5% dessa porção é água doce, com a maior parte situada nos polos, indisponível para o consumo imediato . O Brasil concentra 12% da água doce superficial do mundo. No entanto, não dá para falar em fartura. Pelo contrário, por conta das mudanças climáticas e das diversas formas de degradação ambiental, o recurso é cada vez mais escasso, agravando a crise hídrica”, diz a série de reportagens, que chama atenção para outras iniciativas para a conseração da água.
Uma das ações abordadas é o Projeto Meu Rio , implantado na comunidade rural de Joao Moreira, no município de São João da Ponte , no Norte de Minas.
Foi mostrado o esforço dos pequenos dos agricultores da comunidade para recuperação de nascentes do córrego que dá o nome ao lugar e o desenvolvimento de atividades sustentáveis para garantia da geração de renda e fixação da população no seu local de origem, sem depredar a natureza.
A série de reportagens enfatizou a ação inovadora dos agricultores familiares de Catuti (também no Norte do estado) para garantirem a sobrevivência e o sustento diante da adversidade climátiica.
Eles construíram em suas propriedades grandes tanques, com o emprego de um material sintético, a geomembrana, que captam e armazenam a água da chuva para irrigação nos períodos de veranico .
Também recorrem à água de captação subterrânea, com irrigação feita por gotejamento.
Além disso, o trabalho jornalístico mostrou como os agricultores dos projetos inovadores de conservação da água inovaram para superar a pandemia da COVID-19 e evitar contaminação pelo vírus.
Na comunidade de João Moreira, os pequenos produtores passaram a seguir uma série de protocolos de medidas de segurança, com reuniões ao ar livre e com distanciamento.
As mesmas medidas foram adotadas pelos produtores de algodão de Catuti, que adotaram medidas como distanciamento e o uso de máscara .
Além disso, implementaram novas tecnologias com o uso de drones para a pulverização dos algodoais. Já o técnico e pesquisador Luciano Cordoval, para dar sequen cia aos projeto das barraginhas em meio a pandemia, criou um modelo de interavidade com os agricultores a distância, por meio de WhatsApp, a “rede do bem”.
Premiações
Luiz Ribeiro está classificado entre os 25 jornalistas brasileiros mais premiados de todos os tempos, conquistando a 55ª premiação em concursos regionais e nacionais, por trabalhos individuais e em equipe.
O repórter do EM também já esteve entre os ganhadores do Prêmio BNB em outras seis edições do concurso.