Caso o comitê de enfrentamento à COVID-19 da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) tome medidas de flexibilização hoje (19/04) que mantenham as atuais condições de contágio pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), a taxa de evolução de casos pode cair em 8,94% e a de óbitos em 0,81%, dentro de 15 dias. Em um mês, seriam 10,14% menos mortes.
A projeção é do modelo Geocovid MapBiomas, um esforço de cinco organizações acadêmicas (UEFS, UFBA, UESC, UNEB e IFBA), empresas emergentes de base tecnológica (GEODATIN e SOLVED) e o MapBiomas, que monitoraram o avanço da COVID-19 no Brasil por meio dessa ferramenta.
Depois de 44 dias corridos do mais intenso isolamento para controle da pandemia, o comitê de enfrentamento à COVID-19 pode decidir nessa segunda-feira (19/04), depois de deliberar desde a quarta-feira passada (14/04) se recua ou mantém as proibições. As progressões estão entre as feramentas avaliadas, ebm como a taxa de contágio (RT), que tem caído, bem como as ocupações de leitos hospitalares clínicos e de UTIs.
Pelas projeções da ferramenta, está nas mãos do comitê e da PBH a possibilidade de se manter uma suave redução de casos e mortes com o atual regime e flexibilizações pontuais, mas o risco de escalada de contaminações é real.
Para se ter uma ideia, uma liberação muito ampla das atividades pode permitir que 17 pessoas a mais percam suas vidas diariamente, enquanto que um fechamento ainda mais efetivo, quase lockdown, refletira em poupar 13 mortes diárias, segundo as projeções da ferramenta, mas resultando em graves prejuízos ao comércio e a outras atividades econômicas.
Na última, semana a média registrada pelo boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) de BH foi de 1.136 casos de novo coronavírus por dia e de 46 mortes a cada 24 horas.
Sem supressão do fluxo de pessoas, que leva a alta taxa de contágio, os resultados positivos se ampliariam em 51,49% e os óbitos poderiam aumentar em 36,77%. No caso de uma retração ainda maior, com rígida supressão de fluxo de pessoas e pequena taxa de contágio, os casos despencariam 53,04% e as mortes em 28,9%, segundo o modelo Geocovid MapBiomas.
Até a semana passada, a opinião dos três infectologistas que auxiliam o comitê, ao lado do secretário municipal de saúde, Jackson Machado, não era de muito otimismo com a situação para uma abertura ampla.
“Qualquer abertura precisa ser gradual para que não tenhamos novamente um colapso hospitalar. Belo Horizonte vem apresentando redução de velocidade e ocupação de leitos, mas ainda em patamar considerado alto. A doença estabilizou, mas com a incidência de casos muito alta. O vírus ainda circula de forma importante", disse o infectologista e membro do Comitê de Enfrentamento à COVID-19 da Prefeitura de Belo Horizonte, Carlos Starling.
O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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