Até as 14h30 dessa sexta-feira (10/4), o Brasil contabilizou 26.417.800 pessoas que haviam recebido a vacina contra a COVID-19. Dessas, 20.413.724 receberam a primeira dose e 6.004.076 milhões a segunda aplicação.
Mas uma pesquisa feita pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em parceria com o Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), mostra que o Brasil precisa vacinar 2 milhões de pessoas por dia para controlar a pandemia em até um ano.
A pesquisa, que foi publicada em fevereiro, indicou que se a taxa de vacinados por dia for mantida, baseando-se em dados do Ministério da Saúde, levaria mais de dois anos para que 70% da população fosse vacinada.
Em 21 de março, a pasta federal liberou estados e municípios a utilizarem todas as doses, sem precisar reservar imunizantes para a segunda aplicação, tendo em vista que a Fiocruz e o Instituto Butantan fariam as entregas em tempo hábil.
Em 21 de março, a pasta federal liberou estados e municípios a utilizarem todas as doses, sem precisar reservar imunizantes para a segunda aplicação, tendo em vista que a Fiocruz e o Instituto Butantan fariam as entregas em tempo hábil.
A medida foi tomada para acelerar a vacinação no Brasil. No entanto, foram poucas as vezes que o país conseguiu ultrapassar a marca de 1 milhão de doses aplicadas em 24 horas. Em 1º de abril, foi a primeira vez que a ordem citada foi rompida, ao ter 963.429 pessoas vacinadas com a primeira dose dos imunizantes e outras 131.933 com a segunda, totalizando 1.095.362 vacinas aplicadas em um dia.
O quantitativo de 1 milhão por dia foi uma promessa de Marcelo Queiroga, mas ainda está aquém do número necessário para controlar a pandemia em até um ano, se levada em conta a pesquisa da UFJF.
O quantitativo de 1 milhão por dia foi uma promessa de Marcelo Queiroga, mas ainda está aquém do número necessário para controlar a pandemia em até um ano, se levada em conta a pesquisa da UFJF.
Na última quarta-feira, o Brasil bateu a marca de 10% da população total vacinada. Na ocasião, 21.445.683 pessoas haviam recebido ao menos uma dose de imunizante, de acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa. A porcentagem foi alcançada 79 dias após o início da campanha de vacinação nos estados, em 18 de janeiro.
A data marcou o começo da distribuição das doses para as capitais, ainda que nem todas tenham começado a aplicá-las no mesmo dia.
A data marcou o começo da distribuição das doses para as capitais, ainda que nem todas tenham começado a aplicá-las no mesmo dia.
Vaivém da vacinação no Brasil
30 de julho – Instituto Butantan envia ofício oferecendo 160 milhões de doses ao Ministério da Saúde, sendo 60 milhões prontas para a entrega ainda em 2020 e 100 milhões para este ano. No entanto, não houve resposta.
31 de julho – Governo federal assina acordo que garante transferência de tecnologia para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para a produção das vacinas da Universidade de Oxford/Laboratório AstraZeneca, além da chegada de doses prontas ao Brasil.
14 de agosto – Farmacêutica Pfizer oferece 70 milhões de doses ao Ministério da Saúde. No entanto, o então ministro Eduardo Pazuello não concordou com algumas exigências contratuais do laboratório.
18 de agosto – A Pfizer faz segunda proposta ao Ministério da Saúde, com 1,5 milhão de doses para serem entregues em dezembro e outras 68,5 milhões de unidades em 2021. A resposta, no entanto, foi negativa.
18 de agosto – No mesmo dia em que foi feita a proposta da Pfizer, o Ministério da Saúde também recebeu um ofício do Instituto Butantan oferecendo 45 milhões de doses em dezembro e 15 milhões no primeiro semestre de 2021. O governo não respondeu.
25 de setembro – Brasil adere ao consórcio global Covax Facility para ter acesso a vacinas contra a COVID-19. O acordo prevê a entrega de 42,5 milhões de doses ao longo de 2021.
7 de outubro – O Instituto Butantan envia mais um ofício ao Ministério da Saúde e oferece, além das 60 milhões de doses da proposta de 18 de agosto, mais 40 milhões de doses até maio de 2021.
20 de outubro – Em reunião virtual com governadores, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anuncia que o Brasil tem uma intenção de compra em mãos para adquirir 46 milhões de doses da CoronaVac,
21 de outubro – No dia seguinte ao anúncio de Pazuello, o presidente Jair Bolsonaro desautoriza a compra das doses da CoronaVac, a qual classificou de “vacina chinesa de João Doria”.
11 de novembro – A Pfizer faz uma nova proposta de 70 milhões de doses ao Ministério da Saúde para iniciar a entrega em janeiro de 2021. Mais uma vez, o governo federal rejeitou.
7 de janeiro – O então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anuncia acordo para comprar 100 milhões de doses da CoronaVac, sendo 46 milhões até abril e 54 milhões até o fim do ano.
25 de fevereiro – O Ministério da Saúde assina contrato para a compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin junto à Precisa Medicamentos/Bharat Biotech
19 de março – O Brasil anuncia a compra de 100 milhões de doses fabricadas pela Pfizer e outras 38 milhões da Janssen. No anúncio, o governo federal afirmou que 13,5 milhões de doses da Pfizer devem ser entregues entre abril e junho e outras 86,5 milhões entre julho e setembro. Já o acordo com a Janssen prevê que 38 milhões de doses devem ser enviadas à pasta entre agosto e novembro.
31 de março – A Anvisa nega autorização para que o Ministério da Saúde importe as 20 milhões de doses da Covaxin da Índia. A decisão, no entanto, não é definitiva, mas afetou o cronograma, uma vez que o governo contava com a entrega de doses em março, abril e maio.
Erros de previsão de entrega das vacinas
17 de fevereiro – O planejamento inicial do governo federal, citado neste dia, era de distribuir 46 milhões de doses aos municípios no mês de março. A informação foi dada por Eduardo Pazuello durante o fórum de governadores.
4 de março – Em documento entregue ao Senado Federal, o Ministério da Saúde colocou um novo cronograma que previa a entrega de 38 milhões de doses. Isso porque houve atraso na fabricação por parte do Butantan e da Fiocruz, além de as doses da Sputnik V não chegarem ao país em março.
6 de março – O imunizante Covaxin foi excluído do cronograma divulgado neste dia. Ao todo, oito milhões de unidades da vacina citada seriam distribuídas. Com isso, caiu para 30 milhões o número de doses distribuídas aos municípios.
8 de março – Neste dia, Eduardo Pazuello havia reduzido para 28 milhões o quantitativo de vacinas fabricadas pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz para serem distribuídas aos municípios.
15 de março – Em um dos seus últimos atos como ministro da Saúde, Eduardo Pazuello havia voltado com a previsão anterior de 38 milhões de doses distribuídas.
19 de março – Para abril, a expectativa do Ministério da Saúde era de entregar 47,3 milhões de doses aos municípios, sendo 23,2 milhões da Oxford/AstraZeneca – entre fabricadas no Brasil e importadas – e outras 15,7 milhões da CoronaVac.
31 de março – O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que, para abril, o número de doses a serem distribuídas aos municípios era de 25,5 milhões de unidades, número 47% menor que o anteriormente prometido. Queiroga justificou a redução dizendo que haveria atraso nas entregas por parte das fabricantes.
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O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:
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