Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

COVID-19: pacientes reclamam de atendimento precário em UPA de BH

“Minha mãe ficou três dias esperando vaga no CTI enquanto estava sendo maltratada na UPA”, conta Michelle Pires da Rocha, de 32 anos. A mãe, Vânia Lúcia Rocha, de 63, está internada com COVID-19 no Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, Bairro Milionários na Região do Barreiro. Antes de ser transferida, a família relata  momentos de desespero.





Vânia foi para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na quarta-feira (31/3) com nível baixo de oxigênio. Ela precisou aguardar três dias até conseguir vaga no Centro de Terapia Intensiva (CTI). Nesse período, Michelle conta que a mãe sofreu com o atendimento precário



Quando finalmente saiu a vaga no hospital, outro desafio. “Depois dessa demora, conseguiram a vaga, mas ainda ela teve que esperar o dia inteiro pela ambulância para fazer a transferência”, relatou Michelle. Vânia foi para o CTI do Hospital Metropolitano, no Barreiro, e ficou internada por mais três dias.
 
Vânia Lúcia recebendo atendimento na UPA Barreiro (foto: Arquivo pessoal)
 

Agora, apesar de ainda não ter se recuperado, segundo a filha, ela voltou para a enfermaria. “Não sei se tiraram do CTI para liberar vaga porque minha mãe ainda está com muita dificuldade de respirar e não consegue ao menos andar sozinha para chegar até o banheiro”, disse. Vânia, segundo relatos da família, já pode ter acompanhante para auxiliar e também receber visitas.




 
Para Michelle e toda a família de Vânia, a esperança de um alívio vai ser quando a mãe for vacinada. “Coração a mil, pois ainda será a primeira dose dela e vamos poder ficar mais despreocupados”, afirmou. Apesar disso, até chegar a vez dela, eles temem o que ainda pode acontecer. “Estamos preocupados e com medo de uma nova contaminação nesse intervalo”, conta.
 
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte defende que todos os pacientes são bem assistidos pelos profissionais de saúde. Confira na íntegra: 
 
"A Prefeitura de Belo Horizonte informa que todos os pacientes que estão nas UPAs são assistidos e recebem todo o atendimento necessário da equipe assistencial da unidade.

A Secretaria Municipal de Saúde tem trabalhado, de forma incansável, para abrir novos leitos no município e manter a assistência médica à população. É importante ressaltar que houve um aumento significativo da gravidade no quadro clínico dos pacientes, que agora são mais jovens, e procuram as unidades demandando atendimento em leitos de urgência, com ventilação mecânica, e atendimento em leitos semi-intensivos. Todos os pacientes que estão nas UPAs são assistidos conforme necessidade do momento.





Atualmente, as UPAs contam com equipe assistencial e 84 leitos de urgência (equipados com respiradores) e 320 de observação. No início de março, eram 42 leitos de urgência e 207 de observação. Os estoques de insumos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são monitorados diariamente. No que se refere a leitos hospitalares, somente em março foram abertos 265 leitos de UTI Covid na rede pública. Atualmente, são 569 unidades de terapia intensiva, totalizando o maior número de leitos de UTI desde o início da pandemia. Também em março foram abertos 408 leitos de enfermaria Covid na rede pública.

A Prefeitura reitera que não foram registrados óbitos por falta de assistência."

COVID-19 em BH

Mais 48 mortes entraram para a lista de Belo Horizonte nessa quarta-feira (7/4), segundo o boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura. Com mais essas, a cidade soma 3.448 vidas perdidas para a COVID-19. Além disso, mais 2.409 casos foram computados. São 151.885 no total agora.

De acordo com o documento, a prefeitura abriu mais 20 vagas de terapia intensiva na cidade. Agora, a capital soma 1.147 leitos do tipo: 69 livres e 1.078 em uso.

Após colapsar nessa segunda (5/4), a ocupação na rede SUS caiu de 96,2% para 92,3% nesta quarta. São 525 camas ocupadas e 44 sem pacientes nas UTIs públicas da capital mineira.




 
Já na rede suplementar o percentual se manteve na mesma faixa dessa terça (6/4): 95,7%. Portanto, restam apenas 25 dos 578 leitos do tipo nos hospitais particulares da cidade.

O quadro das enfermarias também foi de queda nesta quarta. A taxa geral desceu de 79,1% para 77%. Com isso, há 508 leitos do tipo livres e 1.699 em uso na cidade.

Nesse quesito, a situação se inverte em relação às UTIs: o percentual de uso dos hospitais públicos está acima da estatística da rede suplementar – 79,5% contra 74,2%.

Nesta quarta, a prefeitura incluiu mais 30 leitos no balanço: 20 de UTI e 10 de enfermaria. Todos foram abertos no Sistema Único de Saúde. Portanto, a queda nos indicadores está mais ligada à ampliação da oferta, não à redução de pessoas doentes.




 

O que é um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.

Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.





  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.



Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:

 




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