Uma árvore situada na Rua 2, do bairro Vista da serra, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) tem causado polêmica entre a prefeitura e alguns moradores. A centenária espécie de Copaifera langsdorffii, popularmente conhecida como pau d’óleo ou copaíba, está prestes a ser cortada, mas o impasse se deu pelo questionamento dos laudos apresentados pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente e pelo Corpo de Bombeiros.
Nos primeiros laudos técnicos, constam fotos da parte aérea da árvore que demonstram focos dos danos causados em sua estrutura por insetos broqueadores, popularmente conhecidos como “brocas”. No momento em que funcionários da prefeitura fariam o corte, moradores se mobilizaram e um homem chegou a subir na árvore para evitar a supressão da espécie. A Polícia Militar acompanhou os protestos e o corte foi adiado.
Em defesa, a organização não governamental Macaca, encaminhou ofício ao Ministério Público em Caeté, e apresentou laudo que afirma sobre a boa saúde da árvore. “Nós temos um parecer técnico de um profissional que esteve no local. Os moradores conhecem a árvore, vêem ela cheia de folhas todos os anos, ela não apresenta nenhuma característica de que está morrendo. O laudo de vistoria da prefeitura é assinado pela fiscal de meio ambiente na qual a formação técnica dela é em mineração. Nós queremos uma avaliação verdadeira de alguém que entenda. Para avaliar a saúde de uma árvore tem que ser engenheiro florestal, engenheiro agrônomo, técnico agrícola ou biólogo”, explicou a ambientalista e co-fundadora da ong Macaca, Maria Tereza Corujo.
“Queremos que haja uma avaliação para não sacrificar uma árvore centenária com referencial de identidade para a população”, pontuou a ambientalista.
Segundo a prefeitura, a solicitação para o corte da árvore partiu da Associação dos Amigos do Bairro Bonsucesso, por intermédio do Presidente da Câmara Municipal de Caeté. No ofício encaminhado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente, foi solicitada a vistoria da árvore. Assim, a secretaria realizou um laudo técnico do exemplar e, por se tratar de uma árvore de grande porte e não possuir estrutura, pessoal e equipamentos de segurança necessários para a realização do procedimento, a prefeitura acionou o Pelotão do Corpo de Bombeiros de Sabará.
Assim, o Corpo de Bombeiros, sob o comando da tenente Walquíria Coelho, realizou vistoria e outro laudo recomendou a supressão imediata da árvore, por estar condenada e localizada em perímetro urbano, com risco iminente de queda, colocando em perigo a vida de moradores locais, além da probabilidade de causar acidentes com veículos que transitam na via. Diante de tais informações, o Ministério Público recomendou a supressão da Copaifera langsdorffii.
Uma reunião ocorreu na quinta-feira (15/4) entre a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente, Ministério Público, Corpo de Bombeiros, OAB e ambientalistas da ong Macaca, onde buscaram uma solução para o impasse. Ficou estabelecido que a ong tem sete dias para providenciar um técnico, para que se faça um outro laudo fitossanitário da árvore, que comprove sua boa saúde e a dispensabilidade da sua supressão. Também, dentro de 24 horas, é preciso que a Ong entregue um documento assinado, com reconhecimento de firma em cartório, assumindo total responsabilidade neste período, por eventuais danos causados pela espécie.
“A Prefeitura Municipal de Caeté acrescenta que, em ações como esta, não toma decisões sem se basear nos pareceres de órgãos especializados, como o Corpo de Bombeiros, que inclusive é quem indica a necessidade ou não da supressão de árvores e realiza o trabalho. O Poder Executivo lamenta a politização e todo o transtorno que vem sendo criado sobre este episódio e reforça que sua prioridade sempre será a segurança e a vida dos cidadãos caeteenses”, diz a prefeitura em nota.