O comitê de especialistas que assessora o prefeito Alexandre Kalil (PSD) na gestão da pandemia em Belo Horizonte se reúne, nesta quarta-feira (14/04), para decidir sobre os próximos passos na capital. O Estado de Minas ouviu os três infectologistas do comitê, Estevão Urbano, Carlos Starling e Unaí Tupinambás.
De acordo com eles, a decisão será tomada depois de o comitê avaliar e discutir sobre os indicadores. "O que importa é a decisão colegiada, a qual é fruto de discussões que teremos a tarde, à luz dos dados que serão ainda analisados", afirma Carlos Starling.
O mesmo ponto de vista é defendido por Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, e Unaí Tupinambás, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
No entanto, pelo menos dois dos três especialistas devem defender a manutenção das medidas restritivas. Estevão Urbano avalia que é preciso seguir com medidas mais restrititvas por um tempo maior. A mesma posição deve ser adotada por Unaí. "A situação ainda é muito complicada. O Brasil bateu ontem mais de 89 mil casos", diz.
Ele destaca que BH tem conseguido reduzir os indicadores, queda na transmissão, mas o cenário ainda é muito difícil."Se a gente estava lá atrás numa situação caótica, hoje é uma crise administrável. Nós estamos ainda num patamar muito alto de transmissão. A nossa média de mortes, infelizmente, está 50% mais alta do que no pico do ano passado", alerta.
Unaí defende que deve-se esperar mais um pouco a situação ficar mais controlada, ter um nível maior de imunização da população, para pensar em flexibilizar. Ele lembra também que se aproxima o inverno, época que requer mais atenção por causa de doenças respiratórias. Carlos Starling não adiantou qual será sua posição. O comitê também é integrado pelo secretário de Saúde Jackson Machado.
O comitê vai ponderar propostas muito distintas em relação às medidas de isolamento. De um lado, a comissão executiva do PT na Câmara Municipal pediu que o prefeito decrete o lockdown. Na ponta oposta, lojistas pedem a reabertura do comércio.
Desde que adotou medidas mais rígidas, entre elas o fechamento do comércio não essencial, BH vem apresentando melhora nos indicadores. O boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, nesta terça-feira (13/04) indicava que apenas o índice de ocupação de leitos de UTI COVID-19 estava no vermelho, com 86,1%.
A ocupação de leitos de enfermaria caiu para 68,4%, na faixa amarela, e a transmissão está em 0,88, na faixa verde, o que indica controle. A capital totaliza 158.533 casos e 3.708 mortes.
Nas vésperas da reunião do comitê, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) cobrou a reabertura do comércio, após a divulgação dos últimos boletins epidemiológicos sobre a situação da COVID-19 na capital.
A entidade defende que o governo do estado e a prefeitura de Belo Horizonte determinem a reabertura do setor, que está de portas fechadas desde o último dia 6 de março.
O que é um lockdown?
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
- CoronaVac/Butantan
- Janssen
- Pfizer
Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
Entenda as regras de proteção contra as novas cepas