O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse nesta quinta-feira (08/04), em coletiva na Cidade Administrativa, que vai enviar aos municípios 5% de doses das vacinas contra a COVID-19 estocadas para reserva técnica. O objetivo é acelerar o ritmo de vacinação no estado. O governo não informou o número de doses que compõem a reserva técnica.
Zema explicou que a alteração no processo de distribuição das vacinas foi necessária para agilizar a imunização da população mineira.
“A reserva técnica de 5%, que sempre foi estocada, agora será enviada aos municípios para que haja maior disponibilidade de vacinas. Não é recomendado estocar doses neste momento. A vacina só resolve nosso problema quando ela é aplicada no braço de quem precisa, e não dentro do refrigerador aguardando. A vacinação é a única solução definitiva para a pandemia”, alertou o chefe do Executivo estadual
O envio das doses vai priorizar as cidades que estão na frente do processo de imunização, com poucos imunizantes estocados.
Como forma de ajudar as prefeituras que enfrentam dificuldades para acelerar a vacinação, o governador afirmou que o Governo de Minas está implantando medidas em parceria com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Associação Mineira de Municípios (AMM).
“Algumas prefeituras não buscam as vacinas com a velocidade que poderiam ou não aplicam com a velocidade que poderiam. Temos solicitado aos prefeitos que o processo não seja interrompido, apesar de sabermos que os profissionais de Saúde estão exaustos. Onde há disponibilidade de vacina, que é na maioria das prefeituras, que esse processo continue inclusive aos fins de semana. Também temos ajuda do setor privado, como o Unidos Pela Vacina, que está apadrinhando diversas prefeituras com dificuldades e tem contribuído para a solução desse problema”, disse.
Zema não quer estocagem das vacinas contra a COVID-19 por parte das prefeituras. Nesse fim de semana, Belo Horizonte interrompeu a vacinação. Segundo o governador, a orientação é para que o processo de imunização não seja interrompido.
“Temos solicitado aos prefeitos que o processo não seja interrompido, apesar de sabermos que os profissionais de saúde estão exaustos. Mas, onde há fila e onde há disponibilidade de vacina, que é a grande maioria das prefeituras, que esse processo, inclusive, continue no final de semana. Quero salientar aqui que a distribuição estado para municípios tem acontecido em questão de horas”, ressaltou.
“O que tem ocorrido é: algumas prefeituras não buscam essas vacinas na velocidade em que poderiam. Outras não aplicam na velocidade em que poderiam, e nós ainda temos uma questão de informação. Algumas prefeituras aplicam vacinas, mas não informam no sistema no tempo adequado”, completou.
Falta de informação
O secretário de Estado de Saúde, o médico Fábio Baccheretti, explica sobre a falta de repasse de informações por parte de algumas prefeituras.
"As informações não têm chegado. A última atualização de alguns municípios foi em janeiro, quando quase não havia vacina. Ou seja, tudo que a cidade aplicou desde janeiro não veio para o sistema e gera essas distorções de informação. As regionais de Saúde da secretaria estadual estão indo ativamente aos 853 municípios, especialmente aqueles que têm os piores resultados. Provavelmente viveremos um aumento progressivo dos índices de vacinação do estado, já nesta semana, por essa ação bem ativa”, disse.
Resultado
Ainda segundo o secretário, o número de internações de idosos acima de 85 anos reduziu expressivamente, o que comprova a evolução da vacinação e da eficácia do imunizante.
“Temos uma redução quase total no número de casos de pacientes nessa idade. É um alento muito importante neste momento e reforça a atenção dos municípios em crescer na vacinação. O que vai mudar esse momento nosso é a vacinação. Esperamos novas remessas do Ministério da Saúde, esperamos que elas ocorram de forma constante e mais acelerada”, destacou.
Novas variantes
Sobre a eficácia da vacinação para as novas cepas do vírus, o secretário de Saúde esclareceu que as vacinas existentes têm boas respostas.
“Já saíram vários estudos confirmando que a nova cepa P1, a de Manaus, que é a mais prevalente no estado, tem uma boa resposta em relação à Coronavac, a vacina mais aplicada aqui. Também já temos estudos sobre a AstraZeneca que estão confirmando a eficácia, o que nos deixa tranquilos”, reiterou o médico Fábio Baccheretti.
O secretário também comentou a respeito das novas mutações identificadas em BH por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“Ontem à noite fizemos uma reunião com a equipe técnica da UFMG e a principal conclusão, além da existência de uma nova cepa em BH, é que ela possui mutações nos mesmos locais da P1 e da P2, que são as cepas mais prevalentes no estado. Ainda não sabemos se é mais infectante ou mais letal. No momento, a informação mais importante desse estudo é que aquela cepa inicial vivenciada em 2020 praticamente não circula mais no estado. A que circula é a cepa mais infectante, que veio do Amazonas. Por isso a importância das restrições adotadas no estado”, pontuou.
Zema chama a atenção
Romeu Zema alertou para que a população mantenha os cuidados sanitários de prevenção, como o uso de máscara e distanciamento social, inclusive para os que já foram vacinados.
“A vacina reforça muito a imunização, mas temos que ter consciência de que os cuidados precisam ser mantidos, até porque quem foi vacinado ainda pode transmitir o vírus. Infelizmente temos um novo problema de saúde no mundo, que exige essa mudança de hábito, o distanciamento, o uso de máscara. Talvez tenham vindo para ficar um tempo muito maior do que nós imaginávamos”, reforçou.
Situação em Minas
Dados divulgados nessa quarta-feira (07/04) pelo Governo de Minas, revelaram que o estado chegou à marca de 26.303 óbitos por coronavírus desde o início da pandemia, em março de 2020. Também nos números totais, são 1.182.847 diagnósticos positivos, sendo 1.061.397 recuperados e 95.147 em acompanhamento. Também de acordo com o Executivo, 2.033.734 receberam a primeira dose da vacina, enquanto 620.340 tomaram a segunda.
O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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