O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou que São Lourenço, no Sul de Minas, siga na íntegra as medidas impostas pela onda roxa do Programa Minas Consciente. A decisão prevê multa diária de R$ 100 mil. O município adotou o chamado "tratamento precoce", que não tem comprovação científica e, mesmo na fase mais restritiva do estado, tinha flexibilizado o comércio.
De acordo com o prefeito, Walter José Lessa, a cidade recebeu a decisão do TJMG nessa sexta-feira (9/4). O município recebeu o prazo de 24 horas para suspender do decreto anterior, que autorizava o funcionamento de serviços considerados não-essenciais como academias, barbearias e salões de beleza.
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“Nós aqui estamos sensibilizados com as ações que nós teremos que tomar. Nos entendemos que todos precisam do seu trabalho, todo mundo tem uma família para sustentar. Mas a gente não tem outro caminho, a não ser esse de cumprir essa determinação”, disse prefeito nas redes sociais.
São Lourenço já ultrapassou os 3 mil casos do novo coronavírus e 63 mortes em decorrência da doença.
“A macrorregião vem aumentando e muito os contaminados pela COVID-19 e provocando uma superlotação na UTI e na ala da COVID-19. Isso nos traz uma grande preocupação na questão dos leitos, que estarão disponíveis para a utilidade dos pacientes que assim precisarem. Então nós estamos também preocupados com essa situação. Não é só a cidade de São Lourenço, mas o hospital é sede da micro e macrorregião. Onde atende uma população alvo de mais de 400 mil pessoas. Então, nós temos, realmente, que ter toda essa preocupação”, afirmou prefeito.
‘Tratamento precoce’
O prefeito adotou o ‘tratamento precoce’ contra o novo coronavírus com a combinação dos medicamentos: azitromicina, ivermectina, dexatametazona, zinco e vitamina D. Ele apareceu em vídeos afirmando que zerou internações e diminuiu mortes no município. O caso repercutiu nas redes sociais e é investigado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O uso destes medicamentos contra a COVID-19 não tem a eficácia comprovada.
“Quero deixar bem claro que o problema não é São Lourenço. A cidade não está em colapso. O hospital com mais de 100% de ocupação com paciente da micro e macrorregião. Ficamos 19 dias sem nenhum paciente internado. São Lourenço estava em uma bolha”, ressalta prefeito por telefone.
De acordo com o último boletim municipal, a cidade tem 108% de ocupação dos leitos de UTI. Sendo 11 pacientes da cidade e 27 pessoas da macrorregião. “Talvez essa nova variante e esse fluxo que a cidade tem, mudou um pouco o cenário”, afirma.
Além de seguir a determinação da Justiça Estadual, o prefeito diz que a cidade montou um Centro de Triagem de Síndrome Respiratória com atendimento e exames, além de instruir o tratamento na fase inicial.
“Quanto mais rápido detectarmos o problema e a patologia, mais fácil vai ficar a abordagem da doença. Peço apoio da população. Não está mais em nossas mãos abrir ou fechar o comércio de São Lourenço. Dias melhores virão, eu tenho essa esperança”, finaliza.
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