Depois de 39 dias corridos do mais intenso isolamento para controle do novo coronavírus (Sars-CoV-2), o comitê de enfrentamento à COVID-19 da Prefeitura de Belo Horizonte pode decidir nesta quarta-feira (14/4) se recua ou mantém as proibições.
Se Belo Horizonte mantiver o atual padrão de isolamento, segundo projeções de especialistas, dentro de 15 dias a cidade já começa a ter uma taxa de evolução de casos 4,21% menor que a atual, bem como encolhimento da taxa de óbitos em 7,62%.
Mantido o comportamento por um mês, o impacto sobre infectados cai 9,85% e as mortes terão um recuo um pouco menor, mas progressivo, de 6,65% (Veja o quadro).
A possibilidade de abertura surge devido a índices de contágio menores e a certo alívio na ocupação de leitos hospitalares, mas nenhum dos infectologistas que trabalha nesse monitoramento se mostra otimista. Uma abertura prematura pode significar outro colapso da oferta de leitos.
A possibilidade de abertura surge devido a índices de contágio menores e a certo alívio na ocupação de leitos hospitalares, mas nenhum dos infectologistas que trabalha nesse monitoramento se mostra otimista. Uma abertura prematura pode significar outro colapso da oferta de leitos.
As projeções são do modelo Geocovid MapBiomas, um esforço de cinco organizações acadêmicas (UEFS, UFBA, UESC, UNEB e IFBA), empresas emergentes de base tecnológica (GEODATIN e SOLVED) e o MapBiomas, que criaram essa ferramenta para monitorar o avanço da COVID-19 no Brasil.
A projeção mais longa para Belo Horizonte, mantendo as atuais medidas de controle de fluxos e atividades, é de chegar ao dia 4 de junho com uma queda acentuada de 16,11% nos casos e taxa de mortes 11,9% menor .
“Belo Horizonte vem apresentando redução de velocidade e ocupação de leitos, mas ainda em patamar considerado alto. A doença estabilizou, mas com a incidência de casos muito alta. Talvez, realmente, de uma a duas semanas consigamos algum conforto até para pensar em flexibilização. Mas o vírus ainda circula de forma importante. Não vejo condições de flexibilização”, avalia o infectologista e membro do Comitê de Enfrentamento à COVID-19 da Prefeitura de Belo Horizonte, Carlos Starling.
Por outro lado, uma liberação completa de todas as atividades, com alto fluxo e aglomerações, teria um impacto já dentro desses 15 dias sem controle, com os casos aumentadno 54,03% e os óbitos escalando rapidamente para 42,64%.
Nesse cenário, o modelo calcula que a demanda por leitos de UTI teria uma diferença de 78% para um futuro com a manutenção das atuais restrições, passando de 180 para 320 ocupações, e as enfermarias seriam tomadas por 74% mais doentes com a abertura total.
“Qualquer abertura precisa ser gradual para que não tenhamos novamente um colapso hospitalar”, afirma Starling.
Nesse cenário, o modelo calcula que a demanda por leitos de UTI teria uma diferença de 78% para um futuro com a manutenção das atuais restrições, passando de 180 para 320 ocupações, e as enfermarias seriam tomadas por 74% mais doentes com a abertura total.
“Qualquer abertura precisa ser gradual para que não tenhamos novamente um colapso hospitalar”, afirma Starling.
O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
Entenda as regras de proteção contra as novas cepas
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:
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