Jornal Estado de Minas

Comunidade ocupa posto de saúde de BH em protesto contra fechamento

Moradores do Bairro Paulo VI, região Nordeste, ocuparam, na manhã desta segunda-feira (19/4), o Centro de Saúde Marivanda Baleeiro, situado na Rua Antônio Mariano de Abreu, 750. A ação aconteceu após os moradores terem sido informados que a unidade seria fechada e os atendimentos passarão para novo endereço. 




 
A ocupação foi decidida depois que a comunidade soube que a Prefeitura de Belo Horizonte começaria a rremoção dos equipamentos para a mudança nesta segunda (19/4). Segundo lideranças comunitárias, o posto funciona há 40 anos no mesmo local, e conta com 17.700 inscritos no Programa de Saúde da Família (PSF).

 
A preocupação é que a região encontra-se em expansão imobiliária, com a construção de vários conjuntos residenciais, cujos moradores passarão a dividir os atendimentos dos serviços de saúde. 
 
"Nós precisamos manter as duas unidades de saúde, pois a região está em expansão, com a construção de novos conjuntos habitacionais, novos loteamentos. Se permitirmos o fechamento deste centro de saúde, daqui a dois anos, no mínimo, vamos estar pedindo para construir outro. Queremos que sejam mantidas as duas unidades, com divisão das seis equipes de saúde", explicou a secretária Geral do Conselho Distrital Nordeste (Codisane), Aparecida Maria de Oliveira.   
 
Aparecida, que também é usuária da unidade, alerta que no caso de desativação, parte da comunidade não terá como se deslocar para o novo endereço.



"A distância é muito grande, não tendo nem mesmo linhas de ônibus para o deslocamento, lembrando, mais uma vez, que uma unidade somente não consegue atender."
 
A presidenta do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte (CMS), Carla Anunciatta, disse que foi uma decisão unilateral da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), sem ouvir a comunidade.

"O mais sensato seria a prefeitura, nesse momento, dividir o atendimento". São seis equipes do PSF. Anunciatta defende que três equipes seriam suficentes agora e que, com o tempo, o número fosse acrescido conforme o aumento de demanda.
 
A presidenta do  Conselho reclamou do que chamou de "prática recorrente por parte da Secretaria e da Prefeitura de decisão unilateral, sem ouvir as partes enolvidas." Ela lembrou que o mesmo ocorreu com a Maternidade Leonina, em Venda Nova.



MATERNIDADE LEONINA LEONOR

Na sexta-feira (16/4) o Conselho Municipal de Saúde de BH conseguiu junto à Justiça uma liminar que determina que as obras de intervenção na Maternidade Leonina Leonor, em Venda Nova,  sejam interrompidas, sob pena de multa diária de R$ 5 mil.

A unidade nunca foi inaugurada e a prefeitura tenta transforma-la para um centro de atendimento à saúde da mulher.

De acordo com Anunciatta, a Scretaria de Saúde do municípiio realizou estudos e decidiu pela desativação sem perguntar a comissão local ou a própria comunidade sobre suas demandas. "O Conselho tem como primeiro princípio o diálogo com todas as partes envolvidas, mas infelizmente não tem sido essa a prática da secretaria e daprefeitura", reclamou.
 
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o Centro de Saúde Marivanda Baleeiro não será fechado, "apenas transferido para a nova sede, que está em fase final de construção e funcionará na rua 3074, número 555- Paulo VI.



"O local foi aprovado como prioridade dentro do grupo de 40 novas sedes de unidades de saúde em Belo Horizonte que estão sendo construídas via Parceria Público Privada (PPP). A construção de uma nova unidade de saúde para a região é fundamental para que seja garantido conforto aos usuários e funcionários, identidade visual própria, tecnologias sustentáveis, revestimento de fácil higienização, acessos independentes, humanização dos ambientes, número suficiente de consultórios e salas que suportam o incremento de recursos humanos e população vinculada", cita trecho da nota.

Também conforme a nota, as equipes de PSF serão ampliadas de cinco para seis.

"As unidades da PPP são padronizadas e contam com dois pavimentos, cerca de 1.100m2 cada, divididos em 17 consultórios, farmácia, salas de odontologia, vacina, observação e para coleta de material, além de áreas administrativas e espaços reservados para reunião. Os centros de saúde terão áreas com 100% de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida", destaca trecho do documento.

audima