O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) acatou o pedido da Samarco, e a mineradora passará por processo de recuperação judicial. A solicitação foi aceita em apenas dois dias úteis, já que foi protocoloda nessa sexta-feira (9/4), quando a empresa alegou que dívidas com credores internacionais impossibilitavam a continuidade de suas operações.
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A mineradora garantiu na nota que o pedido de recuperação judicial não terá impacto nos serviços prestados pela Fundação Renova – entidade criada para gerenciar a recuperação das áreas atingidas pela tragédia de Mariana, na Região Central do estado.
A Barragem de Fundão se rompeu em 5 de novembro de 2015, despejando cerca de 50 milhões de metros cúbicos de rejeito sobre distritos e o Rio Doce, que acabaram chegando ao oceano.
Segundo a Samarco, as dívidas foram contraídas antes da catástrofe de Mariana. A empresa alega que tentou renegociar as condições de pagamento com os credores, a partir de encontro em 27 de novembro de 2018.
Porém, de acordo com a Samarco, um dos detentores de dívidas estrangeiro “requereu termos fora de mercado para iniciar as conversas”, o que motivou o pedido de recuperação judicial.
Credores
Os credores da Samarco são o Comitê Gestor do Grupo Ad Hoc. Em 9 de fevereiro, uma ação movida na Comarca de BH cobrou o pagamento de US$ 125 milhões por parte da mineradora, cerca de R$ 710 milhões na cotação atual.
Na época, o juiz responsável pela ação determinou que a mineradora pagasse a dívida em no máximo três dias a partir da citação. A pena era de penhora de bens.
No total, o Comitê Gestor do Grupo Ad Hoc pede reembolso de US$ 2,7 bilhões, aproximadamente R$ 15 bilhões, que vêm de notas pendentes em Nova York.
“O Comitê Gestor foi compelido a prosseguir com este litígio como último recurso, após a recusa prolongada e contínua da Samarco em negociar uma transação de reestruturação consensual”, informaram os credores em nota.
"O pedido de recuperação judicial formulado pela Samarco tem o objetivo de preservar sua recente retomada operacional, os empregos e o cumprimento de suas obrigações socioambientais. A RJ traz um ambiente organizado de proteção ao patrimônio e aos ativos da Samarco e de reestruturação do elevado nível de endividamento na sua estrutura de capital", explicou a Vale em nota, na semana passada.