A Comissão Executiva do PT da Câmara Municipal de Belo Horizonte enviou uma carta aberta ao prefeito Alexandre Kalil (PSD) pedindo medidas mais rígidas para conter a circulação da COVID-19 na capital mineira. O documento foi enviado ao prefeito nessa segunda-feira (12/4) e tem assinatura dos dois vereadores do partido na Casa: Macaé Evaristo e Pedro Patrus.
“A defesa da vida é mais que retórica. E a melhor forma de desmascarar as tais carreatas pró “loteria da morte” é fazer o debate público", pontuam.
Durante o texto, o nome do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também é citado. “Hoje, a responsabilidade criminosa do quadro calamitoso no qual nos encontramos nacionalmente já tem reconhecimento internacional: é de Jair Bolsonaro, com seu suspeito tratamento precoce; com sua subestimação da pandemia; com sua negligência em termos de aquisição de vacinas no tempo adequado; por seu incentivo às aglomerações, dentre tantos outros gestos condenáveis”, escrevem.
Leia na íntegra:
Os vereadores pedem que o prefeito
- Limite às atividades essenciais e garanta a segurança sanitária aos trabalhadores e às trabalhadoras dessas atividades;
- Restrinja o transporte público; com redução de passageiros; com diminuição do intervalo das viagens; ampliação das viagens do metrô, com limitação de passageiros;
- Adote o “auxílio emergencial”, com recursos municipais, aos seguimentos excluídos da “ajuda” decidida pelo Congresso Nacional, recentemente, como condição para esse lockdown de fato
Entre as medidas pedidas na carta, está o "auxílio emergencial muncipal". Em conversa com o Estado de Minas, a líder do PT na Câmara dos Vereadores, Macaé Evaristo, afirma que a ação deveria ter sido feita em janeiro deste ano após a suspensão do auxílio emergencial federal.
“Nada foi feito no município para garantir uma renda à população vulnerável”, explica.
“Nada foi feito no município para garantir uma renda à população vulnerável”, explica.
Ao ser questionada sobre a verba da prefeitura para implantar um programa como esse, Macaé exigiu transparência. “Precisamos de mais transparência na gestão da PBH, até para que tenhamos condições de fazer essa análise. Mas no caso específico do auxílio emergencial, entendo que a discussão é sobre a capacidade de priorizar o orçamento para que essa necessidade urgente seja atendida”, pontua.
Segundo ela, essa é a ideia da carta: estimular as prefeituras, especialmente as da Região Metropolitana de Belo Horizonte, a somar esforços na prevenção e combate à pandemia.
A líder do PT ainda afirma que o governo federal não coordena a política de combate à pandemia, como também cria dificuldades para a efetivação de compras de vacinas, o uso de máscaras e ainda estimula a aglomeração.
Macaé cita também o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que, segundo ela, por muito tempo agiu igual ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Em Minas Gerais, por muito tempo, o governador Zema também menosprezou a pandemia, não tomou nenhuma providência”, explica. “Surge daí a necessidade de criação de consórcios e outras iniciativas a partir da união de prefeituras para tratar da gestão desta crise sanitária”, pontua.