O sábado (17/4) foi de alívio e expectativa para comerciantes e moradores de algumas cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Depois que o governador Romeu Zema (Novo) determinou, na sexta-feira (16/04), que a Grande-BH regredisse para onda vermelha, alguns prefeitos publicaram decretos flexibilizando algumas atividades.
Além de Contagem, Pedro Leopoldo e Nova União, outros quatro municípios também retomaram atividades com restrições. Nova Lima, Sabará, Caeté e Santa Luzia. Em Nova Lima o decreto 11.253/2021, do prefeito João Marcelo Pereira (Cidadania), além de autorizar o comércio, também abriu templos e igrejas, hotéis, cinema e teatro, mas todos com restrição de lotação máxima de 50% da capacidade e com distanciamento. Também os parques e cachoeiras poderão receber visitantes, mas nas mesmas proporções.
Não é essa a percepção da artesã Raquel Monteiro, 62 anos, "aqui, como em todos os lugares, ninguém respeita nada. Preferem negar a pandemia. Ontem, aqui no bairro (José de Almeida) o bar estava aberto. Eu mesmo não tenho saído porque tenho asma e tento me poupar. Mas supermercados nunca fecharam. Moro ao lado de um, e tem outro na MG 30, que faz parte de um conglomerado de comércio: padaria, pizzaria, casa de ração, farmácia. Todos cheios no fim de semana. Famílias inteiras frequentam normalmente."
Em Santa Luzia, a situação não parece muito diferente. O professor Edmilson Ribeiro de Assis, 60 anos, conta que "alguns estabelecimentos estão fechados, outros com as portas entreabertas e alguns totalmente abertos. Tenho saído e feito algumas compras em sacolão e supermercado." Ele conta que na escola que dá aula, no distrito de Pinhões, já houve três mortes de professores por COVID-19 e um encontra-se intubado.
Na sexta-feira (16) o prefeito delegado Christiano Xavier (PSD) publicou em sua conta no Twitter sua "satisfação" pela reabertura de atividades. “Tudo liberado! A partir desse sábado, Santa Luzia volta com todo o comércio, atividades esportivas, educativas e afins. Apenas as feiras livres, como a do Pamital, que ainda não! Mas mantenham todos os cuidados e protocolos exigidos. O momento ainda requer cuidados”, postou o prefeito. Xavier chegou a acionar a justiça pela retomada.
Para o agente executivo governamental, Tales Yori Ribeiro, 30 anos, o fechamento em Santa Luzia "foi pra inglês ver". "O prefeito incentiva o tratamento precoce com cloroquina e ivermectina, e, na real, essa cidade nunca fechou de verdade."
Em Caeté, Lucas Coelho (Avante) decretou que todas as atividades podem funcionar na onda vermelha, "desde que cumpram algumas regras, como o distanciamento e limitação máxima de pessoas: distância de 3m entre clientes, máximo de 30 pessoas por evento, uma pessoa a cada 10 metros quadrados e ocupação de hotéis e atrativos culturais limitada a 50% da capacidade. Para serviços não essenciais, é limitado um cliente para cada atendente."
O jornalista e radialista Kléber Santos, 60 anos, diz que a decisão dividiu opiniões, inclusive entre comerciantes. "Uns vão se manter fechados até que os números da pandemia pelo menos deem mais segurança à população. Mas a maioria do comércio local está aberta e os bares e restaurantes (nem todos) estão reabrindo hoje (17/4)". Caeté registra 53 óbitos pela COVID-19 e 2.253 casos suspeitos da doença.
"E o que mais nos aflige é a impossibilidade de casos medianos e mais complexos não terem aqui infraestrutura para o pleno atendimento. A vacinação atingiu os idosos de 66 anos, e esperamos que na próxima semana tenha um avanço no processo", completou Kléber.
Também em Sabará, o comércio não essencial voltou a funcionar. Mas foi mantida a proibição da venda de bebidas alcoólicas para o consumo no local ou em qualquer espaço público. De acordo com o Decreto Municipal Nº 341/2021, assinado pelo prefeito Wander Borges (PSB) permanecem proibidas as festas e os eventos, públicos ou privados, com qualquer quantidade de pessoas.
Onda vermelha
As cidades da onda vermelha poderão reabrir as atividades não essenciais:
Comércio não essencial
Atrativos culturais e naturais
Atividades esportivas
Eventos com até 30 pessoas
Hotéis podem funcionar com 50% da capacidade
As igrejas podem abrir. Os prefeitos têm autonomia para determinar o fechamento do que acharem necessário, de acordo com a realidade da pandemia de cada local.
Onda roxa
Os municípios que permanecem na onda roxa continuam seguindo as restrições de fechamento de todo o comércio não essencial:
Bares e restaurantes
Cinemas
Shoppings
Academias
Salões de beleza
Lojas de roupas e calçados
Parques
Eventos
Shows
Há ainda barreiras sanitárias em pontos estratégicos das cidades e fiscalização mais rígida com aplicações de multas em caso de descumprimento dos protocolos.
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Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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