Após semanas vivendo com a “corda no pescoço”, o sistema de saúde em Belo Horizonte começa a respirar mais aliviado. Apesar do número de internações ainda estar em estado crítico, a procura nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) tem diminuído. Profissionais que atuam na linha de frente da COVID-19 relatam a situação desesperadora vivida com o aumento de casos.
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COVID-19: veja os resultados de pesquisa pós-imunização em hospital de BH Kalil após crítica de Zema a ritmo de vacinação: 'polêmicas sem fundamento'COVID-19: Minas registra mais 492 mortes e 9.203 casos em 24 horascoronavirusmgEm 1º turno, Câmara Municipal de BH aprova academias como serviço essencialCOVID-19: pacientes reclamam de atendimento precário em UPA de BHEle conta que, ultimamente, atende em média 15 pessoas por dia com o novo coronavírus. “Agora, temos que transportar dois pacientes juntos e isso aumenta a chance de contaminação. Às vezes um deles tem apenas suspeita e outro está positivo, se a pessoa não for confirmada, ela pega o vírus ali mesmo na ambulância”, lamenta.
Deivison se preocupa também com a própria saúde. “Tomei a primeira dose da vacina e a segunda só mês que vem. Ainda tenho receio porque existe a chance de me contaminar também”, relata. Ele conta como tem sido a rotina. “Já atendi várias vezes paciente na rua mesmo. Entra para a gente, às vezes, como mal-estar súbito e quando chegamos ao local o paciente já está com 40° de febre e sintomas da COVID-19 precisando de internação”, disse.
Apesar da situação caótica enfrentada pelo sistema de saúde nas últimas semanas, nesta quinta-feira (8/4), a reportagem do Estado de Minas encontrou um movimento mais tranquilo na procura por atendimento nas UPAs e hospitais de Belo Horizonte.
Segundo o médico infectologista Unaí Tupinambás, que integra o Comitê de Enfrentamento à Pandemia de COVID-19 da prefeitura, essa queda era esperada após medidas restritivas impostas pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD). “Vimos uma redução do RT, que é a taxa de transmissão do vírus, então, estávamos esperando por essa queda também na procura por atendimento”, afirmou.
Segundo o médico infectologista Unaí Tupinambás, que integra o Comitê de Enfrentamento à Pandemia de COVID-19 da prefeitura, essa queda era esperada após medidas restritivas impostas pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD). “Vimos uma redução do RT, que é a taxa de transmissão do vírus, então, estávamos esperando por essa queda também na procura por atendimento”, afirmou.
Unaí ressaltou que a queda na ocupação de leitos deve acompanhar a redução de atendimento nos próximos dias. “O alívio na pressão da internação ainda deve demorar em torno de 15 dias, o paciente demora muito tempo para receber a alta. A gente tem a expectativa de ter a taxa de ocupação de leitos em BH menor do que 80% depois do 21 de abril”, acrescenta.
COVID-19 em BH
Belo Horizonte apresentou queda nos três principais indicadores da pandemia da COVID-19 nessa quarta-feira (7/4). Apesar disso, a taxa de ocupação geral (SUS %2b rede particular) dos leitos de UTI permanece próxima do colapso e está em 94%. Os dados são do boletim epidemiológico e assistencial da prefeitura.
Agora, a capital soma 1.147 leitos do tipo: 69 livres e 1.078 em uso. Após colapsar nessa segunda (5/4), a ocupação na rede SUS caiu de 96,2% para 92,3% nesta quarta. São 525 camas ocupadas e 44 sem pacientes nas UTIs públicas da capital mineira.
Nesta quarta, a prefeitura incluiu mais 30 leitos no balanço: 20 de UTI e 10 de enfermaria. Todos foram abertos no Sistema Único de Saúde. Portanto, a queda nos indicares está mais ligada à ampliação da oferta, não à redução de pessoas doentes.
Por outro lado, a transmissão do novo coronavírus caiu novamente em BH. O chamado fator RT, que estava em 0,98, agora está em 0,96. O índice estava no vermelho desde 11 de março, com 1,22, atingindo até 1,28.
O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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