A vacinação contra a COVID-19 alterou definitivamente a rotina nos postos e centros de saúde de Belo Horizonte. Se, por um lado, o trabalho aumentou, por outro, a reação dos vacinados traz leveza ao cenário tenso da pandemia.
Nesta quinta-feira (8/4), o Centro de Saúde Tia Amância, na Vila Paris, Região Centro-Sul da capital, estava vazio no segundo dia de vacinação de idosos de 65 anos, o que permitiu à enfermeira Mara de Almeida contar um pouco do que tem observado ao aplicar as doses.
Nesta quinta-feira (8/4), o Centro de Saúde Tia Amância, na Vila Paris, Região Centro-Sul da capital, estava vazio no segundo dia de vacinação de idosos de 65 anos, o que permitiu à enfermeira Mara de Almeida contar um pouco do que tem observado ao aplicar as doses.
"Tem de tudo: choro, agradecimento, cartazes, protesto político. Os idosos não se acanham. Alguns gritam: 'Fora, Bolsonaro!'. Fotografar ou filmar o momento também é obrigatório", relata, com o sorriso por trás da máscara refletido no olhar.
Segundo ela, a ansiedade de tomar a vacina é tanta, que, mesmo que o posto funcione o dia inteiro, e o cronograma tenha previsto dois dias para cada faixa etária, as filas se concentram sempre nas primeiras horas da manhã.
Nessa quarta-feira (7/4), primeiro dia de imunização dos idosos com 65 anos, foram vacinadas no posto mais de 200 pessoas, contrastando com o baixo movimento desta quinta.
Mara destaca que, até o momento, nenhum dos que foram vacinados no centro de saúde retornou para se queixar de qualquer reação adversa relacionada ao imunizante.
Os centros administram também o atendimento aos acamados. No momento em que a reportagem chegou ao posto, a enfermeira estava conferindo o cadastro daqueles que não podem se deslocar para receber a dose do imunizante. "Não podemos nos descuidar. Eles, da mesma forma, ficam muito emocionados com a chegada da equipe."
Suspensão no fim de semana
Sobre a suspensão da aplicação de vacinas nos fins de semana pela Prefeitura de Belo Horizonte, a enfermeira lamenta que as doses de vacina ainda estejam chegando muito lentamente. "Não tem vacina. Poderíamos trabalhar fins de semana, feriados, se tivéssemos doses suficiente e acelerar a imunização."
''Tem de tudo: choro, agradecimento, cartazes, protesto político. Os idosos não se acanham. Alguns gritam: 'Fora, Bolsonaro!'. Fotografar ou filmar o momento também é obrigatório''
Mara de Almeida, enfermeira
Mara lamenta também que a vacina ainda demore a chegar às pessoas que são obrigadas a sair de casa para trabalhar. "Idosos acabam estando protegidos se fizerem o isolamento de forma correta. E os que estão na rua por necessidade acabam correndo risco de uma infecção", afirma, sem, no entanto, minimizar a importância da vacinação dos mais velhos.
Ela faz um alerta, ao se referir àqueles que resistem à vacina: "É preciso entender que quanto mais pessoas se vacinarem, mais a imunização será eficaz."
Doses em segurança
A enfermeira explica que, diariamente, as doses da vacina chegam ao posto pela manhã e as sobras são recolhidas para uma central onde ficam estocadas para nova distribuição. "Ficam poucas doses para o início da vacinação na manhã seguinte", destaca. Isso, acredita, evita transtornos com relação à segurança nos centros de saúde.
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