Jornal Estado de Minas

VIOLÊNCIA

Mulher fica pendurada em telhado ao fugir das agressões do companheiro

Uma jovem de 24 anos precisou ser levada ao Hospital João XXIII após sofrer fratura e outros ferimentos, após ser agredida pelo companheiro, de 21 anos, em Jaboticatubas, na Grande BH. Para tentar escapar, ela pulou janelas e telhados de vizinhos, e acabou pendurada em uma das estruturas. Ela precisou ser socorrida pela polícia e vizinhos. O homem ainda não foi localizado. 





O caso ocorreu no início da noite dessa segunda-feira (12/4), no Bairro São Benedito. Segundo a Polícia Militar (PM), uma testemunha contou que o casal e amigos estiveram em um rio na região. Na volta, o suspeito começou a caminhar na frente do grupo até sumir de vista. Quando se aproximaram da casa deles, o homem mandou que os outros fossem embora e chegou na porta com um pedaço de madeira com uma ponta de metal. Ele queria agredir a companheira. 

Assustada, a jovem fugiu para a casa de uma amiga e começou a ligar para a PM pelo celular. No entanto, o agressor ouviu a voz dela e invadiu o imóvel, a procurando por todos os cômodos. Desesperada, ela pulou a janela e foi parar no telhado de uma casa mais abaixo. Ela acabou alcançada pelo companheiro, que a agrediu com pauladas e socos. 

Uma vizinha que flagrou a ação tentou impedi-lo jogando uma vassoura e outros objetos sobre ele, mas não adiantou. Ao saber que a polícia estava chegando, o homem saiu correndo e não foi mais visto. 





Temendo que o companheiro voltasse, a jovem pulou sobre outra laje para ver se conseguia chegar à rua. No entanto, ela acabou quebrando telhas e ficando presa em um beiral. Por sorte, um homem que estava lá conseguiu segurá-la pela mão, impedindo que ela caísse de uma altura de 8 metros.

Foi essa a situação encontrada pela polícia quando chegou ao local. Com o apoio de um bombeiro civil e moradores, eles conseguiram resgatar a vítima e colocá-la em uma maca. 

Com uma fratura no braço esquerdo, lesões na cabeça e no queixo, ela foi levada de ambulância à Fundação Hospitalar Santo Antônio, que fica no município e, de lá, transferida para o hospital da capital. 

Discussão


De acordo com a Polícia Militar, uma das testemunhas disse que a vítima e o agressor beberam nesse passeio ao rio e essa mesma pessoa informou que o casal usa drogas. 





Na versão dela, o homem não estava consumindo entorpecentes, mas a vítima sim, e o cobrava para ele comprar para ela, o que teria motivado a briga.

A vítima, por sua vez, contou à polícia que o homem é muito ciumento e que ela não sabe o motivo das agressões.

O local do crime passou por perícia. Viaturas fizeram buscas pelo suspeito, mas até o encerramento da ocorrência ele não havia sido localizado. O caso foi registrado na 5ª Delegacia de Jaboticatubas. 

O que é feminicídio?

Feminicídio é o nome dado ao assassinato de mulheres por causa do gênero. Ou seja, elas são mortas por serem do sexo feminino.

O Brasil é um dos países em que mais se matam mulheres, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. O país ocupa, desde 2013, o 5º lugar no ranking de homicídios femininos numa lista que inclui 83 países.





A tipificação desse tipo de crime é recente no Brasil. A Lei do Feminicídio (Lei 13.104/15) entreou em vigor em 9 de março de 2015.

O feminicídio é o nível mais alto da violência doméstica. É um crime de ódio, o desfecho trágico de um relacionamento abusivo.

O que é relacionamento abusivo e como sair dele?

Especialistas ensinam a identificar sinais de uma relação abusiva, falam sobre sua origem e explicam porque a violência doméstica é questão de saúde pública.

Como fazer denúncia de violência contra mulheres

  • Para denunciar e/ou buscar ajuda, ligue 180
  • Em casos de emergência, ligue 190

Saiba o que é a cultura do estupro

O Brasil tem um caso de estupro a cada oito minutos. Ao contrário do que o senso comum nos leva a acreditar, a violência contra as mulheres nem sempre ocorre de forma explícita.



Os abusos podem começar cedo, ainda na infância. Para tentar entender as origens dessa brutal realidade, o Estado de Minas ouviu especialistas em direito da mulher, ciências social e política, psicologia, filosofia e comunicação para mostrar como a cultura do estupro, da pornografia e da pedofilia fazem parte da nossa sociedade e estimulam, direta e indiretamente, esse ciclo de violência contra mulheres e crianças.

Como a pornografia distorce o sexo e incita violência contra mulheres


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