Itabira, na Região Central de Minas Gerais, tem vivenciado nas últimas semanas a mais grave situação da pandemia do novo coronavírus. As altas taxas de ocupação dos leitos e os óbitos são dados preocupantes nos boletins epidemiológicos. Por isso, as melhoras nos índices referentes à doença são dignas de serem comemoradas. Ainda na onda roxa, Itabira tem conseguido diminuir o índice de transmissão e informou, neste sábado (17/04), que a cidade está há 24 horas sem registrar mortes decorrente da COVID-19.
O boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde contabilizou os dados do município até as 15h55 deste sábado, quando o registro foi fechado. Itabira manteve os 272 óbitos que já constavam no último levantamento, informado no dia anterior. Durante 43 dias, de forma ininterrupta, houve óbitos pela COVID-19 na cidade.
O boletim também aponta 15.821 casos confirmados desde o início da pandemia, sendo 12 a mais que na sexta-feira (16/04). O município ainda tem 14.648 recuperados da doença e 877 pacientes atualmente em isolamento domiciliar.
Situação nas unidades de saúde
Nos hospitais, os leitos de UTI continuam com 100% de ocupação, mas as enfermarias registraram nova queda, atingindo 67% de ocupação. Outro ponto positivo é que não há mais pacientes aguardando vaga no Pronto-Socorro Municipal para leitos do SUS. Os números da doença ainda incluem sete itabiranos internados em outras cidades.“Estamos hoje, sem dúvidas, em uma situação menos complexa do que estávamos no início de março, quando optamos pelas medidas mais restritivas. Isso mostra que fizemos a escolha certa. O nosso índice de transmissão está em 0,91. É a prova de que a pandemia está em desaceleração em Itabira. Estamos com mais leitos e com número de casos em queda diariamente. Lógico que ainda é um cenário delicado, com UTIs ainda lotadas, mas é um respiro importante e que precisa ser mantido”, disse o prefeito Marco Antônio Lage.
Alerta apesar dos resultados
A média móvel de casos confirmados em Itabira despencou 53,4% nos últimos 14 dias. Neste sábado, a média móvel era de 86,8 casos confirmados, contra 186,5 registrados em 4 de abril. Já a média móvel de óbitos caiu 48%. Era de 7,2 em 4 de abril e caiu para 3,7 neste sábado.A secretária municipal de Saúde, Luciana Sampaio, comemorou o boletim sem registro de óbitos, mas alertou que a população precisa continuar tomando todos os cuidados para que o cenário da pandemia continue melhorando em Itabira.
“Passamos por um mês de março muito complicado, mas as medidas adotadas pela prefeitura e a conscientização da população já surtem efeito. Não podemos perder o que conquistamos. É preciso continuar adotando todos aqueles cuidados que a gente já conhece, como usar máscara, higienizar sempre as mãos e evitar qualquer tipo de aglomeração”, indica a secretária.
O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
Entenda as regras de proteção contra as novas cepas
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:
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