“Minha mãe ficou três dias esperando vaga no CTI enquanto estava sendo maltratada na UPA”, conta Michelle Pires da Rocha, de 32 anos. A mãe, Vânia Lúcia Rocha, de 63, está internada com COVID-19 no Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, Bairro Milionários na Região do Barreiro. Antes de ser transferida, a família relata momentos de desespero.
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PBH suspende vacinação contra a COVID-19 por falta de estoque COVID-19: procura por atendimento em BH cai e deve aliviar internações PBH recebeu doações de sociedades médicas de medicamentos para intubaçãocoronavirusmgComerciantes da Feira dos Produtores rechaçam surto de COVID-19 no localCOVID-19: Minas Gerais tem 13 variantes em circulação, diz levantamento Divinópolis: mudança no IPTU pode impactar em R$ 3 mi os cofres públicosQuando finalmente saiu a vaga no hospital, outro desafio. “Depois dessa demora, conseguiram a vaga, mas ainda ela teve que esperar o dia inteiro pela ambulância para fazer a transferência”, relatou Michelle. Vânia foi para o CTI do Hospital Metropolitano, no Barreiro, e ficou internada por mais três dias.
Agora, apesar de ainda não ter se recuperado, segundo a filha, ela voltou para a enfermaria. “Não sei se tiraram do CTI para liberar vaga porque minha mãe ainda está com muita dificuldade de respirar e não consegue ao menos andar sozinha para chegar até o banheiro”, disse. Vânia, segundo relatos da família, já pode ter acompanhante para auxiliar e também receber visitas.
Para Michelle e toda a família de Vânia, a esperança de um alívio vai ser quando a mãe for vacinada. “Coração a mil, pois ainda será a primeira dose dela e vamos poder ficar mais despreocupados”, afirmou. Apesar disso, até chegar a vez dela, eles temem o que ainda pode acontecer. “Estamos preocupados e com medo de uma nova contaminação nesse intervalo”, conta.
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte defende que todos os pacientes são bem assistidos pelos profissionais de saúde. Confira na íntegra:
"A Prefeitura de Belo Horizonte informa que todos os pacientes que estão nas UPAs são assistidos e recebem todo o atendimento necessário da equipe assistencial da unidade.
A Secretaria Municipal de Saúde tem trabalhado, de forma incansável, para abrir novos leitos no município e manter a assistência médica à população. É importante ressaltar que houve um aumento significativo da gravidade no quadro clínico dos pacientes, que agora são mais jovens, e procuram as unidades demandando atendimento em leitos de urgência, com ventilação mecânica, e atendimento em leitos semi-intensivos. Todos os pacientes que estão nas UPAs são assistidos conforme necessidade do momento.
Atualmente, as UPAs contam com equipe assistencial e 84 leitos de urgência (equipados com respiradores) e 320 de observação. No início de março, eram 42 leitos de urgência e 207 de observação. Os estoques de insumos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são monitorados diariamente. No que se refere a leitos hospitalares, somente em março foram abertos 265 leitos de UTI Covid na rede pública. Atualmente, são 569 unidades de terapia intensiva, totalizando o maior número de leitos de UTI desde o início da pandemia. Também em março foram abertos 408 leitos de enfermaria Covid na rede pública.
A Prefeitura reitera que não foram registrados óbitos por falta de assistência."
COVID-19 em BH
Mais 48 mortes entraram para a lista de Belo Horizonte nessa quarta-feira (7/4), segundo o boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura. Com mais essas, a cidade soma 3.448 vidas perdidas para a COVID-19. Além disso, mais 2.409 casos foram computados. São 151.885 no total agora.
De acordo com o documento, a prefeitura abriu mais 20 vagas de terapia intensiva na cidade. Agora, a capital soma 1.147 leitos do tipo: 69 livres e 1.078 em uso.
Após colapsar nessa segunda (5/4), a ocupação na rede SUS caiu de 96,2% para 92,3% nesta quarta. São 525 camas ocupadas e 44 sem pacientes nas UTIs públicas da capital mineira.
Já na rede suplementar o percentual se manteve na mesma faixa dessa terça (6/4): 95,7%. Portanto, restam apenas 25 dos 578 leitos do tipo nos hospitais particulares da cidade.
O quadro das enfermarias também foi de queda nesta quarta. A taxa geral desceu de 79,1% para 77%. Com isso, há 508 leitos do tipo livres e 1.699 em uso na cidade.
Nesse quesito, a situação se inverte em relação às UTIs: o percentual de uso dos hospitais públicos está acima da estatística da rede suplementar – 79,5% contra 74,2%.
Nesta quarta, a prefeitura incluiu mais 30 leitos no balanço: 20 de UTI e 10 de enfermaria. Todos foram abertos no Sistema Único de Saúde. Portanto, a queda nos indicadores está mais ligada à ampliação da oferta, não à redução de pessoas doentes.
O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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