Jornal Estado de Minas

KIT INTUBAÇÃO

Santa Casa de Araguari tem sedativos só até a próxima sexta-feira

A Santa Casa de Misericórdia de Araguari, no Triângulo Mineiro, tem medicação para manter pacientes de COVID-19 intubados por mais quatro dias. Os insumos não têm sido enviados pelo estado nem pela União. Além do desabastecimento, a unidade de saúde, que hoje tem 30 leitos de UTI pode fechar 10 deles por falta de médicos.





Faltam na Santa Casa medicamentos importantes para sedação e manutenção dos pacientes que são intubados, como rocurônio, pancurônio e propofol, além de outros. A unidade de saúde referência no município também não pode comprar os insumos do 'kit intubação'. “Os laboratórios não podem nos vender, toda a compra é centralizada pelo governo”, disse o gerente do hospital, Danilo Colego Carvalho.

Ele tem estoque até a próxima sexta-feira (16/4) e com isso, a unidade não pode receber mais pacientes. Danilo Carvalho explicou que 27 leitos dos 30 estão ocupados neste momento, sendo que os demais três não podem ser usados e mais pacientes só podem ser recebidos caso algum dos 27 seja liberado.

Inclusive, a Regulação do Estado foi informada da impossibilidade de usar leitos ociosos atualmente, por falta de insumos. O Ministério Púbico de Minas Gerais se reuniu com a direção para que a situação fosse explicada, com o pedido de que novos pacientes graves possam ser direcionados para outras cidades.





Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, ainda não há previsão de chegada dos medicamentos.

"Ciente que o estoque de sedativos utilizados na intubação do paciente de COVID-19 encontra-se em nível não recomendável para o enfretamento da pandemia, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) tem dialogado constantemente com o Ministério da Saúde para o atendimento das demandas no estado. O fluxo de envio de medicamentos tem sido contínuo pelo órgão federal, porém ainda não há previsão de chegada de novo lote", esclareceu por meio de nota.

"Para fazer frente ao atual cenário, o estado conta com a rede solidária da saúde pública, que permite o remanejamento de insumos entre as instituições que observam aumento abrupto de consumo destes insumos. O objetivo é atender os hospitais mais necessitados e com estoques mais baixos, a partir de instituições que detenham estoques mais estáveis, garantindo, de modo emergencial, a adequada assistência aos pacientes", finalizou.

A reportagem encontrou em contato tanto com o Ministério da Saúde e aguarda posicionamento.

Em apuração feita com a Superintendência Regional de Saúde, o que se sabe é que o mercado não conseguiria atender a demanda de medicamentos do tipo e que no cenário de escassez de insumos não há possibilidade de ampliação de leitos contando com as distribuições feitas pela secretaria estadual de Saúde.





Ainda de acordo com o levantamento feito pela reportagem, os critérios de distribuição estão validados com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais e que se alguém ficou de fora de alguma pauta, é porque há prestadores em situação mais crítica.

Caso sejam esgotados medicamentos como bloqueadores e sedativos, os pacientes em tratamento podem acordar intubados nos leitos, o que seria doloroso

Falta de médicos é outro problema

Mesmo que a escassez do 'kit intubação' seja resolvida, a Santa Casa de Araguari ainda tem outro problema, o déficit de médicos. “Eu não consigo fechar escalas”, disse Danilo Carvalho. Ele explicou que precisaria mais três médicos para o mínimo necessário no atual cenário de atendimento do hospital. Isso sem contar outros postos, como os de enfermeiros e técnicos, que também estão em falta. Para não haver déficit, ou deveria haver contratação ou a redução de 10 leitos de UTI.

Em comunicado, a Prefeitura de Araguari informou que existe a possibilidade de pagar um valor extra para cobertura de plantões em relação a custeio dos leitos de UTI da Santa Casa. Enquanto isso, a direção do Hospital está com processos de contratação abertos para novos profissionais. E, com a admissão imediata, garantir a manutenção dos 30 leitos de UTI.



O que é um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.



Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.





  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.





Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

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