O Hospital Bom Samaritano, que atende pacientes da COVID-19 por meio do SUS, em Governador Valadares, no Leste de Minas, decidiu, nesta segunda-feira (12/4), reduzir temporiamente as internações para cirurgias e na UTI COVID-19, até que tenha restabelecido seu estoque de medicamentos que compõem o kit intubação essenciais para o tratamento seguro dos pacientes, em quantidade mínima de 10 pacientes/dia.
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“Além disso, quando se consegue encontrar, depois de muita procura, os valores cobrados por esses fornecedores estão absurdamente com os preços até 850% mais altos”, informou o HBS em nota assinado pelos médicos.
Com a falta desses medicamentos, o Hospital Bom Samaritano, que tem 28 leitos UTI COVID-19 SUS, somente vai atender os casos de cirurgias oncológicas e cardíacas de extrema gravidade e classificadas como emergência.
“Os medicamentos disponibilizados pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais até agora não atendem à real necessidade dos internos na UTI-COVID-19, e também daqueles pacientes que aguardam cirurgias oncológicas e cardíacas”, informou ainda a nota.
Hospital Municipal
Sobre a falta de medicamentos no Hospital Municipal de Governador Valadares, que tem 30 leitos de UTI COVID-19 SUS, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o município realizou o pregão eletrônico n°168/2020, i finalizado em março.
Esse pregão, segundo a SMS, tinha como objeto o registro de preço de medicamentos e material para o enfrentamento da COVID-19. Entre os medicamentos estão os itens que compõem o kit intubação.
Para solucionar o problema, a SMS informou que tem intensificado as solicitações aos fornecedores para realizar a entrega desses medicamentos, mas, devido ao desabastecimento nacional dos itens no mercado, os medicamentos têm sido entregues de maneira fracionada.
No momento, segundo a SMS, o Hospital Municipal ainda conta com os sedativos, mas esse quadro pode ser alterado devido à gravidade dos pacientes. E que o uso dos sedativos no HM tem sido feito de acordo com protocolo de sedação instituído pelos coordenadores médicos da UTI COVID-19.
“Importante ressaltar que este protocolo sempre é atualizado com os novos protocolos da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, que tem produzido alguns debates sobre utilização do uso racional dos agentes sedativos, anestésico e hipnótico, na tentativa de otimizar cada vez mais os estoques garantindo a assistência a todos os pacientes”, informou a nota da SMS.
O promotor de Justiça da Saúde, Randal Bianchini, disse que está acompanhando a situação de perto e foi informado do problema pela direção dos dois hospitais. Afirmou que já tomou as providências necessárias e acredita que sexta-feira (16/4), o município comece a receber os medicamentos necessários para o tratamento da COVID-19.